O dólar comercial fechou o pregão desta segunda-feira com queda superior a 2%, cotado a R$ 3,85. Para 2016, no entanto, a cotação do dólar deve superar os R$ 4,00, projetam especialistas em finanças. A pesquisa Focus divulgada hoje mostrou que a média das 100 instituições financeiras consultadas pelo Banco Central do Brasil prevê câmbio em R$ 4,20 no próximo ano.
Na opinião do economista Roberto Troster, a tendência de alta do dólar é mais forte no momento atual. “Tem o fator financeiro que é determinante nesse momento. Você está tendo uma saída de recursos maior que a entrada e tem a terceira agência de rating que vai rebaixar a nota do Brasil. Tem muita incerteza”, destaca. Para Troster, se as mudanças necessárias na economia do país não forem implementadas, a recessão vai se prolongar ainda mais.
“Se os indicadores econômicos ruins virarem realidade, essa década vai ser pior que a década perdida de 1980 e pior que a década de 30”, afirma.
Os negócios do mercado de grãos devem continuar sendo impactos pelo câmbio em 2016. Em entrevista ao Mercado&Cia, o analista de mercado da Terra Agronegócio, Ênio Fernandes aponta a estratégia indicada para o atual momento de indefinição do dólar.
“A gente acompanha semanalmente o Focus. Ele mostra tendência, não importa muito se ele projeta R$ 4,20 ou R$ 4,50. O que importa é a tendência de alta ou baixa. Se é tendência de baixa eu tenho que ser mais rápido nas fixações de preço para tentar travar os custos numa certa margem . Se a tendência é de alta posso ser mais cauteloso nas fixações, mais ponderado para tentar ganhar o máximo do mercado das margens que ele pode dar”, ensina.
>Custo do dinheiro:
Os juros vão subir ainda mais em 2016, é que a pesquisa Focus divulgada hoje apontou. A mediana das projeções aposta em altas sucessivas na taxa Selic em 2016. Para o mercado, o ano que vem vai encerrar com taxa de 15,25%. Atualmente, a taxa básica de juros está em 14,25%.