DEP de Maciez deve contribuir para que o País consiga colocar maior valor agregado na carne bovina e ganhe maior poder de barganha no mercado externo
Na última semana, a ANCP e a Embrapa lançaram oficialmente a Diferença Esperada na Progênie (DEP) para maciez de carne (DMAC). A ferramenta genômica foi formulada com base no banco de dados das duas entidades e tem o objetivo de identificar reprodutores que consigam transmitir a característica de maciez de carne aos seus filhos.
Embora não deva causar um impacto imediato a curto prazo, a novidade pode ser o primeiro passo do Brasil rumo ao mercado de carnes de maior valor agregado, uma vez que a maciez é o principal aspecto na classificação da qualidade da carne, como destaca a gerente de operações da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Gabriela Tonini.
“Sem dúvida é o marco de uma nova era na pecuária brasileira. Essa ferramenta permitirá que a nossa carne deixe de ser classificada como ingrediente e passe a ser considerada culinária e gourmet”, destacou a executiva. “É claro que é um trabalho a longo prazo que não vai acontecer da noite para o dia, mas esse pontapé inicial já nos deixa muito animados”, acrescentou.
Atualmente a carne brasileira é vendida ao exterior como commodity e custa em torno de US$ 3.000 a tonelada. Países como Argentina e Uruguai, que trabalham com maior valor agregado, conseguem vender a tonelada de carne por US$ 6.000. “É impensável que o Uruguai, com rebanho de apenas 3 milhões de cabeças, tenha maior poder de compra no mercado externo do que o Brasil”, destacou o diretor técnico da ANCP, Argeu Silveira.
Exportações – Depois de um período difícil em função da Operação Carne Fraca, delação da JBS e suspensão da importação de carne dos EUA, as exportações brasileiras de carne bovina seguem em ritmo acelerado. Segundo dados da Abiec, em julho foram exportadas 129.000 toneladas, alta de 22,9% em relação à quantidade de igual período no ano anterior. A receita foi de US$ 540 milhões, 31% maior do que a de julho de 2016.
De acordo com Gabriela, a projeção é de que os embarques continuem crescendo até o fim do ano e o resultado de 2017 supere o do ano passado. Em relação à situação dos EUA, a executiva explica que as autoridades brasileiras fizeram as adequações solicitadas e encaminharam um memorando aos americanos. A expectativa é que o mercado seja reaberto nos próximos 60 dias.
Por: Alisson Freitas
Fonte: Portal DBO
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