sexta-feira, 22 de julho de 2016

La Niña chega em outubro com seca no Sul e chuvas no Norte e Nordeste

La Niña chega em outubro com seca no Sul e chuvas no Norte e Nordeste
O fenômeno climático La Niña já começa a se configurar no Pacífico, e a partir do início da próxima primavera deve ser tão prejudicial para a agricultura quanto seu predecessor, El Niño (2015/16). É o que dizem os meteorologistas da Climatempo, apontando que haverá secas no Sul e aumento das chuvas no Norte e Nordeste, por conta de mudanças significativas nos padrões de precipitação e temperatura ao redor da Terra.

“La Niña é a fase fria de um fenômeno atmosférico-oceânico. Ela é caracterizada pelo esfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical”, explica a meteorologista Bianca Lobo. Segundo ela, este fenômeno altera toda circulação de umidade e calor ao redor do globo, alterando ou potencializando características normais das estações do ano. 
A alternativa para os produtores rurais é planejar melhor seus períodos de plantio: “As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste devem ter temperaturas de normal a ligeiramente acima da média, ou seja, bem mais ameno do que nos últimos dois anos. Já o Norte e Nordeste devem estar mais quentes, mas em relação ao ano anterior será mais ameno também”, pontua o meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento.
O especialista projeta que La Niña já esteja presente no Brasil a partir do próximo mês de outubro, permanecendo ao longo de 2017. “Pode haver seca no Sul, mas só no período de inverno/primavera”, destaca Nascimento. Com isso, a região pode sofrer grandes prejuízos no trigo, soja e arroz – suas culturas exponenciais.
Já nas regiões Norte e Nordeste as chuvas acima da normalidade devem prejudicar a cana-de-açúcar, principal produto da região, além da soja, algodão, caju, uvas finas, manga, melão e acerola, mandioca, milho e arroz.
fonte: Agrolink

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Confira artigo especial sobre exportações de carne bovina da Índia

Desde o final dos anos 2000s, as exportações de carne bovina da Índia, especialmente de carne de búfalo d’água, também conhecida como carabeef, expandiram-se rapidamente, com a Índia passando à frente do Brasil para se tornar o maior exportador mundial em 2014.
As exportações de carne bovina da Índia durante o período cresceram a uma taxa anual de cerca de 12%, aumentando de um volume médio de 0,31 milhão de toneladas em 1999-2001 para um volume estimado de 1,95 milhão durante 2013-15. O forte crescimento nas exportações da Índia contribuiu para a expansão do comércio mundial de carne bovina durante esse período e também aumentou a participação do país no volume de envios pelos principais exportadores mundiais de apenas 5% durante 1999-2001 para cerca de 20% durante 2013-15. A participação do mercado dos Estados Unidos flutuou durante esse período, mas declinou com relação à média de 18% durante 1999-2001, para 12% durante 2013-15, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
O surgimento da Índia como um importante exportador de carne bovina tem sido facilitado por três principais fatores. Primeiro, a demanda global por carne bovina está forte, particularmente pelos países em desenvolvimento de baixa e média renda com preferência pela carne de búfalo de custo relativamente baixo da Índia.
Segundo, o rebanho de búfalos da Índia, de longe o maior do mundo, tem sido sub-explorado para a produção de carne devido à preferência relativamente baixa dos consumidores domésticos por carne, seja de bovinos ou de búfalos, pela maioria dos consumidores indianos. Na Índia, o termo “beef” refere-se a carne de bovinos e de búfalos. Aproximadamente 80% da carne produzida na Índia é de búfalos e, pela lei, somente carne de búfalo pode ser exportada.
Terceiro, o desenvolvimento de frigoríficos privados, orientados para exportação, em vários estado da Índia tem levado ao processamento de animais e comercialização de produtos com especificações de um diverso grupo de mercados de exportação. Embora as exportações de carne de bovinos sejam proibidas por questões religiosas, alguns estados proibiram todas as exportações de bovinos. Os búfalos não têm o mesmo significado religioso para a maioria dos indianos e o abate de búfalos, bem como as exportações de sua carne, continuam legais no país.
A expansão das exportações de carne bovina da Índia têm implicações para os Estados Unidos e outros exportadores que buscam expandir as exportações principalmente aos mercados em desenvolvimento agora servidos pela Índia. As exportações de carne de búfalo da Índia têm custos relativamente baixos com relação às exportações dos Estados Unidos e de outros exportadores, o que reflete as diferenças de qualidade percebidas – a Índia exporta carne de búfalo produzida principalmente de animais leiteiros descartados ou não produtivos e seu produto não pode suprir os padrões relativamente rígidos sanitários de mercados mais avançados para importações de carne. Entretanto, as exportações indianas suprem a demanda de um segmento de rápido crescimento do mercado mundial de carne bovina, principalmente nos países da Ásia e do Oriente Médio, que atualmente não são servidos pela carne americana.
Análises da capacidade da Índia de sustentar crescimento nas exportações de carne de búfalo são complicadas devido aos limitados dados confiáveis, mas hipóteses conservadoras sobre as taxas de abate e os pesos sugerem que a produção poderia cair abaixo das atuais projeções do USDA até cerca de 2020. Se, entretanto, os produtores e processadores da Índia responderem à oportunidade comercial agora fornecida pela demanda de exportação criando mais bezerros machos e/ou adotando engorda pré-abate para aumentar os baixos pesos ao abate, o crescimento na produção e nas exportações poderá se sustentar. O sucesso em obter acesso oficial a novos mercados, incluindo as atuais iniciativas de abertura de mercado da China e da Rússia, também podem ajudar a determinar o crescimento futuro das exportações de carne bovina da Índia.
Exportações
Em 2000, os cinco maiores exportadores de carne bovina do mundo eram Austrália, Estados Unidos, União Europeia (UE), Canadá e Brasil. Entre esses países, hoje, somente Austrália, Estados Unidos e Brasil continuam entre os top cinco, e a Índia emergiu como o maior exportador (Figura 1). O crescimento nas exportações de carne bovina da Índia e a participação no mercado global têm sido particularmente fortes desde o final dos anos 2000s, com o volume de exportações expandindo em cerca de 17% anualmente desde 2008. O crescimento nas exportações tem ocorrido principalmente nos mercados de renda média na Ásia, Oriente Médio e norte da África, com a carne de búfalo da Índia tipicamente sendo comercializada a baixos valores unitários com relação à carne bovina de outros países.
Índia 1
Os mercados de exportação de carne de búfalo da Índia são em grande parte determinados por dois fatores. Primeiro, porque a carne bovina é produzida principalmente por búfalos d’água descartados usados na produção leiteira, é um produto de preço relativamente baixo com apelo particular aos consumidores de baixa renda, principalmente em países em desenvolvimento. Esses consumidores frequentemente exibem propensões relativamente altas de gastar novas rendas em itens alimentícios de maior valor, como carnes, bem como têm alta capacidade de resposta a mudanças no preço dos alimentos e outros bens. Nesse ponto, há muito pouca engorda de búfalos na Índia para a produção de produtos de maior qualidade para mercados desenvolvidos e a Índia não é capaz de garantir que esses produtos cumpram com padrões sanitários mais rígidos, bem como com padrões de ausência de doenças dos mercados desenvolvidos.
A qualidade relativa percebida da carne de búfalo da Índia é refletida nos valores unitários reportados para o produto congelado, sem osso, exportado pela Índia e dos produtos congelados e sem osso exportados por outros fornecedores, como Argentina, Austrália, Brasil, Nova Zelândia e Estados Unidos (Figura 2).
Índia 2
Entre os principais exportadores, a Índia tem consistentemente sido o de menor valor unitário desde 2000. O valor unitário de exportação dos Estados Unidos está tipicamente entre os mais altos dos principais exportadores, refletindo a qualidade percebida da carne americana e a ampla aceitação do produto em mercados desenvolvidos. Os valores unitários de importantes exportadores, particularmente Argentina, Brasil e Austrália, que tendem a exportar mais carne produzida a pasto com características similares em termos de gordura à da carne indiana, ainda são consistentemente comercializadas a preços premiums substanciais com relação ao produto indiano.
Os valores unitários não são estimadores perfeitos da qualidade, à medida que cestas de alimentos podem se encaixar em códigos individuais de comércio. Embora todos os produtos incluídos sejam carne congelada sem osso, os cortes e outras características podem variar. A Índia, entretanto, parece ser a opção significativamente mais barata para os importadores que buscam carne de baixo custo.
O segundo importante fator que ajuda a determinar os mercados de exportação para carne de búfalo da Índia é que o produto é requerido pela lei a ser produzido de acordo com os padrões halal. Essa característica, junto com a capacidade dos frigoríficos indianos de serem orientados à exportação para suprir outros padrões de qualidade e sanidade requeridos por certos mercados, tornam a carne de búfalo indiana competitiva em vários mercados de países em desenvolvimento no Sudeste da Ásia, Oriente Médio e norte da África com populações muçulmanas que requerem a observação de práticas de abate muçulmanas.
Mercados de exportação da Índia
As exportações de carne bovina à Ásia, Oriente Médio e África aumentaram dramaticamente nos últimos anos e agora representam cerca de 97% das exportações totais de carne bovina da Índia (Figura 3). A maior parte vai para o Sudeste da Ásia, com Vietnã, Malásia, Tailândia e Filipinas sendo responsáveis pelo maior volume da região. A região do Oriente Médio, principalmente Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Jordânia, é o segundo maior destino de exportação da carne bovina indiana, seguida pelo norte da África.
Índia 3
As exportações da Índia enfrentam proteção tarifaria em uma série de importantes destinos de exportação. Entre os 19 dos 25 principais mercados de exportação de carne bovina da Índia durante 2012-14, 8 têm tarifas de Nações Mais Favorecidas (MFN) para carne sem osso congelada de menos de 10%, 7 têm tarifas de 10-20% e 4 têm tarifas maiores que 20%. Entretanto, a participação da Índia em um acordo comercial regional com membros da Associação das Nações do Sudeste da Ásia (ASEAN) garante seu acesso preferencial na Tailândia (onde a Índia tem tarifa zero, comparado com 50% da tarifa MFN), Laos (21%, comparado com 30%) e Filipinas (7%, comparado com 10%).
O maior destino de exportação da carne bovina da Índia e fonte do mais recente crescimento das exportações do país, é o Vietnã. As exportações de carne bovina da Índia ao Vietnã alcançaram o recorde de 927.760 toneladas em 2014, antes de cair para 791.188 toneladas em 2015 e alcançar 44-45% das exportações da Índia em ambos os anos. Os envios ao Vietnã começaram em meados dos anos 2000, mas aumentaram muito no começo de 2011.
O destino final da carne bovina indiana exportada ao Vietnã não é claro. Embora dados de exportação da Índia identifiquem o Vietnã como destino final, as importações não podem ser verificadas por dados de importação vietnamitas, nem pela base de dados estatísticos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o que sugere que é improvável que esse grande volume de carne seja consumido no Vietnã e que o país provavelmente reenvia essa carne indiana a outros mercados da Ásia. Se uma proporção significativa de exportações indianas está sendo reenviada a outros mercados, as exportações de carne bovina da Índia são altamente dependentes dessas rotas de reexportação ou da abertura formal dos mercados envolvidos.
Brasil e Austrália, dois outros importantes exportadores de carne bovina, têm mais de seus importantes mercados em comum com a Índia do que os Estados Unidos. Brasil e Austrália têm 9 dos 25 principais mercados em comum com a Índia durante 2013-15. No caso do Brasil e da Índia, suas exportações a esses mercados comum de modo geral expandiram-se até 2010, após o que somente a participação da Índia nesses mercados aumentou. Mais recentemente, em 2015, a forte desvalorização do Real reduziu a diferença entre os valores unitários de exportação entre Índia e Brasil para a carne bovina e isso deverá levar a alguma recuperação na participação de mercado do Brasil. A competição entre Índia e Austrália nos principais mercados comuns para esses dois países têm sido bem menos significativa e sugere que eles são concorrentes em segmentos bem diferentes de mercado dentro desses mercados.
Índia 4
Fonte: USDA, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint

Principais indicadores do mercado do boi – 20-07-2016

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, margem bruta, câmbio
19/07/16Diferença
18/Jul12/Jul16/Jun/16
Boi Gordo – Esalq/BM&F à vistaR$ 155,40-0,37%-0,63%-1,06%
Bezerro – Esalq/BM&F à vistaR$ 1.301,16-0,32%0,58%-3,78%
Margem bruta na reposiçãoR$ 1.262,94-0,41%-1,85%1,92%
Boi Gordo – em dólaresUS$ 47,39-0,87%-0,79%5,29%
DólarR$ 3,280,51%0,16%-6,03%
Fonte: Esalq/BM&F, Bacen, elaboração BeefPoint
O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista apresentou baixa de 0,37%, nessa terça-feira (19) sendo cotado a R$ 155,40/@. O indicador a prazo foi cotado em R$ 157,12.
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro à vista x margem bruta
O indicador Esalq/BM&F Bezerro apresentou baixa de 0,32%, cotado a R$ 1301,16/cabeça nessa terça-feira (19). A margem bruta na reposição foi de R$ 1262,94 e apresentou baixa de 0,41%.
Gráfico 2. Indicador de Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista em dólares e dólar
Na terça-feira (19), o dólar apresentou alta de 0,51% e foi cotado em R$ 3,28. O boi gordo em dólares registrou desvalorização de 0,87%, sendo cotado a US$ 47,39. Verifique as variações ocorridas no gráfico acima.
Tabela 2. Fechamento do mercado futuro em 19/07/16
Vencimento Fechamento Diferença do dia anteriorContratos em abertoContratos negociados 
Jul/16155,170,112.946215 
Ago/16156,010,662.825493 
Set/16157,200,3743744 
Out/16159,96-0,019.233728 
Nov/16159,50-0,121.050417 
Dez/16159,150,004655 
Jan/17160,47-0,05990 
Fev/17155,94-0,1000
Mar/17152,15-0,1532266 
Abr/17161,80-0,18710 
Indicador de Preço Disponível do Boi Gordo Esalq/BM&F – Estado de SPIndicador de Preço Disponível do Bezerro Esalq/BM&F – Estado de MS
DataÀ vista
R$/@
A prazo
R$/@
DataÀ vista
R$/cabeça
A prazo
R$/cabeça
11/07/16156,53157,5811/07/161280,481294,60
12/07/16156,39159,2912/07/161293,641308,02
13/07/16156,48158,7413/07/161300,291305,76
14/07/16156,45158,5814/07/161305,701305,55
15/07/16156,29158,6715/07/161303,021300,84
18/07/16155,97158,0018/07/161305,381303,43
19/07/16155,40157,1219/07/161301,161303,90
Fonte: Esalq/BM&F, elaboração BeefPoint.
O contrato futuro do boi gordo para jul/16 apresentou alta de R$ 0,11 e foi negociado a R$ 155,17 em relação ao dia anterior.
Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x contratos futuros para jul/16
Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seção cotações.
Tabela 3. Atacado da carne bovina
19/07/16Diferença
18/Jul12/Jul16/Jun/16
Traseiro (1×1)R$ 10,100,00%-0,98%-3,81%
Dianteiro (1×1)R$ 7,900,00%-1,25%-7,06%
Ponta AgulhaR$ 7,900,00%0,00%-1,25%
Equiv. FísicoR$ 147,210,00%-1,01%-3,83%
Spread Eq. Físico/Esalq-R$ 8,19-6,51%6,64%105,26%
Fonte: Boletim Intercarnes, elaboração BeefPoint
No atacado da carne bovina, o equivalente físico foi fechado a R$ 147,21. O spread (diferença) entre os valores da carne no atacado e do indicador do boi gordo foi de -R$ 8,19 e sua variação apresentou alta de R$ 0,57 no dia. Conforme mostra a tabela acima.
Gráfico 4. Spread Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico
O Spread é a diferença entre os valores da carne no atacado e do Indicador do boi gordo. Desta forma, um Spread positivo significa que a carne vendida no atacado está com valor superior ao do boi comprado pela indústria, deixando assim esta margem bruta positiva e oferecendo suporte ou potencial de alta para o Indicador, por exemplo.
fonte: BeefPoint

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Crise ‘sem precedentes’ ameaça frigoríficos brasileiros, diz Abrafrigo

Uma crise “sem precedentes” ameaça atingir a indústria brasileira de carne bovina, de acordo com a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). A associação avalia que a crise conjuga três fatores que não costumam andar juntos: retração do consumo interno de carne bovina, “difícil crescimento” das exportações e apreciação do real.
“Está muito próxima a situação de fechamento de unidades e desemprego, algo que não imaginamos que pudesse vir a ocorrer tão cedo”, advertiu o presidente da Abrafrigo, Péricles Salazar, em nota.
De acordo com a Abrafrigo, a queda do consumo de carne bovina no Brasil é o principal fator da crise que pode atingir o segmento. Citando dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a associação lembrou que o consumo per capita de carne bovina no Brasil já foi de cerca de 40 quilos por ano, mas agora está em 32 quilos por ano. Além disso, a tendência é que o consumo se reduza ainda mais devido à queda da renda no país.
O “difícil crescimento” das exportações de carne bovina é outro fator apontado pela Abrafrigo. De acordo com a associação, a queda dos preços do petróleo afetou a demanda de clientes relevantes como Rússia e Venezuela pela carne bovina do Brasil.
Mas a valorização do real perante o dólar também vem reduzindo a rentabilidade das exportações.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint

Preço do boi casado caiu 8,0% em relação a julho do ano passado



Apesar da oferta limitada de animais terminados, o lento escoamento da carne não tem deixado espaço para valorizações nos preços da arroba do boi gordo.

Com isso, o mercado vem andando de lado na maioria das regiões pesquisadas pela Scot Consultoria.

No panorama geral, boa parte das indústrias opta por reduzir o volume de compra pulando dias de abate ou aumentando a ociosidade diária como estratégia para manter as programações de abate mais confortáveis.

No mercado atacadista de carne com osso os preços estão estáveis há mais de um mês. O boi casado de animais castrados está cotado em R$8,56/kg. Na comparação com o mesmo período do ano anterior houve queda de 8,0%.

A margem de comercialização das indústrias que fazem a desossa (Equivalente Scot Desossa em relação ao preço da arroba) está em 11,9%, queda de 13,4 pontos percentuais frente o início do ano. Este é um fator que pode limitar a força do mercado e merece a atenção especial por parte dos pecuaristas.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Projeções mostram que setor de carnes deve apresentar intenso crescimento nos próximos anos

Antes de apresentar as projeções de carnes, procura-se ilustrar a atual distribuição no Brasil do rebanho bovino, no que se refere ao número de animais abatidos em 2015. Segundo o IBGE (2016), nesse ano foram abatidas 30,6 milhões de cabeças em todo o país. O Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Pará, Rondônia e Rio Grande do Sul, lideram os abates, com 76,0% dos abates no país.
Os dados de efetivos de bovinos em 2014, indicam que o país possuía nesse ano, 212,3 milhões de cabeças, sendo que 33,5% encontravam-se no Centro-oeste, 21,6% no Norte, 18,1% no Sudeste, 13,8% no Nordeste e 12,9% no Sul. No Centro-oeste, o maior efetivo estava em Mato Grosso e no Norte, Pará e Rondônia concentravam o maior efetivo.
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As projeções de carnes para o Brasil mostram que esse setor deve apresentar intenso crescimento nos próximos anos e a expectativa é que a produção de carne no Brasil continue seu rápido crescimento na próxima década (OECD-FAO, 2015). Ainda segundo essas instituições, os preços ao produtor devem crescer fortemente durante os próximos dez anos, especialmente para carne de porco e carne bovina, enquanto os preços do frango devem crescer a taxas mais modestas (OECD– FAO, p. 78, item 144).
Entre as carnes, as que projetam maiores taxas de crescimento da produção no período 2015/16 a 2025/26, são a carne de frango, que deve crescer anualmente a 3,0%, e a suína, cujo crescimento projetado para esse período é de 2,7% ao ano. A produção de carne bovina tem um crescimento projetado de 2,4% ao ano, o que também representa um valor relativamente elevado, pois consegue atender ao consumo doméstico e às exportações.
A produção total de carnes em 2015/16 está estimada em 26,3 milhões de toneladas e a projeção para o final da próxima década é produzir 34,1 milhões de toneladas de carne de frango, bovina e suína. Essa variação entre o ano inicial da projeção e o final resulta num aumento de produção de 29,8%.
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O crescimento anual projetado para o consumo da carne de frango é de 2,8% no período 2015/16 a 2025/26. Isso significa um aumento de 31,8% no consumo nos próximos 10 anos. O consumo de carne de frango projetado para 2025/26 é de 12,9 milhões de toneladas; supondo a população total projetada pelo IBGE em 219,0 milhões de pessoas, tem- se ao final das projeções um consumo de 58,6 kg/hab/ano; o consumo em 2016 estimado pela Conab (2016) é de 46,2 kg/hab/ano.
A carne suína passa para o segundo lugar no crescimento do consumo com uma taxa anual de 2,5% nos próximos anos. Em nível inferior de crescimento situa-se a projeção do consumo de carne bovina, de 1,5% ao ano para os próximos anos.
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Quanto às exportações, as projeções indicam elevadas taxas de crescimento para os três tipos de carnes analisados. As estimativas projetam um quadro favorável para as exportações brasileiras. As carnes de frango e de suínos lideram as taxas de crescimento anual das exportações para os próximos anos – a taxa anual prevista para carne de frango é de 3,6%, e a carne suína tem taxa idêntica. As exportações de carne bovina devem situar-se numa média anual de 3,1%. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, 2016) classifica o Brasil em 2024 como segundo maior exportador de carne bovina, sendo a Índia o primeiro exportador, seguida pela Austrália e Estados Unidos. Nas exportações de carne de porco o Brasil é classificado em quarto lugar, atrás dos Estados Unidos, União Europeia e Canadá. Em carne de frango o Brasil fica em primeiro lugar nas exportações.
As exportações de carnes ao final do período das projeções devem passar de 7,0 milhões de toneladas em 2015/16, para 9,9 milhões de toneladas nos próximos 10 anos, um aumento, portanto, de 2,9 milhões de toneladas. Desse montante, 1,9 milhão de toneladas, ou seja 65,5% deve ser de carne de frango. O restante do acréscimo na quantidade exportada fica distribuído entre carne bovina, 23,9% e carne suína, 10,6%. O grande mercado para a carne bovina é representado por Hong Kong, Rússia, União Europeia (EU 28), Venezuela e Egito. Para a carne de frango, os principais destinos são Arábia Saudita, União Europeia (EU 28), Japão, China, Emirados árabes Unidos, Hong Kong e Venezuela. Para a carne suína, os principais mercados são Rússia, Hong Kong e Cingapura.
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Fonte: PROJEÇÕES DO AGRONEGÓCIO Brasil 2015/16 a 2025/26 Projeções de Longo Prazo, do Mapa.

domingo, 17 de julho de 2016

Exportadores de ganado en pie expectantes por situación turca

Estaba previsto que la licitación de compra se definiera este lunes
Los exportadores uruguayos de ganado en pie observan con expectativa la situación de conflicto político en Turquía, país que ha sido el principal mercado del rubro para Uruguay. En la noche del viernes 15 un grupo militar intentó dar un golpe de estado, pero finalmente el presidente Recep Tayyip Erdogan logró evitar el derrocamiento.

Antes de que se generara esta situación, estaba previsto que este lunes se definiera la licitación de compra de ganado en pie planteada por el gobierno de Turquía, pero los exportadores uruguayos sostienen que no hay esperanzas de poder ganarla. "Tener al país esperanzado en la licitación de Turquía es totalmente infantil. Todas las empresas uruguayas exportadoras de ganado en pie se presentaron, pero el gobierno turco pretende pagar US$ 3,50 por kilo de ternero, y a ese valor el negocio no cierra, así perdemos plata", aseguró a El Observador Rodrigo González, director de la empresa Escoltix. 

El empresario opinó que se perfilan para ganar empresas de Brasil, Colombia y alguna de Europa. Explicó que el llamado tiene en cuenta a empresas de América del Sur, no a países, y por lo tanto a último momento la empresa decidirá desde qué país la hace. El llamado es para 25 mil animales de Sudamérica, 50 mil de Europa y algo más de Australia, indicó González. 

El empresario insistió en que Uruguay no llega a los precios que pretende pagar Turquía y aseguró que si mañana Egipto hace una licitación similar, el país tampoco tiene chances frente a los precios de ganado y flete de sus competidores. Señaló que el ternero en Belén do Pará, norte de Brasil, vale US$ 1,30 por kilo, mientras que en Uruguay vale en el entorno de US$ 2. "Imaginemos que valga lo mismo que en Uruguay, pero solo de costo de flete tienen US$ 0,40 menos", comentó. 

El exportador consideró que posiblemente se compre algo en Uruguay, pero desestimó que sean más de 20 mil o 25 mil cabezas hasta fin de año. Ese volumen sería muy menor, considerando que en el primer semestre de 2016 se exportaron más de 91 mil reses desde Uruguay a Turquía. "Si el mercado no se da cuenta que la situación cambió, el golpe será aún más grande", reflexionó. 

"Tenemos que parar de jugar con las compras de terneros. Veníamos arriesgando comprando a US$ 2 y US$ 1,95 por kilo", dijo González. El empresario señaló que todas las empresas que operan en Uruguay se presentaron a la licitación, y que entre todas ya tienen más de 25 mil terneros comprados, por lo tanto, si alguna de ellas triunfa, la oferta ya está disponible para exportar. 

Esta no es una buena noticia para los criadores, ya que la demanda de terneros disminuiría en el mercado interno. 

"Si no gano la licitación paro de comprar al otro día. Es totalmente al revés de lo que se están imaginando. Turquía no le comprará a Uruguay 100 mil animales, cuando mucho serán 30 mil y entre cinco exportadores ya tenemos 40 mil terneros. Tengo 8.000 animales comprados y podría llegar a 10 mil, todos los días me están ofreciendo más y respondo que aún no sé si puedo comprar", sostuvo. 

Agregó que en el mercado local hay muchísima oferta de terneros, y que se pueden comprar sin problemas a US$ 1,95 por kilo. 

Insistió en que se están generando falsas expectativas, porque no hay negocios para la exportación; y consideró que será muy difícil que Uruguay gane la licitación porque está en el tope de precios entre los oferentes. 

"Lamentablemente se generó una expectativa muy alta y no hay esperanzas en este negocio. Una alternativa para bajar los costos sería que el gobierno nos saque los impuestos, los márgenes son muy chicos, si me sacan los impuestos le puedo subir US$ 0,10 por kilo al productor, de lo contrario es imposible", comentó el exportador. 

Es la primera vez que Turquía realiza una licitación para comprar ganado en pie. Anteriormente la actividad se realizaba a través de empresas privadas, pero el gobierno turco intervino, subiéndoles el arancel a 60% a las empresas privadas, y llamando a una licitación pública con el objetivo de bajar los precios de la carne en el mercado interno. 

Escoltix está analizando seguir trabajando con las empresas privadas de Turquía, pagando el arancel de 60%, o sea por fuera de la licitación, pero ello significa un sobreprecio importante. González informó que se está negociando repartir ese costo entre el productor, el exportador, el dueño del barco y el importador, lo que presionaría el precio del ternero a la baja. 

El 15 de agosto la firma embarcará más de 3.000 animales de varias categorías, incluyendo novillitos y vaquillonas, con destino a Líbano. Por otra parte, González señaló que Egipto no demanda terneros enteros sino toros grandes para faena, de más de 350 kilos. Esa es una mercadería que no se consigue en Uruguay y las empresas están engordando terneros enteros durante 120 días para atender a ese mercado.
fonte: El Observador