sábado, 24 de novembro de 2012

Futuro indica boi acima de R$ 100,00


O mercado futuro aponta arroba acima de R$ 101,00 para os contratos negociados para a liquidação no final de novembro, alta de 5,66% em 30 dias. Para o final de dezembro, o futuro indica R$ 100,00. Traduzindo, o mercado futuro está apostando que a arroba vai romper a barreira psicológica dos R$ 100,00 ainda em 2012.
Fernando Yassu

Apesar de se manter praticamente estável no decorrer de outubro, a oferta de bois foi decrescente ao longo do mês, que, no calendário da pecuária de corte, é o do encerramento do período da entressafra e também marca o término da engorda confinada. A combinação da alta no preço de farelo de soja e do milho e a oferta de preço magro da arroba para o pico da entressafra no mercado futuro afetou o confinamento. Para não fechar no vermelho, muitos confinadores supenderam o ultimo turno de engorda ou reduziram a quantidade de animais terminados no cocho.
O reflexo da redução no confinamento apareceu na oferta de gado gordo ao longo de outubro e os frigoríficos encerraram o mês com as escalas curtíssimas, segundo apuraram a Scot Consultoria e a Informa Economics FNP, as duas principais empresas que, ao lado do Cepea, acompanham o mercado bovino no Brasil. No início de outubro, as escalas foram sustentadas pelos bois de confinamento próprio dos frigoríficos e dos animais comprados no mercado a termo, o que levou muitos abatedouros a tentar derrubar a cotação. Quem tentou, não conseguiu fazer negócios.
FONTE: DBO

Decifrando a China


Na semana em que a China escolhia, por seus ritos próprios, as lideranças que irão comandá-la pelos próximos dez anos, eu estava em Pequim, inaugurando o escritório de representação da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
Embora a sucessão política chinesa nem de longe venha carregada da dramaticidade e das incertezas que marcaram as eleições norte-americanas, o meu sentimento é que a nova direção da China vai liderar transformações muito mais amplas e profundas do que as que estavam, e estão, no horizonte da política norte-americana.
Nos Estados Unidos e na Europa, as margens de manobra de seus governantes se tornaram muito estreitas. Pode-se até dizer que seus governos estão limitados a ações puramente defensivas, e não seria incorreto afirmar que americanos e europeus estão abandonando uma visão de futuro. Tudo o que eles querem, neste momento, é reencontrar a vida que tinham no passado e se perdeu com a crise.
O ritmo e a dimensão do crescimento chinês nas últimas décadas são o fenômeno histórico mais impressionante da atualidade, com suas reais consequências.
Testemunhamos um radical deslocamento dos eixos do poder por meios pacíficos. No pequeno tempo de uma geração, a China tornou-se a segunda economia do planeta e a força motriz da qual depende o equilíbrio econômico mundial.
O crescimento chinês nunca foi bem compreendido. Sobre ele sempre pairou a incerteza quanto à sua sustentabilidade. O regime autoritário parecia, ao mundo, incapaz de fazer a autocrítica necessária às correções de rumo. Mas, se há uma coisa que os chineses têm sabido fazer, é se adaptar a novas situações.
Apesar de o regime político chinês ser claramente autoritário, com severas limitações ao livre desenvolvimento da sociedade civil, a substituição periódica dos quadros dirigentes faz transparecer algum tipo de luta de ideias nos bastidores do Partido Comunista. E os observadores mais próximos afirmam que o país tem se movido em direção a uma espécie de liderança coletiva, dependendo cada vez menos da vontade de um só homem, como ocorria com o regime nos tempos de Mao. As políticas de governo estão mais institucionalizadas e baseadas em consensos mais amplos.
As indicações mais confiáveis sugerem que as elites dirigentes estão de acordo com algumas correções de rumo impostas pela realidade. A contribuição das exportações para o crescimento, que tem girado em torno de três pontos percentuais nos últimos dez anos, não passará de um ponto percentual na próxima década.
A continuidade do crescimento terá que se basear na ampliação do mercado interno, que, por sua vez, dependerá do consumo das famílias e dos gastos públicos nas áreas sociais.
A intensidade desse crescimento terá que ser reduzida. Nos dez anos da gestão da atual liderança, o PIB (Produto Interno Bruto) chinês, medido em dólar, simplesmente quadruplicou. Para 2020, a meta anunciada é a duplicação do PIB de 2010, acompanhada também da duplicação da renda por habitante.
Podemos antever que o consumo das famílias vai crescer muito mais rapidamente do que a economia, o que abrirá grandes oportunidades para as exportações do agronegócio brasileiro.
Também é visível que a China parece, agora, muito mais disposta a projetar geopoliticamente o seu poderio econômico. O país expressa de forma clara a ambição de se tornar a maior economia do planeta e isso terá consequências para além da esfera meramente econômica.
A Ásia –e os Estados Unidos– vão sentir o peso dessa influência nova e alguns conflitos surgirão daí, com repercussão também no comércio e na política de investimentos.
O Brasil, longe dos palcos desses conflitos e distante dessa agenda conturbada, pode construir relações econômicas muito mais profícuas com a China. Bastante mais diversificada e complexa do que as relações puramente comerciais que tem hoje com a nação chinesa.
Para isso, será necessário que, estrategicamente, sejamos capazes de responder com toda a agilidade a uma indagação: o que queremos da nova China que está surgindo?
Kátia Abreu
Kátia Abreu é senadora (PSD-TO) e a principal líder da bancada ruralista no Congresso. Formada em psicologia, preside a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Escreve aos sábados no caderno ‘Mercado’.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Principais indicadores do mercado do boi – 23-11-2012


Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, margem bruta, câmbio
O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista teve desvalorização de 0,95%, nessa segunda-feira (19) sendo cotado a R$98,20/@. O indicador a prazo foi cotado em R$97,88.
A partir de 2/jan o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa deixou de considerar o Funrural.
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro à vista x margem bruta
O indicador Esalq/BM&F Bezerro teve desvalorização de 0,88%, e foi cotado a R$698,50/cabeça nessa quarta-feira (21). A margem bruta na reposição foi de R$906,46 e teve desvalorização de 1%.
Gráfico 2. Indicador de Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista em dólares e dólar
Na quinta-feira (22), o dólar foi cotado em R$2,09 com desvalorização de 0,05%. O boi gordo em dólares teve valorização de 0,06% sendo cotado a US$46,53. Verifique as variações ocorridas no gráfico acima.
Tabela 2. Fechamento do mercado futuro em 22/11/12
O contrato futuro do boi gordo para Dez/12 teve desvalorização de R$0,80 e foi negociado a R$96,80.
Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x contratos futuros para dez/12
Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seçãocotações.
No atacado da carne bovina, o equivalente físico teve valorização de 0,20%, fechado a R$96,68. O spread (diferença) entre o índice do boi gordo e equivalente físico foi de R$0,60 e sua variação teve baixa de R$0,19 no dia. Confira a tabela abaixo.
Tabela 3. Atacado da carne bovina
Gráfico 4. Spread Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico
FONTE: BEEFPOINT

As donas das pistas e os bons de média


Foto: Renata Valent
As donas das pistas
 
 

As fêmeas foram destaque nos remates da primavera e continuam fazendo sucesso nas pistas do Estado. É o que assegura o presidente do Sindicato das Leiloeiras Rurais do Estado (Sindiler-RS), Jarbas Knorr, diante dos resultados da temporada e de um outro fenômeno que vem se consolidando no campo gaúcho:

– A quantidade de fêmeas que está se vendendo no Estado é impressionante. São liquidações de gado para plantar soja.

Neste ano, nos leilões da primavera, foram vendidas6.469 fêmeas – alta de quase 80% – e 4.740 machos. No entendimento de Knorr, a explicação está em fatores como as feiras e os financiamentos, que mobilizam os criadores, e o retorno financeiro mais rápido que a produção de terneiros dá ao produtor.

Entre os machos, o destaque de médias ficou novamente por conta da raça braford (veja quadro acima). No geral, o circuito movimentou R$ 45,31 milhões, com a venda de 11.209 animais.

Resultados de remates 
As médias das principais raças ofertadas em leilões:

NOS MACHOS

Animais Média

Angus      1.943 R$ 6.191,11
Braford    1.275 R$ 7.618,75
Brangus  502 R$ 6.327,50
Hereford  923 R$ 6.708,59
Montana     72 R$ 5.283,73
Charolês    25 R$ 4.818,00

NAS FÊMEAS

Angus      3.159 R$ 2.160,51
Braford    1.280 R$ 2.496,83
Brangus     488 R$ 2.299,89
Hereford   1.057 R$ 1.801,30
Montana      485 R$ 1.338,17


Fonte: Zero Hora (23 de novembro de 2012 | N° 17262)

CNPC reconhece "fracasso" do sistema brasileiro de rastreabilidade bovina




O presidente do Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC), Tirso Meirelles, disse hoje que o sistema brasileiro de rastreabilidade bovina, o Sisbov, fracassou. A notícia é do site Valor Econômico.
Segundo ele, o modelo não conseguiu avançar porque o nível de exigência aos pecuaristas do país não veio acompanhado de uma contrapartida no que diz respeito aos preços do boi gordo rastreado.
"Tentamos fazer o Sisbov, mas não conseguimos porque o preço da adoção do sistema caía em cima do produtor", afirmou Meirelles, em evento promovido pela revista Produz Brasil, em São Paulo.
O dirigente disse que, apesar das pressões das redes varejistas para que o consumidor saiba a origem da carne, "o preço pago pelos frigoríficos é o mesmo para quem tem rastreabilidade e para quem não tem".

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Boi/CEPEA: Mercado registra baixa liquidez, mas preço segue firme

Com os feriados nos últimos dias, o ritmo de negócios no mercado pecuário se reduziu. Apesar disso, os preços do boi gordo seguiram firmes. No correr de novembro, o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa acumula alta de 0,97%. Nessa quarta-feira, 21, fechou em R$ 97,27. Segundo pesquisadores do Cepea, o volume de animais pronto para o abate ofertado à indústria não é expressivo. Isso porque grande parte ainda é de confinamento e, desses, muitos animais já estão comprometidos em negócios antecipados. Com isso, aumentam as dificuldades de frigoríficos para o preenchimento das escalas num período em que o consumo doméstico tende a se elevar – recebimento de 13º salário se aproxima – e que a exportação se mostra crescente. De acordo com dados da Secex, o volume de carne in natura embarcado em outubro (100,6 mil t) foi o maior desde julho/2010, ultrapassando em 36% o total de junho/12, por exemplo.

fonte: cepea

Chile suspende embargo à carne do Paraguai


A importação está vetada desde setembro do ano passado, em consequência de um foco de febre aftosa

por Estadão Conteúdo
Daniel Pera
O mercado chileno é o principal destino das vendas paraguaias de carne e absorve cerca de 80 mil toneladas anuais
O governo do Chile confirmou, nesta quarta-feira (21/11), que vai suspender o embargo à carne bovina do Paraguai, segundo o Serviço Agrícola e Pecuária (SAG). A importação está vetada desde setembro do ano passado, em consequência de um foco de febre aftosa detectado em rebanho no Paraguai. 

mercado chileno é o principal destino das vendas paraguaias e absorve cerca de 80 mil toneladas anuais. A suspensão do embargo já havia sido informada na terça-feira (20/11) pelo titular do serviço de saúde animal do Paraguai, Hugo Idoyaga, em entrevista à imprensa. 

"Estamos esperando uma notificação oficial do Chile, mas a medida já foi decidida", disse Idoyaga. "Sem desmerecer o mercado russo, o mercado do Chile, por proximidade e preço, é o principal comprador da carne paraguaia", afirmou. Atualmente, os frigoríficos exportadores do Paraguai operam com 85% da capacidade, mas com a retomada das vendas ao Chile, atingirá 100%.
FONTE: GLOBO RURAL

Por que o JBS pode estar blindado de contratempos em 2013


Fonte: Exame.com 
São Paulo – Se 2011 não foi um ano tão positivo para os negócios do frigorífico JBS, neste ano, a companhia já provou que os números negativos ficaram para trás. Isso porque, até setembro, a empresa somou lucro de quase 950 milhões de reais, resultado bem diferente na comparação com o mesmo período de 2011, quando o prejuízo foi de mais de 100 milhões de reais.
JBS
Segundo Wesley Batista, presidente do frigorífico, o resultado apresentado pelo JBS dá orgulho e aponta que a companhia está no caminho certo. “Nossa estratégia é de sempre atingir o melhor resultado. Apesar de bons, acredito que a companhia tem potencial para entregar números ainda melhores. Estamos colhendo os frutos das aquisições relevantes que fizemos nos últimos anos”, afirmou o empresário em coletiva com analista e investidores, nesta quarta-feira.
Nos últimos anos, o JBS fez uma série de aquisições e, por algumas vezes, chegou a ser questionado no mercado se sua estratégia de crescer era mesmo eficiente e traria resultado. Somente, neste ano, a companhia comprou três novas plantas de abate, além de arrendar as operações da francesa Doux e estrear em um novo mercado no país: o de aves.
Com os novos investimentos no mercado brasileiro, o JBS acredita somar receita adicional de pelo menos 4,5 bilhões de reais e nem mesmo os contratempos desse tipo de negócio – como proibições de exportações de carnes e aumento do preço dos grãos - podem atrapalhar os planos do JBS de continuar a partir de agora a operar somente no azul.
“Seis novas plantas de abate devem entrar em operação no Brasil, isso vai permitir que a empresa abata 2 milhões de cabeças a mais a partir de 2013. Neste ano , já vamos abater 1 milhão de cabeças a mais na comparação com 2011”, afirmou Batista. Segundo ele, para o próximo ano, o cenário é muito mais otimista.
Expansão: entre os meses de novembro deste ano e abril do próximo ano, seis novas plantas do JBS vão entrar em operação. As unidades devem gerar um aumento de 15% na capacidade de abate das operações do JBS no Brasil. A fábricas estão localizadas nas cidades de Nova Andradina (MS), Vila Rica (MT), Senador Canedo (GO), Castelo dos Sonhos (PA), Pontes e Lacerda (MT) e Rolim de Moura (RO).
Diversificação: em maio, o JBS arrendou as operações da Doux Frangosul no Brasil e estreou no mercado de aves no país. A operação somada à aquisição do frigorifico Independência vai gerar receita adicional de 4,5 bilhões de reais para a companhia. Mais recentemente, a empresa fortaleceu a operação com a compra da Agrovêneto, uma empresa especializada em carne de frango. De acordo com o JBS, seu braço de aves é voltado mais para atender o mercado externo - 75% da produção é exportada.
Poucas dívidas a vencer: além da expansão e diversificação, outro fator que deve favorecer o JBS é o vencimento de poucas dívidas em 2013. Dos 15,2 bilhões de reais que a companhia tem a vencer nos próximos anos, apenas 220 milhões de reais precisarão ser pagos no ano que vem.
Exportação: com nenhuma pedra no meio do caminho, o JBS aumentou suas exportações de carne em quase 8% no terceiro trimestre na comparação com o período anterior. O valor exportado pela companhia somou mais de 2,5 bilhões de dólares. Com as novas unidades em operação, o frigorífico planeja intensificar ainda mais os embarques.

Bovinos impulsionam margens de frigoríficos


A rodada de balanços do terceiro trimestre confirmou a tendência de recuperação das margens dos grandes frigoríficos com o abate de bovinos no Brasil, um movimento que ajudou a compensar o fraco desempenho de outras operações no país e no exterior.
Destaque para JBS e Minerva Foods, que viram suas margens de lucro consolidadas antes de juros, impostos, depreciação e amortização (a margem Ebitda) crescerem pelo segundo e terceiro trimestre consecutivo, respectivamente.

Para a JBS, maior processadora de proteínas animais do mundo, a margem de 7,1% apurada entre julho e setembro representa uma elevação de dois pontos percentuais em relação à registrada um ano antes. Trata-se, ainda, de sua segunda maior margem para o período e a terceira para qualquer trimestre desde a abertura de capital, em 2007. Contudo, a margem da companhia ainda é a menor entre as quatro grandes processadoras de carnes.
Já a Minerva Foods viu sua margem Ebitda aumentar 3,2 pontos percentuais ante julho e setembro de 2011, para 11,7% - seu melhor desempenho para qualquer trimestre desde o IPO, há cinco anos. Trata-se, ainda, da maior margem entre as gigantes do segmento no período.
Nos dois casos, a melhora reflete o ciclo favorável para o abate de bovinos no Brasil, com o aumento da oferta e a queda nos custos de aquisição dos animais.
No terceiro trimestre, o preço médio do boi gordo recuou 5,2% ante o mesmo período do ano passado, de acordo com o indicador Cepea/Esalq, aliviando a conta dos frigoríficos. A matéria-prima representa cerca de 70% dos custos de funcionamento de um abatedouro de bovinos.
Esse cenário é particularmente benéfico para a Minerva Foods, que obtém a maior parte de sua receita do abate de bovinos no Brasil. No caso de JBS e Marfrig, empresas que optaram pela diversificação de suas atividades e são mais internacionalizadas, o abate de bovinos no país representa menos de um terço de seu faturamento.
Considerando-se apenas o resultado da JBS Mercosul - divisão que responde basicamente pela operação de carne bovina no Brasil -, a margem Ebitda da multinacional entre julho e setembro atingiu 14,5%, a maior já registrada pela companhia em um terceiro trimestre e 2,8 pontos percentuais superior à obtida pela Minerva.
Seu efeito sobre o balanço consolidado só não foi maior devido ao desempenho apenas mediano dos negócios de carne bovina, suína e frango nos Estados Unidos e na Austrália, que respondem por cerca 70% das vendas da JBS no mundo.
A Marfrig também poderia ter comemorado um aumento das margens, não fossem as dificuldades enfrentadas pela Seara Foods, sua divisão de frango, suíno e alimentos processados. A divisão, que representa 68,2% da receita líquida da Marfrig, teve de lidar com a escalada nos preços dos grãos usados na ração animal e o fraco desempenho das exportações. O resultado foi uma queda de 5,8 pontos percentuais em sua margem Ebitda, para 7%.
Como resultado, a margem consolidada da Marfrig caiu de 11,5%, no terceiro trimestre de 2011, para 8,7% nos três meses encerrados em setembro.
A queda só não foi maior porque seu segmento de bovinos, a Marfrig Beef, registrou a melhor margem dos últimos três anos para o período. Entre julho e setembro, a divisão obteve uma margem Ebitda de 12,7%, um aumento de 3,3 pontos percentuais em relação ao terceiro trimestre do ano passado.
De olho no ciclo favorável para os negócios no Brasil, a JBS tenta ampliar o peso do país em seus negócios. Na semana passada, a companhia controlada pela família Batista anunciou a intenção de retomar a operação de seis frigoríficos atualmente parados até abril do ano que vem. Só neste ano, a empresa comprou ou arrendou pelo menos 12 plantas no país.
O presidente da companhia, Wesley Batista, afirmou que a meta é ampliar o volume de abate doméstico em pelo menos 2 milhões de cabeças (cerca de 22%, nas contas do executivo) no ano que vem. Com isso, ele prevê que a participação do Mercosul na receita total alcance 35% em 2013, ante 25%, em 2012, e apenas 20% no, ano passado.
A melhora das margens abriu caminho para que os JBS e Minerva reduzissem seus níveis de alavancagem no último trimestre. No caso da JBS, a razão entre a dívida líquida e o Ebitda recuou para 3,68 vezes ao fim de setembro, o menor nível desde o segundo trimestre de 2011 - embora ainda elevado. Em junho, essa relação era de 4,27 vezes.
A alavancagem da Minerva caiu mais timidamente na mesma comparação, de 3,99 vezes para 3,7 vezes. No entanto, o indicador apresenta uma melhora contínua em relação ao patamar observado no fim de 2009, quando essa relação ficou próxima de 6,6 vezes. Já a Marfrig viu a alavancagem crescer, de 3,73 vezes para 3,93 vezes.
Fonte:  Valor Econômico

Congresso debate entraves da indústria

Frigoríficos estreitam relacionamento com o pecuarista a fim de obter melhor matéria-prima
Ivan Azevedo

A escassez de animais de qualidade faz com que a indústria busque um relacionamento mais estreito com o pecuarista. Esta é uma das conclusões apresentadas por Eduardo Kristán Pedroso, gerente de Relação com o Pecuarista da JBS Friboi, nesta terça-feira, 6, durante o Congresso Nacional da Indústria da Carne. Realizado pela Informa Group, o evento ocorreu nos dias 6 e 7 de novembro, no Hotel Tryp Paulista, em São Paulo.

Com palestras sobre os principais entraves do setor, o evento também recebeu representantes do governo, como Ezequiel Liuson, do Ministério da Agricultura (Mapa), e de entidades de classe, como Fernando Sampaio, diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).

Pedroso abordou a integração entre produtores e a indústria frigorífica e citou a disposição das empresas em relatar ao pecuarista a qualidade dos animais abatidos, para que os produtores incrementem a produção.

Para o gerente do JBS Friboi, esse processo é fundamental, já que o mercado caminha para uma estratificação, em que as melhores carcaças receberão mais e, consequentemente, as piores terão deságio. "Será que o boi bom vale pouco ou o ruim que vale muito?", questiona.

Acompanhe a entrevista com o gerente de relações com o pecuarista do JBS Friboi, Eduardo Kristán Pedroso, em Ver Vídeo.
Segundo dados do JBS Friboi, se a empresa já praticasse o pagamento por qualidade, a cada pecuarista premiado com R$ 4,00 por animal, 3,5 pecuaristas, em média, teriam de receber R$ 2,10 a menos pela arroba negociada. Conforme a companhia, 13% dos animais abatidos pela empresa no Brasil têm a carcaça classificada como desejável, 61% como tolerável e 27% como indesejável.

"A carne de países como Uruguai, Argentina, EUA, Austrália é melhor avaliada do que a brasileira pelo mundo e tem em comum a castração de 100% dos animais, enquanto o Brasil registrou 17% de cabeças castradas em agosto de 2011", justifica.
Fonte: Portal DBO

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Preços do boi gordo e participação de fêmeas nos abates


por Hyberville Neto


No primeiro semestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as fêmeas compuseram 44,8% dos abates sob algum tipo de inspeção (municipal, estadual ou federal).

O preço do boi gordo, na média até novembro está em R$99,96/@, a prazo, recuo de 9,2%, em relação ao valor deflacionado em 2011, R$110,14/@, a prazo. Veja a figura 1.


Este é o segundo ano de aumento na participação de fêmeas nos abates.

Em relação aos preços, é o primeiro ano de recuo desde 2009. Em 2011 as cotações começaram o ano em patamar elevado, o que gerou preço médio acima de 2010, mesmo com valores máximos menores.

Estes indicadores demonstram que estamos na fase de baixa do ciclo pecuário, o que exige ainda mais planejamento do pecuarista para os próximos anos.
FONTE: SCOT CONSULTORIA

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Entenda mais sobre as exportações de gado vivo da Austrália e sua importância para o país (Rabobank)


A suspensão da exportação de gado vivo da Austrália para a Indonésia em junho de 2011 causou diversas mudanças para a indústria pecuária do norte da Austrália. Apesar do objetivo de autossuficiência em carne bovina do Governo da Indonésia, o fortalecimento da economia e o maior consumo desta carne sugerem que importação de animais vivos para complementar a produção doméstica poderá ser necessária.
Entretanto, com as cotas restritas de importação do Governo da Indonésia, a indústria do norte da Austrália está sendo desafiada a produrar por mercados alternativos. Embora parte da perda da demanda tenha potencial para ser complementada por outros mercados no Oriente Médio e Sudeste da Ásia, a da Indonésia continua sendo prejudicial.
A renegociação dos termos comerciais de acordo com as novas regulamentações, a falta de infraestrutura, o dólar australiano historicamente elevado e a forte competição de outros fornecedores limitam oportunidades para expansão comercial em muitos desses mercados no curto e médio prazo. Ao mesmo tempo, o transporte de gado do norte da Austrália ao sul do país é uma alternativa menos lucrativa e está sendo praticada.  A indústria do norte da Austrália se tornou muito dependente do mercado da Indonésia nas ultimas décadas, enquanto as exportações para mercados alternativos declinaram.
Oportunidades de mercado
Turquia
Na Turquia, os preços elevados para carne bovina como resultado da maior demanda e redução do rebanho, têm levado a novos investimentos no setor pecuário nos últimos dois anos. Embora a maioria dos produtores do país ainda esteja caracterizada por fazendas de pequena escala, grandes empresas têm criado fazendas comerciais e confinamentos, impulsionando a demanda por importações de gado vivo.
Entretanto, embora as exportações australianas à Turquia tenham crescido em 2010/11, a maioria do gado exportado à Turquia é de Bos taurus (taurinos) do sul da Austrália, deixando uma oportunidade limitada de mercado para a indústria pecuária do norte da Austrália que produz principalmente Bos indicus (zebuínos).
Além disso, a maior competição com outros fornecedores e dificuldades de regulamentação levaram as exportações de gado à Turquia a cairem mais de 70% de julho a dezembro de 2011/12 comparado com o mesmo período de 2010/11, e poderão limitar a futura expansão comercial.
O Governo da Turquia manteve uma política restritiva de importação de produtos pecuários na última década, permitindo somente importações de gado leiteiro e de corte de um número limitado de países, incluindo a Austrália. Ainda mais recentemente, o Estado reconheceu que haverá déficit de carne vermelha em 2013 se a Turquia não aumentar seu rebanho e o Governo permitir a importação de novos mercados, como Hungria, França, Áustria e Brasil.
O aumento das vendas australianas para a Turquia tem sido lento devido a falta de infraestrutura, tradições religiosas e pequena participação da Austrália no mercado turco. Estima-se que aproximadamente 40% dos abatedouros da Turquia não são registrados ou controlados, particularmente em áreas rurais. O costume religioso “adak” representa uma grande proporção dos abates não controlados.
Israel
Embora Israel tenha sido um grande importador de gado australiano nos dois últimos anos, este mercado prefere animais taurinos fornecidos pelo sul da Austrália. No entanto, Israel tem sido um mercado mais importante para as exportações totais de gado vivo australiano em 2011/12, comprando aproximadamente 27.000 aniamis de julho a dezembro, substituindo a Turquia como o segundo maior destino das exportações.
O status de livre de doenças da Austrália dá ao país preferência sobre outros fornecedores e a renda crescente também sugere que o consumo per capita de carne bovina em Israel pode crescer, criando oportunidades para a indústria pecuária australiana.
Egito
Historicamente, o Egito tem sido importante para as exportações australianas, registrando vendas anuais de mais de 200 mil cabeças de 1999 a 2001. Entretanto, a intervenção do Governo e o alto preço do gado australiano têm influenciado o número de animais exportados na última década. As exportações da Austrália ao Egito declinaram mais de 70% com relação ao ano anterior em 2011. No entanto, considerando a atual escassez de alimentos no Egito e a redução na produção pecuária, muitos produtores australianos estão otimistas para oportunidades no mercado egípcio.
A produção local limitada e a competitividade de preços com carne de cordeiro e de frango deixaram a carne bovina com pequena proporção no consumo total de proteína animal no Egito, sendo maior por pessoas de alta renda. O consumo per capita médio de carnes vermelhas foi estimado em 8,5 quilos/ano. Entretanto, o segmento de maior renda considera a carne congelada importada como um produto inferior e a maioria do rebanho pecuário do Egito é mantido para a produção leiteira. Isto provavelmente levará a uma contínua importação de gado pelo país para a produção de carne bovina.
Filipinas
As Filipinas viram um forte crescimento na demanda por carne bovina nos anos noventa com o surgimento de fazendas comerciais e confinamentos, forte crescimento populacional e regulamentações mais liberais de importação, tornando-o o segundo maior destino de gado vivo da Austrália neste período.
As exportações da Austrália às Filipinas cresceram de aproximadamente 20.000 cabeças de gado em 1990/91 para 200.000 cabeças em 1999/00. Entretanto, na última década, as exportações às Filipinas declinaram 90%, para aproximadamente 16.000 cabeças em 2010/11. Isso é resultado do maior preço do gado australiano e de uma desvalorização do peso contra o dólar australiano, tornando a exportação de gado vivo meno lucrativa para as fazendas comerciais, confinamentos e pequenas empresas. Ao mesmo tempo, o maior preço no varejo da carne bovina nas Filipinas levaram a uma substituição do produto por carne de búfalo, carne suína e de frango.
Malásia
A Malásia também tem histórico nas exportações de gado vivo australiano. A importação de gado vivo aumentou no começo da década anterior, alcançando o pico em 2002, de 91.000 cabeças. O pequeno tamanho do rebanho nativo da Malásia significa que existem maiores custos de mão de obra e insumos por cabeça de gado produzido domesticamente, aumentando sua dependência pela importação de gado vivo.
Entretanto, desde 2002, a demanda da Malásia declinou bastante. Similar ao que ocorreu nas Filipinas, a desvalorização da moeda local contra o dólar australiano e os maiores preços deixou o gado australiano menos competitivo com relação às proteínas animais substitutas, incluindo a carne de búfalo indiana, carne de frango e de peixe. Possivelmente, o gado exportado para a Indonésia pode ser direcionado para a Malásia e Filipinas, porém a  competição com a carne de búfalo da Índia (de menor preço) e com a carne bovina da América do Sul tornam as oportunidades de mercado limitadas.
Oportunidade na Indonésia
Considerando a previsão de forte crescimento econômico e aumento no consumo de carne bovina na Indonésia, os desafios para obter autossuficiência em longo prazo serão significantes. Apesar do aumento de importações de gado vivo para engorda para os confinamentos locais, a produção de gado da Indonésia é dominada por produtores de pequena escala, sensíveis ao preço.
A quantidade limitada de grandes áreas de pastagem e a baixa lucratividade média da atividade local limitam a expansão da produção doméstica de carne bovina. Além disso, muitas fêmeas produtivas são frequentemente abatidas e existe uma oferta limitada de animais machos para cria, tornando o processo de reconstrução do rebanho lento.
De acordo com o censo da Indonésia, existia aproximadamente 14,8 milhões de animais na Indonésia em 2011. O país inicialmente fixou a meta de autossuficiência de produção de carne bovina em 2010. Neste ano a meta foi revisada para 2014 com uma série de medidas. Restrições de peso do gado importado e redução das cotas de importação nos últimos três anos foram criadas para estimular o desenvolvimento da pecuária nacional.
A Austrália está preparada para fornecer gado vivo e carne bovina à Indonésia, considerando o excedente de carne bovina exportada, os altos padrões de biossegurança, proximidade geográfica e relações comerciais bem estabelecidas com a Indonésia.
Em contraste com muitos países do Sudeste da Ásia, a Indonésia é classificada como sendo livre de febre aftosa. Como resultado, somente países com status similares de livres de aftosa têm permissão para fornecer animais vivos e carne bovina à Indonésia. A escassez doméstica de carne bovina e a falta de fornecedores alternativos fortaleceu a dependência da Indonésia pelas exportações de gado e de carne da Austrália, que é livre de febre aftosa.
A Indonésia já considerou expandir suas importações pelo Brasil e Índia. Entretanto, muitas regiões destes países têm febre aftosa endêmica, limitando qualquer importação, pois colocaria a Indonésia em alto risco de contaminação. Esse ponto não deixa de ser um potencial risco para a indústria pecuária australiana.
Uma opção para o governo da Indonésia facilitar o acesso a seu mercado de carne bovina por países afetados pela febre aftosa seria aumentar a competição comercial por gado vivo e carne bovina importada. Isso provavelmente reduziria a vantagem competitiva da Austrália, e também reduziria as previsões para a indústria local de carne bovina na Indonésia, limitando as ambições de autossuficiência do país.
O consumo de proteína animal tende a ter uma forte correlação com o nível de renda, particularmente nos países em desenvolvimento, onde algumas fontes de proteínas animais são consideradas alimentos opcionais. Na Indonésia, a carne bovina é predominantemente consumida por pessoas de alta renda e por razões religiosas.
A escassa oferta de carne bovina doméstica e a subsequente dependência das importações, bem como os custos de produção relativamente altos, tornam a carne bovina a opção mais cara de proteína. O preço dos cortes frescos e congelados aumentaram nos últimos meses, devido à redução nas importações.
No entanto, o consumo de carne bovina na Indonésia tem crescido 6% ao ano nos últimos cinco anos, e existe forte previsão de crescimento, considerando a maior renda disponível, a população em expansão e a maior “ocidentalização” do setor varejista de alimentos.
As indústrias domésticas de frutos do mar e de frango são os maiores concorrentes da carne bovina na Indonésia. Estas indústrias têm custos menores de produção e preços varejistas do que a carne bovina, tornando-as a melhor opção de proteína animal para pessoas de baixa renda. A Indonésia é um dos maiores produtores de frutos do mar do mundo, e atualmente essas são as proteínas de maior consumo per capita. No entanto, a indústria está cada vez mais sob ameaça da pesca ilegal, da poluição da água e dos surtos de doenças.
O consumo de frango tem apresentado crescimento mais forte entre as proteínas animais consumidas na Indonésia na última década, considerando sua acessibilidade para a população de baixa renda e de classe média. Desconsiderando os frutos do mar, a carne de frango representa 44% da proteína animal consumida no país. Entretanto, existem riscos maiores para a saúde associados com o consumo de frango do que com o de outras carnes, por causa da gripe aviária. Embora a crise já tenha passado, a ameaça de outro surto continua existindo no país.
Apesar dos frutos do mar e frango deverem continuar dominando o consumo de proteína animal no curto e médio prazo, a influência consumista ocidental de alimentos no varejo na Indonésia e a penetração da carne bovina em cozinhas mais tradicionais deixam previsões favoráveis para o aumento do consumo de carne bovina no longo prazo.
O crescimento de supermercados, restaurantes e lojas de varejo de alto nível, além do setor de turismo, levam a uma crescente demanda por carne de alta qualidade. O crescimento destas redes de armazenamento deverá oferecer melhores oportunidades para importação de gado vivo e carne bovina pela Indonésia, particularmente considerando que a maioria da carne bovina vendida nesses novos estabelecimentos é importada.
Em uma base per capita, o consumo anual de carne bovina na Indonésia é relativamente baixo, de aproximadamente 2 quilos, um dos menores níveis médios per capita de consumo de carne bovina do Sudeste da Ásia e substancialmente menor que os 34 quilos per capita médios de consumo anual de carne bovina na Austrália em 2011. Embora a carne ainda seja um alimento opcional para cerca de 40% da população da Indonésia que vive com menos de dois dólares por dia, esse baixo nível de consumo per capita aumenta o potencial de crescimento para o consumo de carne bovina no país.
Os dados são do Rabobank, traduzidos e adaptados pela Equipe BeefPoint.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

URUGUAY - Cargaron en el puerto otros 10.000 terneros y novillitos para Turquía




Los operarios en plena tarea de embarque en el puerto. Hasta el sábado a la tarde continuaba la labor que se inició el viernes.
Este fin de semana se embarcaron en el puerto de Montevideo 10.000 terneros y novillitos exportados a Turquía, destino de prácticamente toda la hacienda de razas carniceras exportada en pie en los últimos años.
La operación estuvo a cargo de dos empresas, que aportaron 5.000 reses cada una.

Los hermanos Dutra junto al barco, siguiendo la labor de embarque de las 10.000 cabezas que ya están en viaje hacia Turquía.
Actualmente hay otras cinco solicitudes aprobadas por el MGAP, por un total de 40.000 reses, pero se estima que no será fácil completar ese volumen, dado que los exportadores demandan un alto porcentaje de terneros enteros que no hay disponibles en el mercado. En virtud de la irregularidad de los negocios, productores que antes dejaban enteros a los terneros para vender a los exportadores, en la mayoría de los casos ya no lo hacen, porque de no haber negocios —como sucedió en los últimos tiempos— luego deben castrar fuera de época y con los animales ya convertidos en toritos.
FONTE: TARDÁGUILA AGROMERCADOS

domingo, 18 de novembro de 2012

Estiagem assombra os produtores da Região Sul

No Centro-Oeste e no Nordeste do país, tempo firme favorece os trabalhos de campo



O clima, que já não tem sido tão favorável como se previa para a safra de verão, deve continuar ameaçando o desenvolvimento das plantações de soja e milho na Região Sul do Brasil. Segundo os meteorologistas, não há previsão de chuvas volumosas para a região nas próximas duas semanas. E começam a surgir previsões de estiagem, que devem assombram a agricultura a partir de dezembro.
As lavouras de Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem contar somente com pancadas de água típicas da estação mais quente do ano até o fim deste mês. Líder em produção de grãos no Sul e segundo mais importante no quadro nacional, o Paraná sofre com déficit hídrico em maior parte de seu território. De acordo com dados de monitoramento do Instituto Agronômico do estado, o Iapar, havia 25% de água disponível no solo nas regiões que abrangem os municípios de Umuarama, Campo Mourão, Paranavaí, Maringá, Londrina, Telêmaco Borba, Guarapuava e Cândido de Abreu até o último final de semana. O ideal, segundo os técnicos, é que o índice alcance os 75% nesta época do ano.
“Não temos previsão de frente fria que possa trazer chuva generalizada. O que teremos são chuvas de verão, que não resolvem para a agricultura. Devem pegar uma fazenda e não a outra”, disse o meteorologista Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O que pode amenizar o quadro de estresse hídrico são as temperaturas em queda.
No Rio Grande do Sul, a MetSul Meteorologia informa que depois do mês de outubro consolidar boas chuvas a oeste e noroeste, novembro vem sendo mais econômico. “A perspectiva para os próximos dez dias é de chuvas fracas, irregulares, mas não deve haver seca”, relata Alexandre Aguiar, porta-voz da instituição. Ele destaca que a mudança ainda não gerou danos, mas preocupa quem está no campo.
Para o Centro-Oeste e o Nordeste do Brasil, as previsões são favoráveis à produção de grãos. As duas regiões aguardavam com ansiedade a chegada das chuvas e estão regularizando o plantio de soja e milho.
O comportamento do clima está diretamente associado às temperaturas das águas equatoriais do Oceano Pacífico, que têm oscilado meio grau acima e meio grau abaixo do normal, conforme os meteorologistas. A configuração atual e os prognósticos praticamente descartam a possibilidade de formação do fenômeno El Niño, que estava confirmado até dois meses atrás.
La Niña
“Os prognósticos de longo prazo indicam que continuaremos com chuvas irregulares e abaixo da média até o final do ano. Em alguns modelos de longo prazo, indicam inclusive o resfriamento das águas do Pacífico, o que configura a volta La Niña no início do próximo ano”, destaca Lazinksi.
Aguiar, da Metsul, lembra que desde agosto as temperaturas do Pacífico tem indicado um padrão de neutralidade. “Essa condição deve se manter nos próximos 45 a 60 dias”, complementa. Com neutralidade ou La Niña, aumentam os riscos de seca na região.
FONTE: GAZETA DO POVO