As lavouras de Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem contar somente com pancadas de água típicas da estação mais quente do ano até o fim deste mês. Líder em produção de grãos no Sul e segundo mais importante no quadro nacional, o Paraná sofre com déficit hídrico em maior parte de seu território. De acordo com dados de monitoramento do Instituto Agronômico do estado, o Iapar, havia 25% de água disponível no solo nas regiões que abrangem os municípios de Umuarama, Campo Mourão, Paranavaí, Maringá, Londrina, Telêmaco Borba, Guarapuava e Cândido de Abreu até o último final de semana. O ideal, segundo os técnicos, é que o índice alcance os 75% nesta época do ano.
“Não temos previsão de frente fria que possa trazer chuva generalizada. O que teremos são chuvas de verão, que não resolvem para a agricultura. Devem pegar uma fazenda e não a outra”, disse o meteorologista Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O que pode amenizar o quadro de estresse hídrico são as temperaturas em queda.
No Rio Grande do Sul, a MetSul Meteorologia informa que depois do mês de outubro consolidar boas chuvas a oeste e noroeste, novembro vem sendo mais econômico. “A perspectiva para os próximos dez dias é de chuvas fracas, irregulares, mas não deve haver seca”, relata Alexandre Aguiar, porta-voz da instituição. Ele destaca que a mudança ainda não gerou danos, mas preocupa quem está no campo.
Para o Centro-Oeste e o Nordeste do Brasil, as previsões são favoráveis à produção de grãos. As duas regiões aguardavam com ansiedade a chegada das chuvas e estão regularizando o plantio de soja e milho.
O comportamento do clima está diretamente associado às temperaturas das águas equatoriais do Oceano Pacífico, que têm oscilado meio grau acima e meio grau abaixo do normal, conforme os meteorologistas. A configuração atual e os prognósticos praticamente descartam a possibilidade de formação do fenômeno El Niño, que estava confirmado até dois meses atrás.
La Niña
“Os prognósticos de longo prazo indicam que continuaremos com chuvas irregulares e abaixo da média até o final do ano. Em alguns modelos de longo prazo, indicam inclusive o resfriamento das águas do Pacífico, o que configura a volta La Niña no início do próximo ano”, destaca Lazinksi.
Aguiar, da Metsul, lembra que desde agosto as temperaturas do Pacífico tem indicado um padrão de neutralidade. “Essa condição deve se manter nos próximos 45 a 60 dias”, complementa. Com neutralidade ou La Niña, aumentam os riscos de seca na região.
FONTE: GAZETA DO POVO
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