sábado, 23 de agosto de 2014

Brasil mantém competitividade da carne bovina

                                                 

mammal


A pecuária bovina de corte brasileira confirma sua competitividade em mais uma rodada de comparações internacionais. Entre 30 países participantes do agri benchmark, o Brasil está entre os que têm menor custo de produção, mas registra também um dos menores valores pagos pela carne produzida e, por consequência, a rentabilidade do pecuarista brasileiro ocupa posição intermediária entre as várias nações analisadas. Em situação oposta está a China, com custos elevados e preços recebidos pela carne ainda maiores e, por isso, figura entre os países com maior rentabilidade.
Os dados comparados no agri benchmark são fornecidos por instituições, governamentais ou não, de cada país-membro – a rede abrange 31, mas o Paraguai ainda não apresentou dados.
No Brasil, conforme as informações apresentadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, e CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) na 12° Conferência de Ovinos e Bovinos do agri benchmark realizada em Turim, na Itália, em junho, na atividade de engorda (terminação), o custo total de produção (incluindo todos os insumos, depreciações e também o custo de oportunidade do capital investido e pró-labore do produtor) de 100 quilos de carcaça variou de US$ 336 a US$ 473 em 2013 – ano em que o País voltou a ser o maior exportador de carne bovina (em volume).
Considerando-se as seis fazendas brasileiras analisadas neste comparativo do sistema de engorda, apresentaram menor custo total aquelas com escalas maiores. Por exemplo, uma propriedade de ciclo completo que vendeu 400 bois em 2013 teve custo de US$ 385 por 100 quilos de carcaça vendidos. Já outra que ofertou no ano 60 cabeças, teve custo estimado em US$ 473 por 100 quilos de carcaça.
A vantagem para escalas maiores aparece também no comparativo entre propriedades brasileiras de ciclo completo e naquelas que praticam a integração lavoura-pecuária. Em outros países, o efeito escala tem tido, igualmente, impacto sobre os custos. O principal motivo é que ajuda a ratear os dispêndios fixos.
Tendo em vista os preços obtidos pelos pecuaristas brasileiros no ano passado, um dos mais baixos em dólar, a margem depois de terem sido descontados todos os custos, inclusive taxa de juros sobre o capital investido na terra, no rebanho e nas demais estruturas, bem como o pró-labore do pecuarista, a rentabilidade variou de US$ 27 negativos até US$ 40 positivos a cada 100 quilos vendidos – foi analisada especificamente a atividade de engorda em seis propriedades típicas, com sistemas de ciclo completo (2 propriedades), recria-engorda (1), confinamento (1) e integração lavoura-pecuária (2).
Ainda na análise que enfoca a rentabilidade da engorda de bovinos no Brasil, mas agora sem a inclusão da taxa de juros sobre o capital nem do pró-labore entre os custos, a margem variou de US$ 10 negativos até US$ 54 positivos a cada 100 quilos de carcaça vendidos. Nesse caso, os sistemas de ciclo completo com venda de 400 bois em 2013 e de recria-engorda com venda de 360 bois no ano obtiveram os melhores resultados, semelhantes aos obtidos por argentinos (em pastagem natural, com 380 bois vendidos/ano) e até mesmo por australianos que comercializaram 15 mil bois de confinamento.
Na China, o custo total de produção (incluindo insumos, depreciações, custo de oportunidade de todo o capital e pró-labore) foi de US$ 495 a US$ 856, dependendo do sistema de engorda analisado. A grande contrapartida vem dos preços recebidos pelo produtor. Na média do ano, foram US$ 771 por 100 quilos de carcaça. Já no Brasil, o valor variou de US$ 277 a US$ 311 por 100 quilos de carcaça em 2013, bem abaixo da média dos chineses e superando apenas o recebido por sul-africanos, colombianos e australianos – entre os 30 países comparados.
Além da China, alguns sistemas de produção da Austrália (grandes confinamentos) e também alguns do Reino Unido lideram com as maiores taxas de rentabilidade. Curiosamente, China e Reino Unido, assim como França e Polônia, figuram simultaneamente entre os países com os maiores custos de produção.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Desempenho das carnes na primeira quinzena de agosto




Desempenho das carnes na primeira quinzena de agosto


As exportações brasileiras de carnes continuam registrando – pela média diária – a melhor receita cambial de todos os tempos. Mas encerraram a terceira semana do mês (primeira quinzena de agosto) apresentando forte desaceleração em relação às semanas anteriores.

No fechamento da quinzena – primeiros 11 dias úteis de agosto, de um total de 21 dias úteis – a receita média diária permaneceu acima dos US$70 milhões (resultado que, em toda a história das exportações de carnes, só foi registrado anteriormente em três ocasiões), mas acusou sensível refluxo em relação à média das duas semanas anteriores. A ponto de o incremento em relação a julho passado ter recuado para apenas 4,5% - o que é significativo se levado em conta que agosto corrente tem dois dias úteis a menos do que o mês anterior.

A desaceleração observada envolveu as três carnes e afetou não apenas o volume embarcado, mas também o preço médio alcançado. Em relação à carne de frango, especificamente, o volume médio diário exportado nesses 11 dias recuou para 14,4 mil/t (nos seis dias anteriores havia ficado em 15,4 mil/t/dia), enquanto o preço médio retrocedeu cerca de meio por cento em relação à média anterior.

Com tais resultados, a projeção do embarque mensal de produto in natura não vai, agora, além das 303 mil/t (324 mil/t em julho). E a do preço médio sugere recuo de cerca de 2% em comparação ao mês anterior, mas com resultado ainda positivo (+5%) em comparação a agosto de 2013.


RS - Suspensão no Marfrig pode gerar 680 demissões



Suspensão no Marfrig pode gerar 680 demissões

A decisão do Grupo Marfrig em suspender, por tempo indeterminado, as atividades em sua planta em Alegrete a partir de 1 de setembro deixará 680 trabalhadores desempregados. Às vésperas da data, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação de Alegrete (Sindalegrete) expôs a situação ao governo do Estado e pediu auxílio para resolver o impasse. Ontem, os sindicalistas se reuniram, em Porto Alegre, com o secretário-chefe da Casa Civil, Flávio Helmann. Hoje, haverá um encontro com representantes da Secretaria da Agricultura e, na sexta-feira, uma reunião com dirigentes da companhia no Ministério do Trabalho, na Capital.

O presidente do Sindalegrete, Marcos Rosse, lembra que algumas demissões já estão sendo realizadas pelo frigorífico. Nos últimos dias, cerca de 40 funcionários foram desligados. "Seria um caos o fechamento da planta. Mais de 60% dos trabalhadores da indústria alimentícia em Alegrete são ligados ao Grupo Marfrig", afirma. O dirigente lembra que, de segunda a quarta-feira, não houve abates no local. A expectativa é de que haja a retomada da atividade a partir de hoje.

Rosse defende que a escassez de matéria-prima, um dos motivos alegados pela empresa para embasar a decisão, não é verídica. Conforme o presidente, a capacidade de produção varia entre 600 e 800 abates por dia. O contrato de arrendamento do frigorífico vai até novembro, mas a empresa, segundo o sindicalista, pretende estender o acordo até o final de 2015, já que a intenção é retomar a atividade posteriormente. A medida evitaria que outros concorrentes do ramo, que já demonstram interesse em operar a planta, pudessem se instalar no local.

A possibilidade de outra marca assumir o negócio é vista com bons olhos pelo sindicato. No entanto, a preferência é pela manutenção do controle do gestor atual. "Nós não queremos que a Marfrig vá embora. Temos conseguido negociar bons dissídios com eles", justifica Rosse.

Por meio de nota, o Grupo Marfrig apenas manifesta que essa é uma decisão temporária. "Cabe lembrar que, ainda assim, permaneceremos uma das maiores empresas de carne do Estado, com duas fábricas que terão um aumento de produção significativa nos próximos meses. O fechamento da planta é temporário, mas não temos, neste momento, previsão de quando ela será reaberta." O frigorífico acenou com a possibilidade de transferir 100 trabalhadores imediatamente para a unidade de São Gabriel. "Mas eles não apresentaram um projeto claro para essa transferência", enfatiza Rosse.

O governo do Estado promete atuar no sentido de mediar um acordo entre as partes. "A resolução do problema não depende só de nós. Seremos mediadores no processo, assim como fomos no momento de propiciar incentivos (fiscais) para a empresa. Vamos procurar sensibilizá-los para a importância desse empreendimento", diz o secretário-chefe da Casa Civil, Flávio Helmann.



domingo, 17 de agosto de 2014

Simpósio de Bovinocultura de Corte - 88º Expofeira de Pelotas 07.10.2014

Farsul lança 10ª Feira de Novilhas com 600 animais inscritos

Entidade projeta crescimento na comercialização de animais em 2014

Gerson Raugust
Foto: Gerson Raugust / Sistema Farsul
Evento ocorrerá no dia quatro de setembro
A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) lançou a 10ª Feira de Novilhas e Ventres Selecionados, que ocorrerá no dia quatro de setembro, às 19h, na Pista J do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, no Rio Grande do Sul, durante a Expointer. Seiscentos animais das raças angus, brangus, devon, hereford e braford já estão inscritos para o evento. Segundo a entidade, em 2013, foram vendidos 505 animais, com faturamento superior a R$ 612 mil.

Para o presidente da Comissão de Feiras e Remates da Farsul, Francisco Schardong, a comercialização deve ser superior na comparação com 2013, seguindo o desempenho do boi gordo.
– Estamos mais preocupados com a qualidade dos animais, do que com a quantidade. 
Não estamos apenas interessados nos números, mas também que os produtores tenham oportunidade de comprar animais de qualidade – afirmou Schardong.
O vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira, destacou que o futuro é bastante alentador para o pecuarista, já que o Estado possui um rebanho cada vez mais padronizado, predominantemente de raças britânicas, e se beneficiou dos entraves à exportação de carne na Argentina. A entrada da soja na Metade Sul também deve favorecer a atividade, segundo o dirigente, já que ajuda a reduzir custos e melhora a qualidade dos pastos.
O abate de raças britânicas chega a 700 animais por semana, por causa da demanda de churrascarias na região Sudeste. O quilo é vendido a R$ 110 no mercado paulista. Segundo o diretor executivo da Farsul, Francisco Schardong, com este cenário, a expectativa para o remate é grande.
Outro assunto discutido foi a Instrução Normativa 002, da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul, que trata de normas do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Tuberculose e Brucelose. A instrução entra em vigor no dia 30 de novembro.
• Assista à reportagem completa:

CANAL RURAL E FARSUL

Raça ANGUS na Argentina