Antes de apresentar as projeções de carnes, procura-se ilustrar a atual distribuição no Brasil do rebanho bovino, no que se refere ao número de animais abatidos em 2015. Segundo o IBGE (2016), nesse ano foram abatidas 30,6 milhões de cabeças em todo o país. O Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Pará, Rondônia e Rio Grande do Sul, lideram os abates, com 76,0% dos abates no país.
Os dados de efetivos de bovinos em 2014, indicam que o país possuía nesse ano, 212,3 milhões de cabeças, sendo que 33,5% encontravam-se no Centro-oeste, 21,6% no Norte, 18,1% no Sudeste, 13,8% no Nordeste e 12,9% no Sul. No Centro-oeste, o maior efetivo estava em Mato Grosso e no Norte, Pará e Rondônia concentravam o maior efetivo.
As projeções de carnes para o Brasil mostram que esse setor deve apresentar intenso crescimento nos próximos anos e a expectativa é que a produção de carne no Brasil continue seu rápido crescimento na próxima década (OECD-FAO, 2015). Ainda segundo essas instituições, os preços ao produtor devem crescer fortemente durante os próximos dez anos, especialmente para carne de porco e carne bovina, enquanto os preços do frango devem crescer a taxas mais modestas (OECD– FAO, p. 78, item 144).
Entre as carnes, as que projetam maiores taxas de crescimento da produção no período 2015/16 a 2025/26, são a carne de frango, que deve crescer anualmente a 3,0%, e a suína, cujo crescimento projetado para esse período é de 2,7% ao ano. A produção de carne bovina tem um crescimento projetado de 2,4% ao ano, o que também representa um valor relativamente elevado, pois consegue atender ao consumo doméstico e às exportações.
A produção total de carnes em 2015/16 está estimada em 26,3 milhões de toneladas e a projeção para o final da próxima década é produzir 34,1 milhões de toneladas de carne de frango, bovina e suína. Essa variação entre o ano inicial da projeção e o final resulta num aumento de produção de 29,8%.
O crescimento anual projetado para o consumo da carne de frango é de 2,8% no período 2015/16 a 2025/26. Isso significa um aumento de 31,8% no consumo nos próximos 10 anos. O consumo de carne de frango projetado para 2025/26 é de 12,9 milhões de toneladas; supondo a população total projetada pelo IBGE em 219,0 milhões de pessoas, tem- se ao final das projeções um consumo de 58,6 kg/hab/ano; o consumo em 2016 estimado pela Conab (2016) é de 46,2 kg/hab/ano.
A carne suína passa para o segundo lugar no crescimento do consumo com uma taxa anual de 2,5% nos próximos anos. Em nível inferior de crescimento situa-se a projeção do consumo de carne bovina, de 1,5% ao ano para os próximos anos.
Quanto às exportações, as projeções indicam elevadas taxas de crescimento para os três tipos de carnes analisados. As estimativas projetam um quadro favorável para as exportações brasileiras. As carnes de frango e de suínos lideram as taxas de crescimento anual das exportações para os próximos anos – a taxa anual prevista para carne de frango é de 3,6%, e a carne suína tem taxa idêntica. As exportações de carne bovina devem situar-se numa média anual de 3,1%. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, 2016) classifica o Brasil em 2024 como segundo maior exportador de carne bovina, sendo a Índia o primeiro exportador, seguida pela Austrália e Estados Unidos. Nas exportações de carne de porco o Brasil é classificado em quarto lugar, atrás dos Estados Unidos, União Europeia e Canadá. Em carne de frango o Brasil fica em primeiro lugar nas exportações.
As exportações de carnes ao final do período das projeções devem passar de 7,0 milhões de toneladas em 2015/16, para 9,9 milhões de toneladas nos próximos 10 anos, um aumento, portanto, de 2,9 milhões de toneladas. Desse montante, 1,9 milhão de toneladas, ou seja 65,5% deve ser de carne de frango. O restante do acréscimo na quantidade exportada fica distribuído entre carne bovina, 23,9% e carne suína, 10,6%. O grande mercado para a carne bovina é representado por Hong Kong, Rússia, União Europeia (EU 28), Venezuela e Egito. Para a carne de frango, os principais destinos são Arábia Saudita, União Europeia (EU 28), Japão, China, Emirados árabes Unidos, Hong Kong e Venezuela. Para a carne suína, os principais mercados são Rússia, Hong Kong e Cingapura.
Fonte: PROJEÇÕES DO AGRONEGÓCIO Brasil 2015/16 a 2025/26 Projeções de Longo Prazo, do Mapa.
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