sábado, 7 de setembro de 2013

SP - Arroba do boi pode chegar a R$ 110

O mercado vive um período de escassez na oferta de boi para abate. Como o consumo não perdeu força e as exportações vão relativamente bem, os preços aumentam.

A arroba de boi gordo subiu ontem para R$ 105 no mercado paulista, conforme acompanhamento de preços da Informa Economics FNP. O valor supera em 8% o de igual período de 2012. As altas não param por aí. José Vicente Ferraz, da Informa, prevê que, no fim de outubro e no início de novembro, a arroba vá para R$ 110 no mercado paulista.

Os preços estão mais firmes do que se esperava. Isso ocorre porque não houve aumento de produtividade no setor, segundo Ferraz. O setor deveria ter investido mais para elevar a produtividade, mas as margens de ganho não compensam novos investimentos. Os preços ficarão pressionados também porque a oferta de gado dos confinamentos será inferior ao que se previa inicialmente.

Assim como o preço do boi, o do frango vivo já tem uma fase de recuperação no mercado paulista. O quilo de ave viva chegou a R$ 2,80 nesta semana, 17% mais do que há um ano. Apesar da alta, os preços atuais são inferiores aos R$ 3 do início de 2013. Seguindo as carnes bovina e de frango, a suína também sobe. A arroba está, em média, a R$ 64 no mercado paulista, 26% mais cara do que há um ano. Nos últimos 30 dias, a elevação foi de 14%.

A alta nos preços das carnes na reta final do ano deverá influenciar no bolso dos consumidores, puxando a inflação. Por ora, o item alimentação tem queda de preços em São Paulo, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).  

fonte:  Folha.com

Associação Brasileira de Angus lança livro em comemoração pelos 10 anos do Programa Carne Angus Certificada

.
1186270_491348117621189_1621682269_n
Em comemoração pelos 10 anos de criação do Programa Carne Angus Certificada, responsável por ampliar a quantidade de animais certificados da raça abatidos por ano no País (de cerca de 20 mil em 2003 para mais de 230 mil em 2012), a Associação Brasileira de Angus fará nesta quinta-feira, durante a Expointer 2013, o lançamento do livro ‘Programa Carne Angus Certificada: 10 Anos De Um Projeto Que Mudou a Pecuária do Brasil’.
Escrito pelo jornalista Eduardo Teixeira, o livro relata fatos marcantes do programa. Entre eles, segundo adianta o Gerente do Programa Carne Angus Certificada, Fábio Medeiros, está a assinatura do contrato com o McDonald’s em 2011, que culminou no lançamento de uma linha de sanduíches fabricados com a carne Angus; o que, para Medeiros, ajudou a promover ainda mais a marca junto ao consumidor final, reforçando no público a ideia de que Angus é sinônimo de qualidade.
A primeira experiência do programa, em 2003, com o Frigorífico Mercosul também ganhou destaque no livro. A história da parceria pioneira é descrita em um capítulo inteiro dedicado ao assunto.
A expansão da Raça Angus para o Centro-Oeste é outro ponto sobre o qual o livro discorre e que, na visão de Medeiros, merece destaque pela importância desse mercado na pecuária Nacional.
“Trata-se de um material de importante valor para quem é apaixonado pela raça, pois resgata os pontos mais importantes dessa trajetória de sucesso, não somente por meio de relatos, mas também de fotos históricas que conseguimos colher. Além disso, a publicação sinaliza o que virá daqui em diante, pois trata também do início da integração com o Certified Angus Beef, dos EUA, parceria que esperamos que renda frutos interessantes no âmbito internacional”, pontua Medeiros.

Quem produz a melhor carne certificada Angus: pastagem no RS ou confinamento no PR?

Produtores e apreciadores de Carne Angus se reuniram no Belich Ranch (Palmeira, PR), em agosto, para degustar e comparar o produto gaúcho e paranaense. As diferenças nos sistemas de produção, sendo pastagem no RS e confinamento no PR, idade de abate , animal mais jovem no PR, e animais castrados no RS e animais inteiros no PR, nos levam a pensar em diferenças no produto final e nos motivou a realizar o “1º UFC nas Brasas: RS versus PR”.
Na ocasião foram assados 3 cortes de Carne Angus Certificada produzidas no RS e no PR. Os cortes escolhidos foram a Picanha, Vazio e Costela (Assado de Tira), pois são bem representativos do hábito de consumo em churrascos e por terem características bem distintas, presença de capa de gordura, % de gordura e marmoreio e cortes com e sem osso. Apesar das diferenças evidentes dos cortes, todos se prestam bem a uma degustação comparativa, pois são de rápido preparo.
Este misto de degustação, teste e confraternização entre amigos ocorreu da seguinte forma:
1. As peças foram cortadas pelo assador Wagner Barausse de forma similar e preparadas ao fogo simultaneamente;
2. Os cortes foram servidos aos degustadores (13) em teste cego, sem a menor possibilidade de identificação da marca A ou B;
3. Os degustadores avaliaram cada corte em uma escala de 1 a 3. Sendo 1 o escore mínimo e 3 o máximo, para Maciez (M), Sabor (S) e Conjunto (C). Considerou-se a característica Conjunto o grau de satisfação geral.
carne-rs-pr
Integravam o grupo de avaliadores: Alysson Yamaguchi (PR), Dimas Rocha (RS), Erani Demétrio (SC), Fernando Evers (SC), Julia Veiga Lopes (PR), Jorge Belich (PR), Luis Francisco Belich (PR), Luis Veiga Lopes (PR), Lucca Yamaguchi (PR), Neimar De Bona (PR), Oscar Ransolin (PR), Sérgio Belich (PR) e Wagner Barausse (PR).
A avalição detalhada pode ser conferida no quadro abaixo:
Captura de Tela 2013-09-05 às 10.03.29 PM
O resumo em médias dos escores foi:
Captura de Tela 2013-09-05 às 9.45.56 PM
 Resultados:
1. Ambas as marcas (RS e PR) atenderam as expectativas dos consumidores do painel e foram consideradas superiores em qualidade a um produto comum.
2. Em linhas gerais pode-se dizer que neste teste a Carne Angus RS obteve melhores escores para Maciez, Sabor e Conjunto, independente do corte;
 Considerações:
1. Esperavam-se melhores escores para a Carne PR, em função da menor idade dos animais (abatidos dente de leite) e da terminação mais intensiva e consequente maior cobertura de gordura, porém não se confirmou no prato neste momento.
2. No RS, a terminação majoritariamente à pasto e com animais castrados deve ter contribuído para a superioridade desta carne, especialmente para sabor e conjunto.
Mais uma vez foi provado que um bom churrasco e a carne de qualidade são instrumentos para reunir amigos que apreciam a boa mesa e os valores do campo.
Esta ação foi uma iniciativa da Assessoria Agropecuária e do Grupo Araucária. Para 2014, já estamos preparando um novo embate!
Fonte: Assessoria Agropecuária FFVelloso & Dimas Rocha

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Boi/CEPEA: Com menor oferta, boi gordo segue se valorizado

O mercado pecuário segue com preços firmes, sustentados principalmente pela oferta restrita. Para o boi gordo, entre 28 de agosto e 4 de setembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (estado de São Paulo) acumulou alta de 2%, fechando a R$ 104,41 nessa quarta-feira, 4. Segundo pesquisadores do Cepea, em praticamente todas as regiões acompanhadas foram observadas variações positivas nos preços da arroba. No mercado atacadista de carne com osso da Grande São Paulo, a carcaça casada bovina se valorizou 4,1% em sete dias, sendo negociada a R$ 6,62/kg na quarta. Para o traseiro e o dianteiro, os aumentos nos preços foram de 3,15% e 5,6%, nesta ordem, sendo comercializados a R$ 8,18/kg e R$ 5,28/kg na quarta. A ponta de agulha também se destacou no período, com elevação 5,3%, para R$ 4,93/kg. O preço médio da carcaça casada da vaca, por sua vez, reagiu 3%, com o quilo fechando na média de R$ 6,13 na quarta-feira.

ITR: Quem e quando apresentar o Ato Declaratório Ambiental?




ITR: Quem e quando apresentar o Ato Declaratório Ambiental?
 
por Leonardo Gottems

Com o ínicio do prazo para declaração do Imposto Territorial Rural (ITR) no último dia 19 de agosto, surgiram questionamentos sobre a apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA). Segundo o técnico Altevir Getúlio de Goes, do Departamento Sindical da Federação da Agricultura do Estado do Paraná, “O ADA é obrigatório para quem declarar áreas ambientais no ITR” e o “prazo para a declaração também termina no dia 30 de setembro”, juntamente com o do ITR.

“O produtor deverá declarar o ADA no site do Ibama e vai apresentá-la sempre que informar na declaração do Imposto Territorial Rural as áreas ambientais, como Reserva Legal (RL), Área de Preservação Permanente (APP), Área de Reserva Particular do Patrimônio Natural (ARPPN), Área de Interesse Ecológico e Área de Servidão Ambiental”, explicou Goes ao programa de rádio Campo & Cia, do Sistema Faep.

“O site do Ibama tem um programa específico para fazer a identificação dessas áreas. Se for o caso, já pode fazer primeiro Ato Declaratório Ambiental, pois há no ITR um espaço para informar o protocolo do ADA”, complementa o técnico.
 

Agrolink
Autor: Leonardo Gottems

Por que não há uma padronização no rendimento de carcaça dos animais enviados ao abate?

Em 2012, o BeefPoint lançou a pesquisa sobre Relacionamento Produtor – Frigorífico, cujo objetivo foi levantar informações e entender em profundidade a situação de ambos. E principalmente, levantar sugestões do que pode ser feito para melhorar essa relação. Temos certeza que aumentar a confiança e melhorar o relacionamento produtor-frigorífico é fundamental para melhorar o setor e tornar nossa pecuária mais competitiva, hoje e a longo prazo.
Na pesquisa, ainda não publicada, muitos produtores alegaram problemas na padronização de rendimento de carcaça dos animais abatidos. Vale ressaltar, que para a obtenção de um padrão de rendimento satisfatório, muitos fatores devem ser levados em consideração, sendo que muitos destes vão além da ação e responsabilidade do frigorífico, visto que o processo de padronização inicia muito antes do animal ser abatido, ou seja, na própria fazenda e praticamente durante todo o ciclo de produção.
Desta forma, visando esclarecer os questionamentos sobre a falta de padronização de rendimento de carcaça nos animais abatidos, o BeefPoint convidou o pesquisador científico  da APTA Regional Alta Mogiana (Colina/SP), Flávio Dutra de Resende, para escrever um artigo técnico-científico, com base em seu conhecimento e experimentos já realizados.
Flávio Dutra é Zootecnista e Pesquisador Científico da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios e Professor credenciado da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária (FCAV – UNESP, Jaboticabal). Atua como revisor científico da Revista Brasileira de Zootecnia, do Boletim de Indústria Animal e da Revista Ciência e Cultura. Tem experiência na área de Zootecnia, com ênfase em Avaliação de Alimentos para Animais, atuando principalmente nos seguintes temas: bovinos de corte, desempenho animal, qualidade de carne, confinamento e desempenho.
Por Flávio Dutra de Resende - flavio@apta.sp.gov.br
O rendimento de carcaça é um dos grandes gargalos na relação produtor rural e frigorífico. Na maioria das vezes, o produtor rural não fica satisfeito com o resultado de rendimento do lote, o que leva a questionamentos de toda natureza, conturbando ainda mais a relação produtor rural e frigorífico.
Então, a grande questão é: por que não há uma padronização no rendimento de carcaça dos animais enviados ao abate?
Por exemplo, nos EUA, o rendimento de carcaça (RC) é padrão (63%) (Figura 1). Já no Brasil, encontramos uma grande variação no rendimento, desde 50% podendo chegar a 60%. Essa variação de RC é provocada pelas características do nosso sistema de produção. Nos EUA, o rendimento de carcaça é maior, pois a gordura interna (associada aos rins) é mantida na carcaça durante o processo de abate. Outra grande diferença é que nos EUA, o sistema de recria/terminação é feito em confinamento e com duração prolongada (mais de 200 dias), o que uniformiza a carcaça dos animais em relação ao restante do animal. Além disso, as carcaças são mais pesadas (Figura 1).
Figura 1. Rendimento de carcaça comercial – Padrão EUA
Para entender as possíveis causas de variação no rendimento de carcaça (RC) partiremos da sua definição. O RC é calculado pela divisão do peso de carcaça quente pelo peso corporal do animal (PC). Este rendimento é chamado de rendimento comercial de carcaça.
Há ainda uma outra fórmula para se calcular o rendimento. Neste caso divide-se o peso da carcaça quente pelo PC do animal, porém sem o conteúdo do trato gastrintestinal (TGI), chamado de rendimento verdadeiro. O que difere as duas fórmulas de calcular é que na segunda, o cálculo não leva em consideração o conteúdo do TGI presente no animal. Este cálculo só é possível em condição de pesquisa onde o animal é abatido e todas as partes do mesmo são pesadas, inclusive o conteúdo. Assim, medida (animal sem o conteúdo) é denominada de peso de corpo vazio (PCVz). Somente com o rendimento baseado no PCVz, pode-se comparar RC de diferentes origens e lotes, pois com isso, consegue-se uniformizar as diferenças existentes entre os diversos sistemas de produção em função das variações existentes na proporção de conteúdo do TGI e componentes não integrantes da carcaça.
Para melhor compreensão sobre o RC temos que pensar na seguinte questão: o que é o boi?
485247_398627813493904_1444563327_n
Figura 2. Bovinos 1/2 Angus
O boi é o somatório de três partes: a carcaça propriamente dita; os componentes não integrantes da carcaça (CNC), desde cabeça, couro, patas, sangue, fígado, coração, rins, pulmão, rúmen, intestino delgado e grosso ou seja o restante do animal e a terceira parte é o conteúdo presente no trato gastrintestinal do animal.
Para facilitar o raciocínio, as duas fórmulas apresentadas a seguir (A e B) referem-se ao rendimento de carcaça comercial. O que muda é o denominador da equação, mas ambas são iguais. O produtor precisa entender que qualquer variação que possa existir nos CNC e proporção de conteúdo do TGI, influencia o resultado de rendimento de carcaça.
(A) Rendimento de carcaça = Peso da carcaça/ Peso do animal
(B) Rendimento de carcaça = Peso da carcaça/ (Peso da carcaça + CNC + Peso do conteúdo do TGI)
Nas figuras 3, 4 e 5  são mostradas as partes que compõem o animal – carcaça, não componentes da carcaça e conteúdo do TGI – respectivamente.
Figura 3. Carcaça bovina.
Figura 4. Não componentes da carcaça.
Figura 5. Conteúdo do TGI.
Adicionalmente, mostra que, além do peso da carcaça, os CNC e conteúdo do TGI podem impactar o cálculo do RC. Se o rendimento do lote for 55%, o restante (45%) seria de CNC e conteúdo do TGI.
Quanto seria de conteúdo e quanto seria de CNC?
Esta resposta é muito variável, pois se o CNC aumenta ou conteúdo do TGI aumenta (denominador da equação de rendimento de carcaça – fórmula B), o rendimento de carcaça diminui. Então, para termos um rendimento de carcaça padrão teríamos que ter uma proporção semelhante de CNC e conteúdo do TGI também padrão e isso é impossível pois CNC e conteúdo do TGI são extremamente variáveis, pois dependem do sistema de produção no qual o animal foi terminado, desde pastagens, semi-confinados, confinados, com diferentes tipos de raça, dieta, peso e idade de abate.
Os componentes não carcaça são dependentes da raça, pois há variações entre proporção de cabeça, couro, ossos e taxa de metabólica (associada a mantença e ganho de peso) onde órgãos metabolicamente ativos mudam de tamanho em resposta ao maior ou menor aporte de nutrientes. Embora a proporção de fígado, coração, rins e trato gastrintestinal representem menos de 10% do peso corporal do animal, estes órgãos consomem cerca de 48% da exigência de mantença (BALDWIN, 1995). Assim, em condições de melhor ou pior plano nutricional, o animal ajusta as necessidades de energia de mantença, alterando a proporção destes órgãos, passando a representar mais ou menos proporção destes em relação ao peso do animal (denominador da equação B).
A Tabela 1 demonstra as variações no RC de diferentes grupos genéticos (½ Nelore x ½ Red Angus (NRA), mestiço leiteiro (ML) e Nelore (NEL), recriados e terminados em pastagens durante o período das águas e da seca, recebendo diferentes níveis de suplementação (águas – 02; 06 e 1,0%PC; seca – 04, 0,8 e 1,2%PC). Analisando os grupos genéticos (período das águas), verifica-se que animais NEL e NRA apresentam melhor RC comercial. Já quando corrigida (rendimento verdadeiro), NRA e ML não diferiram entre si.
Basicamente, as diferenças estão associadas ao fato de animais de origem leiteira possuírem maior proporção de TGI, o que impacta também na proporção de conteúdo. Além disso, animais leiteiros e animais de raças britânicas possuem maior taxa metabólica que animais Nelore, consequentemente, quando suplementados, alteram a proporção dos principais órgãos associados ao metabolismo, como o fígado.
Outras partes integrantes dos CNC, como couro e cabeça também variam entre raças (Tabela 1). Assim, as contribuições de cada CNC alteram o denominador da equação, aumentando ou diminuindo o RC, o que dificulta padronizar o mesmo. A contribuição de cada parte dos CNC tem que ser levada em consideração para o entendimento do RC.
Uma outra parte importante do denominador da equação de RC é a proporção de conteúdo do TGI. Observa-se na Tabela 1 que há uma variação na proporção de conteúdo do TGI em função dos níveis de suplementação da dieta do animal. No período das águas, quando aumentou a suplementação de 0,2 para 1,0%PC, a proporção de conteúdo do TGI reduziu de 11,41 para 8,86%. No período da seca, quando a suplementação aumentou de 0,4 para 1,2%, a proporção caiu de 9,16 para 6,11% do peso do animal (PV).
Vale ressaltar que esta proporção foi a recuperada no frigorífico após o animal ter ficado em jejum por 18 horas. Mesmo assim, a variação é muito alta (3 a 4%) e modifica se o animal estava numa pastagem de águas ou de seca e também em dietas diferentes no confinamento. Tais variações são influenciadas pela taxa de passagem da digesta e taxa de consumo de MS. Em condições normais de fazenda, dependendo da época do ano e critérios de pesagem, a proporção de conteúdo do TGI pode chegar a 30% do PV e qualquer variação existente interfere no denominador da equação B do cálculo de RC.
Com isso, variações no rendimento da carcaça são normais, pois dependem de várias variáveis, desde o peso da carcaça, dos componentes não integrantes da carcaça e da proporção de conteúdo do TGI que varia em função das diferentes épocas do ano, pois há uma variação sazonal na oferta de forragem tanto em termos quantitativos quanto qualitativos e isso influencia na digestibilidade da dieta e consequentemente na taxa de passagem e se o animal estiver sendo suplementado ou não, haverá também impacto na proporção de conteúdo do TGI. O somatório destes fatores, associados as diferenças raciais, modificam o denominador da fórmula de cálculo do rendimento de carcaça, sendo isto um dos principais problemas da grande variabilidade deste índice tão usado pelos produtores rurais para avaliarem o seu sistema de produção.
Tabela 1. Composição percentual dos não componentes da carcaça, em função do peso corporal (PC) de novilhos ½ Nelore x ½ Red Angus (NRA), mestiço leiteiro (ML) e Nelore (NEL), em pastejo e com suplementação alimentar, no período das águas e das secas.
1 RC = Rendimento de carcaça em percentagem do peso de abate. 2 RCPCV = Rendimento carcaça quente em porcentagem do PCV. 3 Coeficiente de variação.
Assim sendo, o produtor rural tem usado de diferentes estratégias para tentar melhorar o rendimento de carcaça, desde fechar os animais a tarde e pesar no outro dia, dentre outras. Aqui, vale um questionamento. Até que ponto aumentar o RC do animal no momento do abate vai impactar a receita do produtor?
O que importa é saber o quanto de carcaça o animal está ganhando por dia, pois deve-se pensar em aumentar o numerador da fórmula de cálculo do RC. Se o produtor der castigo ou não, o animal terá o mesmo peso de carcaça, o que vai mudar é que terá menos conteúdo do TGI, reduzindo proporcionalmente o denominador e consequentemente aumentando o RC. Não é o RC que paga a conta.
A preocupação do produtor não deveria ser no número absoluto do rendimento de carcaça e sim entender o quanto de carcaça que o animal está produzindo, pois o produtor é remunerado pelo peso da carcaça que ele entrega ao frigorífico e não pelo peso do boi abatido. O cálculo do rendimento pode então estar sofrendo influência das três partes componentes do boi, como já discutido, e a receita do produtor será unicamente pelas arrobas de carcaça efetivamente entregues.
Para avaliar se a operação de terminação dos animais é rentável, a única fórmula seria pelo rendimento do ganho em carcaça (RGC). O RGC é definido como a quantidade de carcaça que o animal colocou durante a fase de terminação e é calculada da seguinte maneira:
RGC = PCF – PCL/ PVF – PVI*100
Onde: PCF = Peso de carcaça final (abate) – kg; PCI = Peso de carcaça inicial – kg; PVF = Peso vivo final do animal (abate) – kg e PVI = Peso vivo inicial – kg.
Exemplificando: Animal – fase inicial de terminação: 350 kg PV; Peso vivo (PV) de abate: 500 kg; peso de carcaça: 275 kg. Se o animal ficou no confinamento durante 100 dias, ele ganhou 150 kg de peso durante o período ou 1,5 kg/dia sendo o rendimento de carcaça de 55%. Analisando assim, os números mostram parte do resultado, porém o que interessa é que a receita bruta é dada pela comercialização dos 275 kg de carcaça e não pelo peso vivo do boi. Assim, o rendimento de carcaça passa a ser apenas um referencial.
O produtor precisa saber quantos kg de carcaça o animal produziu e não quanto de peso vivo. Para isso, o RGC auxilia na análise. No mesmo exemplo, a única medida que o produtor não tem é o peso de carcaça inicial. Neste caso, pode-se usar um valor de referência para rendimento de carcaça inicial de 50%. Portanto, se o animal tinha 350 kg, com 50% RC, teria 175 kg de carcaça. Neste exemplo, o RGC seria (275-175)/(500-350) *100 = 66,66% ou seja, dos 150 kg de peso vivo colocado no confinamento, 66,66% foi de carcaça (100 kg).
São os 100 kg de carcaça que pagam a conta do produtor e não os 150 kg de peso vivo colocado. O animal portanto teve um ganho de peso vivo de 1,5 kg/dia e de carcaça de 1 kg/dia. Com um preço de @ a 100,00, o kg da carcaça seria de R$6,66. Neste exemplo a receita bruta seria de R$6,66/dia o que poderia pagar uma diária de confinamento de R$5,50 sobrando um lucro de R$1,16/dia ou R$116,00 no período analisado.
Com a ótica do RGC podemos ter cenários que aparentemente são ruins e não são e cenários contrários, ou seja, onde o ganho de peso vivo é alto, porém o RGC é baixo. Isso é muito comum quando o animal tem GMD elevado (chamado de ganho compensatório), porém, grande parte do ganho é de CNC. No final, ao abater o animal, o rendimento de carcaça vai dar baixo e aí, muita vezes, o pecuarista não entende, pois, como o animal ganhou muito peso e as arrobas entregues foram baixas? Esta situação é muito comum nos confinamentos brasileiros, onde os animais entram debilitados e precisam recuperar as vísceras para possibilitar maior taxa de digestão, absorção de nutrientes e metabolização.
É comum observar GMD de 1,8 a 2,0 kg/dia, porém a questão é saber quanto de carcaça está contida neste ganho, o chamado RGC. Numa diária de confinamento de R$5,50/dia, com @ a 100,00, o animal tem que ganhar 0,83 kg de carcaça por dia para nivelar os custos. O pecuarista precisa manejar os animais para ganhar carcaça e não peso corporal.
O RGC tem sido avaliado em vários trabalhos de pesquisas conduzidos na APTA Regional em Colina/SP, cujos valores médios são de 67% (670g de carcaça/kg de peso vivo ganho) para terminação em confinamento convencional. Para animais terminados no pasto com alto concentrado (2% do PC), o RGC chega a 80%. Com isso, um animal no confinamento convencional ganhando 1,5 kg/dia com RGC de 67%, o ganho diário de carcaça é 1,0 kg/dia.
Com animais terminados no pasto com alto concentrado, o ganho de peso vivo observado é de 1,260 kg/dia, porém com RGC de 80% neste caso, está ganhando também 1,0 kg/dia de carcaça. Se o produtor se atentar somente ao ganho de peso vivo, pode deixar de usar estratégias de terminação que poderiam facilitar o manejo. Essas diferenças também se aplicam a produtores que adotam o uso de grão inteiro no confinamento, onde o ganho de peso vivo é mais baixo, porém o RGC é maior. Em ambos os casos, ao abater os animais, o rendimento de carcaça final será maior, porém como comentado, ele deve ser apenas um referencial para análise dos dados da operação de terminação.
Considerações finais
Somente conseguiremos padronizar o rendimento de carcaça bovina no Brasil quando as características do sistema de produção forem mais semelhantes e também quando as carcaças forem mais pesadas para diluir os efeitos que os componentes não integrantes da carcaça e conteúdo do trato gastrintestinal têm sobre o rendimento final.
O produtor rural precisa ficar atento ao rendimento de carcaça, porém não pode perder o foco que ele é remunerado pela carcaça produzida e que um maior ou menor rendimento de carcaça pode ser ilusório e desviar o foco do eixo central da questão, ou seja, o importante é saber quanto de carcaça efetivamente o animal produziu.
fonte: Beefpoint

terça-feira, 3 de setembro de 2013

ENTREVISTA: Confira a entrevista com Antônio da Luz - Economista - FARSUL

Safra 2013/14: soja deve ocupar áreas de pastagens e arroz no RS. Federação de agricultura do estado alerta para os custos elevados com a alta do dólar e destaca que no ano que vem a moeda americana pode recuar bem na época da colheita.



F
FONTE: Notícas Agrícolas

Dia de Campo


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Pretas & Coloradas

Pecuária do Sul: Reflexões em Tempos de Mudança,

Farsul questiona números da Expointer: “É preciso mais transparência”


Farsul questiona números da Expointer: “É preciso mais transparência”
por Leonardo Gottems

“Não se pode confundir pedidos com vendas. Precisamos saber se o número de máquinas vendidas subiu ou se foram os preços que aumentaram. E precisamos saber se os negócios realmente se concretizaram.” A afirmação é do presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto, que pediu mais transparência com relação aos valores de comercialização da Expointer divulgados pelo governo do Rio Grande do Sul.

“É preciso mais transparência”, exigiu ele em coletiva de avaliação da feira realizada ainda no domingo (01.09). Sperotto contestou os dados apresentados pelo Sindicato da Indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado (Simers) e Secretaria da Agricultura. Segundo os números oficiais, os negócios envolvendo maquinário chegaram a R$ 3,2 bilhões, ante R$ 2 bilhões do ano anterior.

“Euforia demais às vezes prejudica. Temos de ver se esses números não indicam um aumento de preços, ou endividamento do produtor. Se houvesse recolhimento de algum tipo de taxa na venda de máquinas, como ocorre na venda de animais, se teria mais precisão nos números”, disse Sperotto. Posição semelhante tem o vice-presidente da Fetag (Federação dos Trabalhadores na Agricultura no RS), Carlos Joel da Silva.

Agrolink
Autor: Leonardo Gottems

Jaguaretê comemora lançamento de sua carne nobre na Expointer 2013


Amigos, jornalistas e parceiros foram convidados a saborear por unanimidade a carne 100% gado europeu gaúcho lançada pela Jaguaretê durante a Expointer 2013. Resultado do PROGRAMA CARNE MACIA JAGUARETÊ, iniciado na Feira de Esteio de 2010, a carne tem o equilíbrio como compromisso. “Sem falta, nem excesso de gordura. Macia na medida certa”, afirma o sócio proprietário da Fazenda Jaguaretê, Luiz Antônio Queiroz. O projeto, que até então contava com 20 parceiros, já soma 35 ao término da feira.

Quanto à destinação da carne, Queiroz conta que uma parte será comercializada em boutiques, algumas da própria Jaguaretê inclusive, que serão as flag stores, abertas nas cidades de Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Outra parte será reservada aos restaurantes top de linha e uma terceira parte irá atender a criação de pratos diferenciados em reconhecidas redes de fast food. “Tudo com o selo Jaguaretê. Nossa ideia é anunciar essas parcerias e redes de comercialização na Expointer de 2014”, avisa Queiroz.

Por sinal, a partir deste mês de agosto, a Jaguaretê deixa de atuar como fazenda e passa a ser uma empresa. Rafael Lessa, de Guaíba, é o novo sócio do negócio. Colaborador da Jaguaretê desde o início do PROGRAMA CARNE MACIA JAGUARETÊ, Lessa é o primeiro associado, mas a intenção da Jaguaretê é que os colaboradores mais dedicados ao projeto passem a ser reconhecidos como tal. “À medida que o projeto for crescendo, todos irão ganhar participação”, ressalta Queiroz. “O Rafael foi pioneiro, o primeiro colaborador da Jaguaretê a assumir para si responsabilidades referentes ao projeto, por isso ele é nosso primeiro sócio.”

Entenda as etapas do PROGRAMA CARNE MACIA JAGUARETÊ

1)     Desenvolvimento da genética: para fazer um gado adequado à produção de carne de qualidade, é feita a cruza da raça sul-africana Simental com as britânicas Angus, Braford e Hereford. Cabe destacar que a Fazenda Jaguaretê possui hoje um dos maiores bancos genéticos de Simental do mundo.

2)     Genética vai para o campo: para difundir a genética, a Jaguaretê passa a doar sêmen de gado Simental aos criadores gaúchos que têm interesse em vender o bezerro desmamado à fazenda. A vantagem da parceria com a Jaguaretê é o pagamento de um prêmio de 6% sobre o valor de mercado para o bezerro – tanto o macho quanto a fêmea – acima de 200 quilos. Há três anos, foram inseminadas cerca de 400 vacas, em 2012 foram 6,5 mil e, este ano, a intenção é inseminar 10 mil vacas.

3)     Integração lavoura pecuária: o bezerro acima de 200 quilos é, então, entregue ao parceiro Tulio Dorneles Gonçalves Neto, da Fazenda Santa Albina, em Minas do Leão, que fica responsável pela sua recria. Nesse período, o bezerro chega a ganhar de 900 gramas a 2 quilos por dia.

4)     Confinamento: cerca de cinco ou seis meses depois, o gado é levado para a Fazenda Jaguaretê para o período de confinamento, que dura de três a quatro meses. É nesse período que a qualidade da carne é aprimorada por meio da alimentação, do manejo e do bem-estar animal, que é certificado pelos órgãos competentes.

5)     Abate: depois de todo esse processo, o abate é escalonado de acordo com a demanda e necessidade da carne.

6)     Comercialização: cabe ao consultor especialista em programas de carne de qualidade Roberto Barcellos, também parceiro da Jaguaretê, definir os cortes da carne, a desossa, a embalagem e a comercialização da carne 100% gado europeu gaúcho.

Agrolink com informações de assessoria

ESTAMOS COMPRANDO TERNEIROS PARA EXPORTAÇÃO

ESTAMOS COMPRANDO  TERNEIROS NAS SEGUINTES CONDIÇÕES PARA EXPORTAÇÃO

-  INTEIROS
-  EUROPEUS ( SEM CRUZAMENTO COM ZEBU )
-  COMPRAS SOMENTE ESTA SEMANA

MAIORES INFORMAÇÕES COM LUND
FONE: 053.99941513 - 81113550

Imagem inline 1

domingo, 1 de setembro de 2013

Vendas na 36ª Expointer cresceram 61,69% em relação ao ano passado

Resultados foram anunciados domingo pelo secretário da agricultura.
Comércio de máquinas e implementos agrícolas puxaram os negócios.


Inauguração oficial da Expointer 2013 (Foto: Camila Domingues/Palácio Piratini)Presença de público na Expointer 2013 foio muito grande, apesar das chuvas
(Foto: Camila Domingues/Palácio Piratini)
O secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, anunciou neste domingo (1) os resultados da 36ª Expointer, realizada no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre. As vendas cresceram 61,69 % em relação a 35ª edição. A venda de máquinas e implementos agrícolas puxaram, mais uma vez, os negócios, totalizando R$ 3,274 bilhões, 62% superiores às do ano passado.
O comércio de animais aumentou 16,5% em relação à edição anterior da maior feira de agronegócios da América Latina, chegando aos R$ 16,063 milhões. A área da agricultura familiar comercializou R$ 1,505 milhão, com um aumento de 18,55% na comparação com o ano passado. O setor de artesanato foi o único que caiu 2,49% em relação a 2012.
A organização da 36ª Expointer registrou, até as 13h deste domingo (1º), último dia de feira, 33.683 visitantes no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. O total de público até o momento é de 364.889.

O Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio, passará por uma ampla modernização. Além de melhorias necessárias em função das quatro décadas de atividade, as novidades planejadas para o parque de 134 hectares miram o futuro. As inovações para o parque de exposições mais tradicional do Estado preveem investimentos de R$ 280 milhões e oito anos de obras.
Entre as novidades, estão a criação de um Centro Educacional, Parque Tecnológico, hotel e Museu Agropecuário. Um projeto de lei enviado pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa visa regulamentar e assegurar juridicamente o investimento privado e de entidades representativas do setor agropecuário no Parque, por meio de Parcerias Públicos-Privadas (PPPs).
fonte: G1

Frigoríficos brasileiros enfrentam mercado externo desfavorável

Carne brasileira foi colocada no mercado externo por US$ 4.288 em agosto.

Houve redução de US$ 125 por tonelada em relação a julho deste ano.

Os frigoríficos brasileiros enfrentam este ano um mercado externo mais desfavorável. O valor em dólar tem registrado queda. De acordo com os dados da Secretaria do Comércio Exterior, a tonelada da carne brasileira foi colocada no mercado externo em agosto por US$ 4.288, o que significa redução de US$ 125 por tonelada em relação aos preços praticados em julho deste ano.
Os maiores frigoríficos de Mato Grosso do Sul abateram quase 35 mil bois em uma semana. A oferta é considerada normal para esse período de entressafra. Mesmo com a queda em dólar, não houve perda de dinheiro para os frigoríficos. Com a alta da moeda norte-americana em agosto, as empresas exportadoras de carne receberam mais reais por dólar exportado.
"Com a valorização do dólar, a gente consegue ter um retorno melhor em alguns cortes. Nisso consegue manter o valor em dólar no mesmo patamar ou um pouco mais baixo. Para nós no Brasil não altera muito porque a valorização acaba ajudando”, diz Eduardo Azzi, gerente do frigorífico.
O analista João Cuthi Dias afirma que as exportações assumiram um papel estratégico para o equilíbrio do mercado da carne no país. "O mercado de carne bovina no Brasil, 83% é para o mercado interno. E você tem os mesmo preços do traseiro e do dianteiro hoje, em agosto de 2013, em relação a agosto de 2012. O que salva são as exportações. Se não tivesse isso, o mercado interno haveria um excesso de carne e consequentemente uma derrubada no preço do boi. O boi se manteve estável no primeiro semestre. Há uma perspectiva de melhorar agora no segundo semestre. Isso deve-se em grande parte as exportações”, diz.

fonte: G1

85% do couro brasileiro vai para mercados sensíveis a preocupações ambientais

Cerca de 40% da carne bovina e 85% da produção de couro atendem a mercados que são potencialmente sensíveis a preocupações ambientais, fornecendo uma explicação parcial para a razão pela qual os produtores brasileiros assumiram recentemente compromissos para reduzir o desmatamento na produção de gado, descobriu um novo estudo publicado no Tropical Conservation Science.
 
A pesquisa, conduzida por Nathalie Walker e Sabrina Patel, da Federação Nacional da Vida Selvagem, e Kemel Kalif, da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, usou dados do governo para estimar a proporção de carne bovina e produção de couro que chega a mercados ambientalmente sensíveis.
 
Eles descobriram que a grande maioria das exportações de couro “pode ser considerada suscetível à demanda por produtos que não desmatam.”
 
Para a carne bovina, a proporção é substancialmente menor, mas ainda significativa.
 
É importante ressaltar que 80% da carne bovina brasileira é consumida internamente, indicando que “a preocupação do consumidor no Brasil com o desmatamento relacionado à indústria do gado é vital para apoiar e aumentar ações na indústria para reduzir o desmatamento”, de acordo com os autores.
 
As descobertas fornecem uma hipótese sobre a razão pela qual quatro grandes frigoríficos em 2009 assinaram uma moratória sobre desmatamento na produção de gado.
 
A moratória, que foi estabelecida em resposta a um relatório do Greenpeace que relacionava o desmatamento da Amazônia a grandes marcas ocidentais, comprometeu as companhias a evitarem compras de gado de fazendas onde a derrubada de florestas ocorreu após outubro de 2009.
 
O acordo levou os frigoríficos a suspenderem compras de 221 fazendas nos primeiros nove meses de validade.
 
Contudo, a moratória não se aplica a todos os produtores de gado na Amazônia brasileira, especialmente ao mercado de gado clandestino, que os pesquisadores estimam que é responsável por pelo menos 26% da produção na região.
 
“A indústria de abate clandestino é, por definição, outro setor que não deve responder à demanda do mercado”, escreveram eles.
 
“Devido à sua natureza ilegal, não é possível determinar se o tamanho médio, a densidade do rebanho das fazendas ou o nível de desmatamento nas fazendas fornecedoras de matadouros clandestinos diferem das fazendas de fornecimento legal.”
 
“Nossa estimativa de que 26% dos abates no Brasil são parte da indústria clandestina é similar a dados da produção ilegal na indústria de laticínios, onde estima-se que 20% da produção de laticínios não seja nem controlada nem inspecionada. Entretanto, alguns acreditam que a proporção do mercado que é clandestina é muito maior.”
 
No entanto, Walker, Patel e Kalif observam que a moratória “tem o potencial tornar um terço da indústria do gado livre de desmatamento”.
 
Eles argumentam que uma melhor governança, regras de concessão de empréstimo mais rígidas e outras iniciativas podem ajudar a reduzir a indústria clandestina. (Carbono Brasil )

fonte : A CrÍtica