sexta-feira, 12 de abril de 2013

Frigoríficos que atendem a normas sanitárias no abate mostram cuidados necessários na produção de carne


No oeste do Paraná, abatedouros prezam pela higiene e pelo bem estar dos animais


Agência RBS
Foto: Agência RBS
Frigoríficos do oeste do Paraná atendem a normas fitossanitárias
Canal Rural mostrou, nesta semana, flagrantes de irregularidades em frigoríficos com inspeção estadual e municipal. Empresas que não respeitam as normas sanitárias, o bem estar animal e o meio ambiente. No oeste do Paraná, porém, existem abatedouros que seguem à risca todas as normas fitossanitárias.
O frigorífico BrasilFrig, que fica no no município de Toledo, tem licença estadual e toma todos os cuidados desde a chegada dos animais. Antes do abate, os animais ficam em bretes por pelo menos 12 horas em uma dieta à base de água e descansando.
 – Ele fica estressado, então vai ter que ficar descansando aqui para reconhecer o ambiente. Trabalha com o bem estar animal, para a qualidade do nosso produto ser a melhor possível para o nosso cliente final – diz Geciomar de Souza, gerente de produção.
Para o veterinário da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná René Flores, o bem estar animal “influi muito no resultado final da qualidade da carne”.
– A lei fala em 12 horas prévias ao sacrifício, depois descansar, e também em uma dieta hídrica apenas – explica.
René Flores acompanha o trabalho, que começa com a conferência da Guia de Transporte Animal. 
 
– Sem este documento chamado GTA ele não pode ser abatido, é outra lei básica, porque a gente tem que conhecer a procedência, a propriedade, o dono e as condições que os animais são criados – fala.
A segunda etapa, ainda antes do abate, é conferir o estado em que chegaram os animais. Descansados e com a dieta finalizada, os animais são encaminhados para dentro do frigorífico. É o início de mais uma etapa, um processo delicado onde os cuidados são redobrados.
Nossa entrada só é permitida depois de realizar uma higiene completa. Na sala de abates, os funcionários que preparam os instrumentos também passam pelo processo de higienização.
– Higiene pessoal do funcionário que entra nos nossos controles, higienização da estrutura, instalação, equipamentos, utensílios também. É importante, por causa da contaminação cruzada. A gente não quer que saia contaminado do frigorífico – diz a veterinária Andressa Ramires.
O local é dividido em área suja e área limpa.
 – Até a esfola, onde a gente faz a retirada do couro, chamamos de área suja. Porque o couro tem contaminações externas, por isto a gente chama de área suja. E a área limpa é depois da retirada do couro. Já tem contaminação da carne, por isso tem que ser uma área mais limpa, por causa da contaminação – explica Andressa.
O objetivo é quem sabe um dia chegar ao nível dos frigoríficos com inspeção federal, onde os próprios fiscais do Ministério da Agricultura trabalham controlando toda a linha de produção.
Em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR), visitamos o frigorífico Argus, que abate 400 animais por dia e tem inspeção federal, a mais rígida do país, que obedece os critérios exigidos para exportação.
 – Nós temos, em nosso estabelecimento, hoje, um veterinário responsável mais um corpo técnico que trabalha junto ao Ministério da Agricultura para fazer este acompanhamento. O veterinário é uma pessoa que tem formação técnica para poder acompanhar, orientar e diagnosticar as possíveis falhas que venham a ocorrer durante o procedimento e corrigir para que se obtenha, desde a chegada do animal ao estabelecimento onde toda a operação é feita, a maior higiene possível. Isso para que se tenha uma carne de qualidade, respeitando todo o procedimento. Tanto ao modo como os operários fazem o trabalho, garantindo a segurança alimentar, quanto com a segurança das pessoas que também trabalham nestas áreas – fala o diretor executivo da Argus, Ângeli Setim.
Para chegar até a área onde desembarcam os animais, é preciso colocar a roupa adequada. Calça, botas, avental e touca. Os animais descansam e passam pela dieta hídrica. Antes de serem conduzidos à sala de abates, são banhados em um chuveiro que, além de acalmar, limpa o animal.
O início do abate é realizado com euma pistola pneumática, que deixa o novilho inconsciente para ser sangrado. Depois disso, os trabalhadores retiram o couro, as vísceras e os miúdos. Depois a carne passa por uma lavagem, recebe o carimbo do Ministério da Agricultura e em seguida é encaminhada para a sala de refrigeração.
A planta do frigorífico ainda conta com uma estrutura toda preparada para o tratamento dos resíduos. Todo processo é acompanhado pela equipe do Ministério da Agricultura que trabalha dentro do frigorífico.
– Nós temos a inspeção permanente formada por elementos, agentes de inspeção, médicos veterinários, que fazem a inspeção em regime permanente, inclusive aos sábados, animal por animal, víscera por víscera, carcaça por carcaça – fala o veterinário do Ministério da Agricultura, Luiz Augusto Gasparetto.
 Para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Camardelli, a inspeção é mais importante que apenas o carimbo.
– Inspeção não é carimbo, é uma coisa muito importante. As vísceras ficam alinhadas com a carcaça, qualquer vislumbre diferente nas vísceras, a carcaça vai para análise. Existe um controle absoluto e uma permanência perene a fiscalização federal – diz.
E para garantir que todos os abatedouros do Brasil sigam os mesmos padrões dos frigoríficos que mostrados, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Enio Marques Pereira, afirma que o governo está trabalhando para garantir a liberação de recursos para que os Estados e municípios tenham capacidade para realizar a inspeção.
FONTE: rural br

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