Boi: aumento de animais de confinamento deve ser compensado pela redução na oferta de bois a pasto, o que pode reduzir uma potencial pressão negativa por parte da oferta.
FONTE: NOTICIAS AGRICOLAS
Sejamos objetivos: lembram-se dos gráficos que publiquei na semana passada sobre escalas e diferenciais de base? Pois é, eles sofreram algumas alterações na última semana. Observe:
Gráfico 1.
Escalas de abate na semana passada e nesta semana nas diferentes praças pecuárias (dias).
As barras verdes mais claras representam a situação das escalas no início de julho, na iminência de o mercado subir. As barras verdes escuras representam as escalas na semana passada. As barras azuis representam as programações hoje, de acordo com o Cepea.
Vamos dividir a análise.
1. Observando o período semana-a-semana. Com exceção do Mato Grosso do Sul, as escalas diminuíram em todas as praças analisadas. Porém, os preços no MS ficaram praticamente estáveis entre os dias 16/8 e 24/8. Mas observe que o diferencial entre vaca e boi diminuiu substancialmente, de -9% para -4% nesse mesmo período. O fato de o frigorífico se dispor a pagar mais pela vaca em relação ao preço do boi é um sinal altista, sinal de que a oferta de bois não está satisfatória.
2. Comparando os indicadores de hoje aos indicadores do fim de junho, quando o boi reagiu e entramos na entressafra definitivamente. As escalas de abate no período estavam iguais ou maiores do que o que vemos hoje, com exceção do Mato Grosso. É… por lá a oferta está abundante mesmo, principalmente se considerarmos o período sazonal. No caso do diferencial vaca/boi, no Mato Grosso do Sul, considerando o final de junho, ele estava em -9% contra os -4% atuais que já comentei.
Tá, oquei, o diferencial no MS pode não servir como exemplo, os outros podem ter se comportado de maneira diferente. É verdade. Vamos checar os diferenciais vaca/boi em outras praças:
Gráfico 2.
Evolução do diferencial vaca/boi em diferentes praças pecuárias.
É possível observar que, com exceção de Goiás, nas outras praças aumentou a pressão altista sobre a vaca, isto é, o preço da vaca subiu em relação ao valor pago pelo boi.
Parece que no curto-prazo, a alta do boi praticamente já ocorreu. Resta o preço subir. Mas o que tem impedido esse movimento, uma vez que a oferta piorou, as escalas contam com pulos, falhas e vacas compondo os abates (rendimento mais baixo)? A resposta está na carne.
Gráfico 3.
Evolução dos preços do boi gordo (R$/@ em Barretos – SP) e do boi casado no atacado (R$/kg).
Observe que no fim de junho, os preços do boi casado estavam mais embaixo, ou seja, davam mais espaço para uma valorização. Agora, eles caíram, mas não tanto quanto em junho. Estão em patamares mais elevados comparativamente, o que dificulta que o consumidor se anime a comprar mais, já que está pagando mais caro. O movimento do atacado teve altíssima correlação com o movimento observado para o boi gordo, que saiu de um fundo em R$95,00/@ e caiu novamente em agosto, mas não voltou aos R$95,00/@. Parou nos R$99,00/@.
O consumo pode dar aquela melhorada de início de mês, principalmente devido ao fechamento da diferença entre o preço do frango e o preço do dianteiro bovino, que são concorrentes. Mas depois pode acabar pesando novamente devido à chegada da segunda quinzena do mês e de um possível ajuste da produção de frangos, que é rápida e voltou a dar resultados aos granjeiros. Sem falar nas exportações que, por enquanto, não nos dão esperanças de recuperação. O cenário macroeconômico anda muito feio.
Tá, vamos resumir esse monte de informações perdidas: o consumo vai bem, mas será difícil esticar mais do que isso, excluindo-se a variação atrelada ao fator sazonal (início/fim de mês). É o que me parece por enquanto.
Aparentemente, essa será a nossa entressafra. Já há bom número de pessoas preocupadas com a oferta em setembro, apesar de as pesquisas de confinamento apontarem bom crescimento da oferta desse tipo de animal. Aliás, de acordo com a pesquisa Top 50 Confinamento realizada pela equipe do BeefPoint, a concentração de vendas de animais de cocho ocorrerá em setembro. O motivo é que os preparativos foram feitos no início do ano, antes de o boi gordo cair e enquanto os custos ainda eram considerados baixos. Depois que o boi caiu e os custos subiram, ninguém apostou tanto no segundo turno como no primeiro. Resultado: concentração menor em outubro/novembro.
A questão é que a partir de agora, os pastos estão em péssimas condições e os modelos climáticos não apontam chuvas para a próxima quinzena. A partir daí, a confiança no modelo é menor, por isso não vou me estender sobre este assunto. A questão é que mesmo animais de semi-confinamentos poderão se tornar escassos em setembro devido à baixíssima disponibilidade de forragem. Conclusão: aparentemente, a única oferta que sobrará é a de animais confinados.
Parece que em termos de demanda a coisa anda meio fraca. Quero dizer, não me entendam mal, a fraqueza a que me refiro é relacionada à capacidade do consumidor brasileiro comprar mais carne bovina do que vem comprando no momento, mas como escrevi em textos anteriores, o mercado interno certamente vem fazendo a sua parte.
Já em termos de oferta, parece que temos tudo para que o boi volte a andar no curto-prazo. A condição para isso ocorra é que o mercado interno se descole por um momento do cenário macro-econômico. Se isso ocorrer, o peso que paira sobre os preços pecuários poderá se tornar um pouco mais leve e aí a balança oferta X demanda voltará a pender.
Bem-vindo à entressafra!
FONTE: www.agroblog.com.br / autor Lygia Pimentel
Rogério Goulart, administrador de empresas, pecuarista e editor da Carta Pecuária
cartapecuaria@gmail.com Reprodução permitida desde que citada a fonte |
Estamos no meio da entressafra, caro leitor. O que aconteceu com a arroba do boi, a arroba do bezerro, a taxa de reposição e o contrato futuro de outubro por esses tempos? Vamos usar como referência inicial o dia do pior preço da arroba do boi no final de junho.
A arroba do boi saiu de R$ 95,94 para 100,31 hoje. A arroba do bezerro valia R$ 116,00 e ainda vale os mesmo R$ 116,00. O bezerro saiu de R$ 740,00 para R$ 734,00 hoje. A taxa de reposição saiu de 2,14 bezerros/boi para 2,25 bezerros/boi hoje. O contrato de outubro saiu de R$ 100,35 para R$ 103,18 hoje. Ou seja, a entressafra está seguindo seu curso, puxando os preços do boi. Está certo que até agora essa puxada é bem abaixo da média histórica, mas também com a enxurrada de bois confinados em Goiás e, pelo que dizem, no Mato Grosso, até que o mercado está se comportando bem. O destaque vai, então, para a arroba do bezerro. Vejam que os preços não caíram nesses meses. Ela ainda vale ao redor de 116 reais. Curiosamente esse preço — 116 reais — é bem próximo do pico da arroba do boi do ano passado, se lembram? Não podemos nos esquecer também a tendência do boi encostar no bezerro nas entressafras. “Crise”, “Consumo interno”, “Confinamentos”. O preço da arroba do boi já encostou na arroba do bezerro em qualquer uma dessas ocasiões. É como se fosse um norte interno do setor, que independe do que está ocorrendo na economia de um modo geral. Não descartaria essa possibilidade esse ano, ainda. Pelo menos até começar a entrar para valer os bois da futura safra. Observe no primeiro gráfico o que disse. O boi, no seu devido tempo, busca o bezerro. Isso ocorreu todos os anos exceto 09 e 10. Não aconteceu por causa da crise? Pode ser. Esse ano, até agora, não estamos tendo essa convergência. Ela ocorrerá, mais cedo ou mais tarde. Quanto mais tarde vier, mais forte será o movimento dos preços, em especial o movimento da arroba do boi, se é que a história nos serve de alguma coisa, pois no passado foi isso que ocorreu em vários anos, como você pode ver aqui. Seguindo em frente, observe o gráfico das semanas de alta e baixa da arroba do boi, ao lado. Esse gráfico mostra quantas semanas consecutivas a arroba caiu ou subiu com o passar do tempo. Acabamos de fechar a “semana 3” da baixa atual. No passado recente, desde 2010, as baixas normais se estenderam na maioria das vezes até três semanas, podendo ir até 4 semanas. Na safra desse ano tivemos 5 semanas consecutivas de queda. Como a queda típica são três semanas, pode-se especular que o mercado “já deu” o que tinha que dar na baixa? Não sei. Vamos olhar o mercado futuro. Normalmente o mercado futuro antecipa as mudanças no mercado físico. O contrato de outubro está no último gráfico. Observe a forte queda nesses últimos trinta dias. O mercado caiu de 109 reais para os 103 de hoje. Chama a atenção os pisos crescentes desses meses. Antes o mercado parou no 100 reais. Hoje parou no 103. Interessante, mas pouco informativo para o que a gente quer. Então, não, o mercado até agora está neutro. Ele está indeciso. Sobe forte em um dia, cai forte no outro. A semana terminou em alta, o que é positivo, porém esse contrato precisa andar mais um pouco para se tornar novamente atrativo sob o ponto de vista de trava de preços. Então, caro leitor. Vamos por as barbas de molho. É uma boa notícia estarmos na terceira semana de “queda”. No MS diminuíram os preços de 95 para 94 e depois para 93 reais, porém a notícia que temos é que pelo menos na região de Dourados os preços já voltaram para 95 reais. Talvez a “3ª semana” seja o máximo que essa arroba poderá cair na safra? Veremos. A oferta concentrada de bois confinados está em plena força. Comentários que em Goiás que essa oferta está no seu pico, agora. Não tive como confirmar isso. Dizem que no MT está cada semana entrando mais bois, também não tive como confirmar isso. Talvez seja verdade, talvez seja apenas os comentários gerais do mercado. O fato é que há bois confinados suficientes para segurar as cotações? Sim, pelo menos nessas últimas três semanas foi isso que ocorreu. A virada do mês pode trazer surpresas? Toda virada de mês é boa para a carne. Se estivermos mesmo ao redor do pico dessa fornada de bois confinados, setembro poderá trazer surpresas para a pecuária. Espero que surpresas boas. Nortão — Bom, provavelmente a maioria de vocês quando for ler esse texto já estarei na estrada rumo à Rodovia Fantasma, Linha do Equador e Transamazônica, 10 mil quilômetros embrenhados na maior floresta tropical do mundo. De moto! Continuarei a escrever nossos textos semanais, sem problemas. Quem quiser acompanhar a aventura é só entrar no site www.cartapecuaria.com.br. Aviso: está no ar o blog da viagem de moto para a Rodovia Fantasma e Trasamazônica! Entre no site www.cartapecuaria.com.br e confira! Nota da Bigma Consultoria: O texto de Rogério Goulart, da Carta Pecuária, publicado nesse espaço, foi resumido e alguns gráficos podem ter sido suprimidos. Acesse a análise completa e com os gráficos no site da Carta Pecuária |
Carne Pampa | |||||||||||||||||||||||
PREÇOS MÍNIMOS PARA NEGOCIAÇÃO DIA 23/08/2011 INDICADOR ESALQ/CEPEA DE 22/08/2011 - PRAÇA RS Ver todas cotações Ver gráfico
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Os emergentes estão enfrentando melhor choques econômicos globais. Em relatório, o Bank of America Merrill Lynch (BofA) diz que esses mercados estão ficando menos sensíveis a problemas mundiais. “Em comparação à crise de 2008, os mercados emergentes estão melhor preparados para lidar com choques globais. Ou, em outras palavras, turbulências mundiais teriam que durar mais ou serem mais fortes para produzir o mesmo estrago em atividade econômica do que o verificado logo após a crise.”
Mercados emergentes sofrem menos com crises globais do que há alguns anos
Segundo cálculos do BofA, a reação dos emergentes à liquidez global financeira (medida pelo Vix, o índice de volatilidade, ou nervosismo) caiu pela metade desde o estopim da crise de 2008. Para ilustrar, os analistas dizem que, durante a última crise, as economias dos emergentes tiveram perda de 2 pontos percentuais em seu crescimento, na comparação com o mundo. Hoje, o impacto seria de 1,2 ponto.
Apesar dessa situação fortalecida, isso não significa um descolamento total. “Uma recessão nos Estados Unidos vai machucar os emergentes”, dizem os analistas. “Cada ponto percentual de contração na atividade econômica dos EUA deve levar a 0,4 ponto a menos no crescimento econômico global.”
O BofA chegou à conclusão sobre a resiliência dos mercados emergentes ao analisar os efeitos do comportamento da economia norte-americana nos resultados dos emergentes. “Enquanto o mundo desenvolvido entra em colapso, os mercados emergentes parecem estar desacelerando graciosamente.”
Entre os exemplos de resistência estão o comportamento da economia chinesa e do continente asiático como um todo. “Além disso, os fluxos de capital continuam favorecendo fundos locais, a despeito do aumento da volatilidade dos mercados globais.”
No levantamento anual, no entanto, as captações dos emergentes ainda não retornaram aos níveis de antes da crise. Números do Instituto Internacional de Finanças (IIF) mostram que os fluxos de capital privado para emergentes tiveram um pico de US$ 1,3 trilhão em 2007, despencando para US$ 600 bilhões em 2008 e 2009, e ainda não se recuperaram totalmente. Projeções do IIF mostram que apenas em 2012 a entrada de recursos deve se aproximar de 2007, com US$ 1 trilhão. As previsões para este ano são de US$ 960 bilhões.
A semana no Brasil
Também em relatório de hoje, o Standard Bank traz idéias de aplicação em ações dos emergentes. Segundo o banco, os “dias de cão” continuam, mas é possível encontrar algumas oportunidades. Dos oito papéis recomendados, quatro são do Brasil, sendo três de frigoríficos: JBS, Minerva e Marfrig.
Sobre JBS, o banco diz que osresultados do segundo trimestre tiveram forte impacto de custos. Mas os analistas continuam a acreditar que a empresa está exatamente no momento em que deve reverter essa situação. No caso do Minerva, o foco na redução dos custos com o gado está melhorando margens de lucratividade. Já o Marfrig é visto como uma empresa com boa rede de distribuição, produção diversficada e suporte do BNDESPar.
A quarta empresa citada pelo Standard Bank é a Companhia elétrica do Pará, a Celpa, uma empresa “com muito a ser feito”.
FONTE: IG