sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Dressing máximo: confira informações detalhadas sobre o sistema de pagamento no Uruguai

O dressing (perda de rendimento na toalete da carcaça) é medido com o peso de duas das seis balanças oficiais do Instituto Nacional de Carnes (INAC) dentro de cada frigorífico do Uruguai. A balança 3 pesa a carcaça antes da toalete, e a balança 4, que é a mais usada para precificação no Brasil e no Uruguai, pesa a carcaça depois da toalete. Quando maior a porcentagem de dressing, maior a perda na toalete.
O Uruguai dispõe de um sistema de caixas negras invioláveis, instaladas pelo INAC em todos os frigoríficos habilitados do país, que registra o peso vivo (balança 1), o posterior à sangria (balança 2), o do pré-dressing (balança 3) e o do pós-dressing (balança 4, tipificação).
Essas balanças transmitem os dados a um servidor central que se encontra nos escritórios do órgão. Todo o processo está certificado sob a norma ISO/IEC 27001:2005, que garante a segurança da informação.
Desde 2013, o INAC publica em sua página da internet, semanalmente e simultaneamente, os seguintes dados registrados pelas caixas negras de cada frigorífico: número de animais abatidos e peso médio por categoria, peso médio de terceira e quarta balança e diferença percentual entre os mesmos (dressing).
Essa informação é incorporada ao documento que é entregue ao produtor, além dos preços equivalentes de seu gado na terceira e quarta balança. Vale esclarecer que, no Uruguai, os produtores podem combinar suas operações em qualquer uma dessas duas balanças, ainda que, na prática, o fazem na quarta balança.
Dressing máximo
Em setembro do ano passado, o governo do Uruguai lançou um decreto que regulamenta o dressing máximo da carcaça, que passou a ser controlado pelo INAC.
O decreto determinou que o sistema automatizado de tipificação de carcaça seria feito em duas etapas. A primeira etapa seria para seleção da tecnologia a ser empregada e determinação das datas de instalação por planta. A segunda etapa, iniciada no mês de maio desse ano, deu início ao processo e aquisição dos equipamentos e sua instalação, de acordo com cronograma determinado na lei, que finalizará em agosto de 2018 com todos os abatedouros tendo implantado o sistema.
Até 31 de dezembro de 2017, deverá se concretizar a “implementação do sistema automatizado de tipificação nos estabelecimentos de abate categoria I, até alcançar ao menos 25% do total de abate nacional”. Até 30 de abril de 2018, deverão ser alcançados 75% do total e “com um prazo máximo de 31 de agosto de 2018”, a implementação deverá alcançar 100% do total.
Os estabelecimentos categoria I são todos os habilitados para abastecer qualquer ponto do país e, portanto, inclui os frigoríficos exportadores também. Por outro lado, o MGAP e o INAC “determinarão a data a partir da qual se aplicará o novo sistema com caráter obrigatório”.
O não cumprimento dos prazos estabelecidos poderá “levar à retirada da Inspeção Veterinária Oficial por parte do MGAP, sem prejuízo da aplicação de sanções legalmente estabelecidas”.
O decreto também conta com a definição de dressing: “Entende-se por ‘dressing’ ou retoque a sequência operacional realizada exclusivamente no espaço compreendido entre os postos DCP3 e DCP4 do Sistema Eletrônico de Informação da Indústria de Carnes (SEIIC) (terceira e quarta balança, respectivamente), da sala de abate, visando obter um produto uniforme e definido das carcaças.”
Compete ao INAC o controle e a fiscalização do “dressing máximo”, que compreende a retirada como máximo dos seguintes órgãos e tecidos da carcaça:
a) gordura escrotal (de castração);
b) excesso e gordura na extremidade do lado superior (virilha), seguindo o contorno do músculo subjacente e garantindo que o músculo não fique exposto;
c) gordura da prega da babilla (área pré-crural) a nível do músculo cutâneo medial do tronco, caudal para a última costela, assegurando que o músculo mantenha sua inserção natural e não fique exposto;
d) rabo e gordura que rodeia a união sacro-coccígea (nascimento do rabo);
e) gordura do canal pélvico: a interna e a de sua borda, entre a tuberosidade isquiática e a articulação sacro-coccígea;
f) rins e gordura renal;
g) medula espinhal;
h) pilares do diafragma;
i) tecido conjuntivo elástico do diafragma excluída a parte muscular do diafragma;
j) excesso de gordura do peito, garantindo que o músculo peitoral não fique exposto;
k) gorduras intratorácicas (pericárdicas e da cadeia mediastínica);
l) gorduras da “entrada do peito” a nível da primeira costela;
m) eliminação de coágulos e matérias estranhas na região de “degola”, evitando a eliminação desnecessária dos músculos.
Indústria frigorífica
O presidente da Associação da Indústria Frigorífica do Uruguai (Adifu), José Costa Valverde, considerou na ocasião que o decreto era “desnecessário”, porque “de forma alguma as indústrias privadas podem permitir que exista interferência do Estado na comercialização.”
O diretor executivo da Associação Uruguaia de Produção de Carne Intensiva Natural (Aupcin), Álvaro Ferrés Fossati, disse que o decreto tenta por fim em uma velha discussão sobre o rendimento do gado que é enviado ao abate.
Ele admitiu que o dressing máximo não dá por terminada a discussão do rendimento e não fornece confiança entre os produtores e a indústria. “A confiança não passa somente por definir o que vendemos e o que se remove do que vendemos mas sim, passa por outros fatores.”
Pagamento na terceira balança
A maioria dos produtores do Uruguai, no entanto, pede o pagamento do gado na terceira balança há muito tempo e não ficou satisfeita com a medida do dressing máximo.
A Federação Rural (FR) do Uruguai vem solicitando desde 2013 a mudança na comercialização de gados para abate, buscando fixar um preço até a terceira balança da indústria frigorífica (carcaça antes da toalete).
O presidente da Federação Rural do Uruguai, Jorge Riani, explicou que o pagamento do gado na terceira balança é um objetivo buscado pela organização. Ele disse que “há uma grande diferença no dressing entre plantas, algumas fazem 6% e outras 12%.”
Em janeiro desse ano, logo após o início do processo de dressing máximo, o INAC concluiu que o rendimento aumentou em cerca de 2%.
O desempenho é variável ao longo do ano, com picos na primavera e mínimos no outono. Para comparar períodos semelhantes, tanto para novilhos como para vacas, comparou-se a primeira semana de janeiro, nos últimos sete anos. O desempenho em janeiro de 2017 é o maior em todos os anos da série. No caso dos novilhos, atingiu 53,88%
Na comparação com janeiro de cada semana dos seis anos anteriores, o desempenho deste é a maior também. O desempenho de janeiro de 2017, de 53,88%, foi 2,2% maior do que o desempenho médio dos janeiros de 2010-2016, que é de 52,71% (veja matéria relacionada).
No entanto, em julho desse ano, a Federação Rural reiterou ao presidente do INAC, Federico Stanham, que o decreto que regulamenta o dressing máximo não está dando o resultado esperado pelos produtores e analisa pedir para que se instalem câmeras nos frigoríficos, nos pontos onde se pratica o corte da carcaça, durante a toalete da carcaça.
Jorge Riani, presidente da Federação Rural disse que “voltou a ocorrer diferenças grandes entre as percentagens de dressing aplicadas pelos frigoríficos” e disse que a Federação “continua a recebendo queixas dos produtores sobre os rendimentos do gado enviado para abate e as percentagens de dressing.”
Apesar do “aumento substancial que está tendo o preço do gado gordo, baixaram os rendimentos e subiram as percentagens de dressing.”
“Nunca renunciamos ao pedido e reafirmamos que a indústria frigorífica deveria pagar o gado gordo na terceira balança – antes da operação de dressing na carcaça – além de buscar incentivos para reconhecer a qualidade através da aplicação de métodos mais objetivos.”
INAC está satisfeito
O presidente do INAC, Federico Stanham disse que “quando se cumpriram seis meses da implementação do decreto, dissemos que estávamos satisfeitos com o resultado. A porcentagem de dressing tinha baixado em média em um ponto e meio, de acordo com o momento, e se veem oscilações sazonais relacionadas com a sanidade do gado.”
A implementação do decreto exige que os técnicos do INAC estejam presentes nos frigoríficos assessorando e fazendo observações, mas para o presidente do INAC, “não tem sentido ter um inspetor durante as 8 horas de duração dos abates. Não é a maneira que hoje em dia se fazem os controles no mundo.”
Ele explicou que “a informação é analisada, as observações são feitas e nós com o controle que estamos fazendo, pensamos que tem sido feito um grande trabalho. Há sempre algum ajuste a fazer, mas o trabalho tem sido muito bom.”
No caminho certo
Embora se esteja em uma etapa intermediária, “entendo que estamos no caminho certo, embora ainda haja muitas coisas a melhorar”, disse o delegado da Associação Rural do Uruguai (ARU) para o INAC, Ricardo Reilly.
Reilly explicou que, se forem respeitados os dados sobre a evolução semanal do dressing, pode-se ver que passou de oscilar para acima de 8% entre 2014 e 2016 para menos de 8% em 2017.
“Estamos falando de uma média de cerca de 7,7%. Em suma, todo este processo visa alcançar uma padronização entre diferentes plantas, o que, a longo prazo deveria fornecer mais certezas ao sistema de comercialização de gados.”
Dados
A título de comparação, pode-se ver nas tabelas abaixo que o dressing total para novilhos na semana de 30 de julho a 05 de agosto desse ano foi de 7,7%, enquanto que no de 31 de julho a 06 de agosto de 2016 foi de 8,9%, em 2015 (26 de julho a 01 de agosto) foi de 8,6%, e em 2014 (27 de julho a 02 de agosto) foi de 9%, demonstrando que, de fato, houve uma redução de 1 a 2%.
2017
2016
2015
2014
Os dados estão disponíveis aqui.
Fonte: INAC, El Observador, El País Digital, traduzida, compilada e adaptada pela Equipe BeefPoint.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Alta no preço do boi gordo é a maior para o mês em 21 anos


A oferta de animais para abate segue restrita nas regiões pesquisadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, cenário que vem impulsionando os preços do boi gordo há algumas semanas.
Na parcial de agosto (até o dia 24), a elevação do Indicador ESALQ/BM&FBovespa é de expressivos 10,87%. Esta alta é a maior para o mês da série histórica do Cepea, iniciada em 1997. Considerando-se agosto, em 21 anos, incluindo 2017, a variação média é de 1,56%, muito abaixo do observado neste ano.
MOTIVOS PARA A ELEVAÇÃO
O avanço dos preços do boi gordo em praticamente todas as praças é justificado pelo fato de que aproximadamente 90% do abate anual brasileiro é de animais engordados a pasto. Com a intensificação da seca, praticamente não há mais animais de pasto e a cadeia vive o período da “entressafra”.
Além disso, a principal indústria retomou as compras e outras plantas reabriram nos últimos meses. Com isso, o preenchimento das escalas de abate tem sido mais difícil pelo aumento da competição entre as próprias indústrias por matéria-prima.
Outro fator que explica a atual escassez de bois está relacionado à delação dos irmãos Batista. Em meados de maio, após o ocorrido, o preço pago ao produtor caiu de forma acelerada, justamente no momento em que pecuaristas planejavam o primeiro giro do confinamento.
Esta situação, aliada à incerteza relacionada aos prazos de pagamento da principal indústria do setor, explicam a menor oferta de animais, justamente 90 dias após a delação, momento em que deveriam ficar prontos os animais que começaram a ser confinados no início de junho.
Para corroborar o cenário, outro fator explicativo para as altas expressivas é o prolongamento das chuvas. Como neste ano as chuvas se alongaram até meados de junho, o confinamento também teve início de forma mais tardia.
Alguns agentes do setor encaram o momento como altas de preços, enquanto pecuaristas afirmam que este período é de recuperação das quedas. Ressalta-se que as baixas em maio também foram as mais expressivas desde 1997.
ALTAS EM TODO O PAÍS
A escassez de boi gordo para abate tem obrigado a indústria frigorífica de São Paulo a buscar animais em estados vizinhos, principalmente em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás. Na parcial de agosto (até o dia 24), Três Lagoas e Campo Grande são as praças com as elevações mais expressivas, de 12,42% e de 12,31%, respectivamente. Na sequência, está Rio Verde (GO), com alta acumulada de 11,89%.
Rio Grande do Sul é o estado com a alta menos acentuada no mesmo período, de apenas 0,18%. De acordo com colaboradores do Cepea, o estado tem recebido muita carne de Mato Grosso do Sul e de outras regiões, atendendo à demanda do atacado. Assim, o mercado gaúcho não está acompanhando a tendência observada em outras regiões do País.
As elevações mais intensas em algumas praças têm feito com que a diferença de preços entre o estado de São Paulo e outras regiões se reduza. No Paraná, os preços praticamente igualam-se ao de São Paulo, região com valores tipicamente mais altos. Em Goiás, por exemplo, há negócios
acima dos preços médios praticados em São Paulo. Além da escassez de bois no estado paulista, este movimento é resultado de políticas como a redução do ICMS.
CONSUMO
A equipe de mercado pecuário do Cepea não acompanha os preços no varejo. Porém, os preços e os estoques no atacado apresentam estreita relação com os preços repassados para o consumidor. No mercado atacadista de carne com osso, a carcaça casada do boi se valorizou 7,7% no acumulado do mês. Quanto aos cortes, o preço do traseiro subiu 8,25%, e os do dianteiro e da ponta de agulha, 7,63% e de 5,97%, respectivamente.
Agentes do atacado relatam que esperam altas nas próximas semanas, visto que, com a menor disponibilidade de animais prontos para abate, o relativo baixo volume de carne disponível tem sido escoado. Estes colaboradores do Cepea indicam que o consumo é o fator que tem impedido altas mais expressivas de preço, já que o rápido escoamento ocorre em função da baixa oferta.
Ainda que as exportações tenham apresentado significativa recuperação, o brasileiro é responsável por consumir aproximadamente 80% da produção. De acordo com o Banco Central, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano mantém-se em 0,34%.
Ainda que positivo, este percentual é apenas uma lenta recuperação da economia. Com mais de 13 milhões de pessoas desempregadas, segundo o IBGE, a aquisição da carne bovina, proteína mais cara do mercado, acaba não sendo impulsionada.
Quanto às carnes substitutas, no mês, os preços estão em alta de apenas 0,1% para a carcaça especial suína e de 0,9% para o frango. Esse menor aumento frente à valorização do boi faz com que o consumidor coloque na balança o custo/benefício da aquisição da carne bovina. Ainda que o consumo de carne bovina esteja enraizado na cultura do brasileiro, a situação econômica e social do País é crítica.
Fonte: Cepea.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Evolução dos Preços da Arroba do Boi nos Últimos 5 anos

Passada a "Carne Fraca"e a repercussão da delação premiada dos donos da JBS (SA:JBSS3), o mercado de carnes volta a ganhar preço. Ao menos, retornar aos valores anteriores. O susto foi grande, e abalou toda a cadeia produtiva.
O impacto nos preços foi intenso. Até ai tudo bem...
Chama a atenção outro detalhe, a evolução dos preços da arroba do boi nos desde 2012. Uma série de preços mais longa a fim de diluir o impacto momentâneo do setor de carnes, e ver com mais nitidez possíveis tendências de preços.
gráfico abaixo foi extraído do site do CEPEA/ESALQ/USP, e em formato excel, elaborado um gráfico de linhas.
Preços da Arroba do Boi
Preços da Arroba do Boi
O que mais chama a atenção são os preços da arroba do boi convertidos para dólar. Os pontos mais baixos dessa série estão em entre os meses 08/2015 a 01/2015, em seguida, nos meses 06/2015. Próximos a U$$40.00 / @.
Na série, desde 2012, em dólar, os valores oscilaram entre U$$ 40.00 e U$$ 60.00. De fato, os preços estão em patamares baixos. Da metade de 2015 em diante, estão baixos.
Pecuaristas, atenção redobrada para a diferença de tendência de preços na série cotada em Reais, e em Dólar. Por pouco mais de dois anos, do mês 07/2014 até 07/2016 os preços da arroba em moeda nacional formavam tendência de alta. Na cotação em dólar, o movimento foi o oposto. Consequência disto foi uma melhor remuneração da atividade pecuária mesmo a preços baixos no mercado internacional. Motivos para isso são muitos, a começar pelo "ciclo da pecuária" e a escassez momentânea de aninais. Oportunidade momentânea.
Como era de se esperar, o ajuste dos preços aconteceu. Os preços caíram, em reais, a partir do mês 07/2016.
Embora considerável, sobretudo devido ao forte oscilação em tão pouco tempo, ao se olhar a longo prazo, o impacto da carne fraca e da delação dos donos da JBS se torna pequeno... E mais, ao se olhar bem, nota-se que os valores atuais retornaram aos valores anteriores a crise, em reais, e em dólar.
Em dólar, alias, continua muito baixo. Próximos dos U$$40,00. Valor próximo aos valores mínimos desta série desde 2012.
Outro fator importa no entendimento da relação dos dois preços é a cotação do dólar. Nestes 5 anos a cotação oscilou muito. Mais recentemente, com tendência de queda.
Atenção redobrada no planejamento financeiro da atividade pecuária. Com preços mínimos, e dólar em tendência de queda, e com o impacto da crise já superada, a tão sonhada alta dos preços, pode não acontecer.
Pelo menos não na velocidade que se espera.
É muito importante conhecer as ferramentas de proteção de preços, e gestão de riscos. Operações a termo, contratos futuros e contratos de opções são algumas das ferramentas disponíveis para aqueles que querem continuar na atividade, sem assumir grandes riscos.
Bom ficar de olho. Afinal o olho do dono é que engorda o gado...

Maurillo Marcondes Lários Naves - É engenheiro agrônomo, agropecuarista, especialista em agronegócios, e atua, credenciado junto a CVM como Agente Autônomo de Investimentos

Observatório da Carne vai modernizar pecuária de corte gaúcha

Projeto foi apresentando neste domingo durante a 40ª Expointer
O início de um estudo para estruturar a Agência Gaúcha da Carne e modernizar a pecuária de corte no Rio Grande do Sul foi anunciado neste domingo, 27, durante a 40ª Expointer. O primeiro projeto, o site Observatório da Carne Gaúcha, foi apresentado ao governador José Ivo Sartori e ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi. O projeto é da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), entidades do setor, federações, empresários e produtores da cadeia, e deve ser lançado em seis meses.
O melhor modelo para a agência será desenvolvido em conjunto por todos os representantes do setor, criando um espaço de elaboração de estratégias de crescimento na área. O Observatório é resultado de um grande estudo de inteligência da pecuária gaúcha, que já traz dados disponibilizados pela Defesa Agropecuária, vinculada à Seapi, e que vai agrupar informações de outros setores como exportação, circulação de animais, entre outros.
"Este é o primeiro passo a caminho de alcançarmos o que desejamos. Só vamos proteger o setor quando ele estiver unido. Nosso papel, como poder público, é modernizar o Estado", afirmou Sartori durante o encontro. Ele acrescentou que muitas mudanças já foram feitas no setor, em parceria com as entidades.
O secretário da Seapi, Ernani Polo, destacou que essa é uma construção coletiva que está apenas começando. "Vamos iniciar a estruturação desse processo, que começará pelo Observatório. Com base nos dados, o setor poderá agir com medidas de longo, médio e curto prazo para que todos sejam beneficiados. Só assim poderemos pensar, para um futuro, no selo da carne gaúcha, elevando a pecuária de corte. O desafio esta lançado e todos são bem-vindos", afirmou.
Para Blairo Maggi, o projeto vai trazer garantia para os consumidores em termos de qualidade e procedência da carne. "O Brasil é um grande produtor, mas somos um exportador invisível. Se quisermos participar desse mercado temos que nos modernizar. O que vocês estão propondo é total transparência visando a qualidade da carne gaúcha", enfatizou, ao comentar sobre a expansão de vendas do mercado brasileiro.
Segundo a coordenadora do projeto, Andréa Veríssimo, da empresa Avelã Public Affaris, contratada para conduzir o estudo e estruturar a agência, o projeto tem três etapas. "Num primeiro momento é reunir dados de inteligência. Depois, elaborar diretrizes de normatização. E por fim, gerar a promoção da carne gaúcha", detalhou.
O vice-governador José Paulo Cairoli falou da importância de envolver todos os setores na construção do Estado, "que não é um projeto de governo", para que o Rio Grande do Sul seja mais valorizado e tenha carne de qualidade
fonte: Por: Governo do Estado do RS

Governo lança “Picanha Fundamental” de projeto da carne

picanha
Um corte Angus certificado marcou a “picanha fundamental” do projeto da Agência Gaúcha da Carne, lançado na manhã deste domingo (27/8) no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.  O corte foi feito com uma faca Angus pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ao lado do governador José Ivo Sartori, do vice-governador José Paulo Cairoli e do secretário da Agricultura, Ernani Polo. A solenidade foi prestigiada pelo presidente da Angus, José Roberto Pires Weber, e pelo diretor do Programa Carne Angus, Reynaldo Salvador.
O projeto terá início com a criação do Observatório da Carne Gaúcha. A ideia, explicou a médica veterinária Andrea Veríssimo, é dar início a um levantamento de dados que permita o desenvolvimento da pecuária. A primeira fase do projeto será de seis meses e prevê olhar o que vem sendo feito no exterior e cruzar os dados existentes no sistema da Secretaria da Agricultura (Seapi). “Nessa primeira fase a gente precisa se conhecer como setor para trabalharmos juntos”. Só depois, explica ela, vai se debater a criação efetiva de uma agência gaúcha da carne e, em um terceiro momento, se falar em promoção. Ao lado do cientista de dados Ery Jardim ela vai usar as informações das GTAs para traçar o fluxo de animais no Estado, entender os processos e responder algumas perguntas que até hoje ficam sem resposta, como os números do abigeato.
Durante a solenidade, o secretário Ernani Polo destacou que o projeto foi construído com as entidades do setor após um ano de debates. Segundo ele, as lideranças serão chamadas para opinar sobre os próximos passos do projeto. Maggi parabenizou a iniciativa e disse que espera que ela seja garantia de carne de qualidade ao consumidor. O vice-governador José Paulo Cairoli destacou a necessidade de envolver os setores em apoio ao Estado pelo desenvolvimento. “Esse projeto não é do governo. Quanto mais setores estiverem envolvidos melhor. Defendemos o ganha ganha.”
Crédito da foto: Carolina Jardine
Jardine Agência de Comunicação

91ª Expofeira Pelotas será lançada na Expointer 2017

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A 91ª Expofeira Pelotas será lançada na 40ª Expointer, em Esteio, na terça (29) e na quarta-feira (30), a partir das 16h. Na terça (29), o lançamento ocorre, na Casa do Brde, e na quarta (30), no auditório da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), no parque de exposições Assis Brasil. O evento da Farsul, que é tradicional na Expointer e realizado há 15 anos, dá destaque e espaço para as cidades gaúchas lançarem suas exposições e feiras agropecuárias de primavera, com a participação de representantes de sindicatos rurais e produtores de todo o Estado.

A 91ª Expofeira Pelotas é o evento referência do agronegócio na região Sul e ocorre de 9 a 15 de outubro de 2017, no parque de exposições Ildefonso Simões Lopes. Durante a  Expofeira, ocorre a Conferência Rural da Zona Sul, o maior  evento de caráter-técnico científico, com seminários que debatem todas as cadeias produtivas do agronegócio regional, participação crescente de semanas acadêmicas de universidades, além de discutir temas atuais como gestão ambiental, tributária e sucessória, turismo rural, agricultura familiar, pesca, políticas públicas, crédito e seguro agrícola, entre outros.

A expectativa para este ano é de receber 50 mil visitantes durante os oito dias do evento, que tem entrada gratuita de segunda (09) a sexta-feira (13 de outubro) e uma movimentação econômica superior a R$ 30 milhões. Estão previstos leilões diários de bovinos e equinos, que têm como característica a qualidade genética dos reprodutores. A comitiva da Associação Rural de Pelotas (ARP) será integrada pelo presidente José Luiz Kessler, a vice-presidente Carolina Osório e a  assessora de eventos Kênia Pinheiro, responsável pela organização da 91ª Expofeira. O lançamento regional da Expofeira ocorre no dia 11 de setembro, em Pelotas.


Fonte: Associação Rural de Pelotas (ARP) 

Brasil dá o primeiro passo rumo à carne gourmet


DEP de Maciez deve contribuir para que o País consiga colocar maior valor agregado na carne bovina e ganhe maior poder de barganha no mercado externo
Na última semana, a ANCP e a Embrapa lançaram oficialmente a Diferença Esperada na Progênie (DEP) para maciez de carne (DMAC). A ferramenta genômica foi formulada com base no banco de dados das duas entidades e tem o objetivo de identificar reprodutores que consigam transmitir a característica de maciez de carne aos seus filhos.
Embora não deva causar um impacto imediato a curto prazo, a novidade pode ser o primeiro passo do Brasil rumo ao mercado de carnes de maior valor agregado, uma vez que a maciez é o principal aspecto na classificação da qualidade da carne, como destaca a gerente de operações da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Gabriela Tonini.
“Sem dúvida é o marco de uma nova era na pecuária brasileira. Essa ferramenta permitirá que a nossa carne deixe de ser classificada como ingrediente e passe a ser considerada culinária e gourmet”, destacou a executiva. “É claro que é um trabalho a longo prazo que não vai acontecer da noite para o dia, mas esse pontapé inicial já nos deixa muito animados”, acrescentou.
Atualmente a carne brasileira é vendida ao exterior como commodity e custa em torno de US$ 3.000 a tonelada. Países como Argentina e Uruguai, que trabalham com maior valor agregado, conseguem vender a tonelada de carne por US$ 6.000. “É impensável que o Uruguai, com rebanho de apenas 3 milhões de cabeças, tenha maior poder de compra no mercado externo do que o Brasil”, destacou o diretor técnico da ANCP, Argeu Silveira.
Exportações – Depois de um período difícil em função da Operação Carne Fraca, delação da JBS e suspensão da importação de carne dos EUA, as exportações brasileiras de carne bovina seguem em ritmo acelerado. Segundo dados da Abiec, em julho foram exportadas 129.000 toneladas, alta de 22,9% em relação à quantidade de igual período no ano anterior. A receita foi de US$ 540 milhões, 31% maior do que a de julho de 2016.
De acordo com Gabriela, a projeção é de que os embarques continuem crescendo até o fim do ano e o resultado de 2017 supere o do ano passado. Em relação à situação dos EUA, a executiva explica que as autoridades brasileiras fizeram as adequações solicitadas e encaminharam um memorando aos americanos. A expectativa é que o mercado seja reaberto nos próximos 60 dias.
Por: Alisson Freitas
Fonte: Portal DBO