sábado, 20 de julho de 2013

Diga não a identificação – relato de um produtor contra a rastreabilidade obrigatória no RS



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Por Pedro Pires Piffero, pecuarista e presidente do Sindicato Rural de Alegrete.
Os governos viajam e se vislumbram com as tecnologias aplicadas pelo mundo e a primeira coisa que querem fazer e implantar no seu estado. Porém esquecem-se do essencial: importar o comportamento dos governos nestes países em relação ao setor produtivo!
Lá quem desenvolve as demandas e as maneiras de implantação são os produtores e trabalho do governo é viabilizar essas demandas. Já aqui, é ao contrário.
Para alguns governantes a opinião dos produtores é a que menos vale e quem sabe o que é bom para os produtores são eles. Tem as ideias, as transformam em projetos e se o produtor, quando consultado, não concorda eles colocam como obrigatório.
Pior é depois do término dos seus mandatos vem outro governo que acredita que aquele projeto não é o ideal ou é prioridade e muda tudo. E o produtor que continua na atividade segue vendo suas demandas básicas continuarem não sendo atendidas, como mais segurança nas áreas rurais, melhores estradas vicinais, postos de saúde nos polos rurais funcionando, ensino profissionalizante e extensão rural mais eficiente e tantas outras.
O projeto de rastreabilidade ou identificação bovina do governo do estado do RS é mais um exemplo desse descaso com a classe. Mesmo o produtor externando sua insatisfação e indicando que existem outras formas mais eficientes e exequíveis para se alcançar os objetivos propostos pelo governo do Estado, sem precisar identificar cada bovino; desconsiderando a história dos gaúchos que sempre foram os pioneiros na implantação da maioria das tecnologias utilizadas para aumento de produtividade em todo o Brasil; e mais, descartando a experiência com a identificação no Estado, onde os produtores da região, que possui mais de 50% do rebanho bovino, e que, há mais de 10 anos, nas reuniões para falar sobre rastreabilidade e identificação bovina, se colocam contra a sua obrigatoriedade.
Será que se fosse bom para esse produtor ele já não teria aderido voluntariamente?
Certamente a identificação virá acompanhada de custos, burocracia e penalizações e multas, e o que agora anunciado como “gratuito” sairá bem caro, e, como sempre, a conta será paga pelo produtor.
fonte: Beefpoint

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