As negociações entre frigoríficos e o governo do Estado de São Paulo sobre a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) podem ter uma solução ainda em 2011. Esta é a expectativa do diretor e presidente do frigorífico Minerva, Fernando Galletti de Queiroz.
– A guerra fiscal é ruim para o produtor, para a indústria e para o setor produtivo como um todo. Estão acontecendo conversas. Estão seguindo, andando bem e acreditamos que vai ter uma solução positiva para todos – afirma.
Ele aponta que a indústria de carne bovina vive um momento favorável e prevê que a empresa deve encerrar o ano com uma receita líquida entre R$ 4 bilhões e R$ 4,2 bilhões. Nos 12 meses até setembro, o montante era de R$ 3,750 bilhões.
– É só fazermos a conta: a companhia vem crescendo 15% em receita. No último trimestre, que geralmente é mais aquecido em termos de vendas, é crescer esse porcentual mais a inflação do período. No geral, estamos ganhando participação de mercado tanto interno quanto externo – diz.
Para 2012, os planos do Minerva para o exterior focam os países emergentes, principalmente no Leste europeu, África e Oriente Médio. Porém, a aposta maior é no mercado interno, que deve ter um forte aumento na demanda. A ideia é aumentar a distribuição para o pequeno e médio varejo e atuar mais no Nordeste do Brasil.
– Os países em desenvolvimento têm tido um aumento de renda e isso se traduz em maior demanda por proteínas de carne bovina. No mercado interno, nós vemos também uma dinâmica positiva, com o Brasil evoluindo, com as classes C e D consumindo mais. E a carne bovina é um produto que está no topo da lista de prioridades do consumidor no país – aponta.
Ao final de setembro, a composição da receita líquida era 46% oriunda de mercado interno e 54% de exportações.
– Como no final de ano a demanda doméstica é mais forte, devemos aumentar essa participação de dois a três pontos porcentuais – explica.
Para o ano que vem, o objetivo é ter um equilíbrio de receita: 50% oriunda de cada mercado. Com relação a preços no mercado interno, no quarto trimestre e para o início do ano que vem, Queiroz afirmou que não terá surpresa.
– A tendência no final do ano é aumentar um pouco por conta de demanda, mas no início do ano que vem, arrefece. Essa variação, geralmente, é de 5% tanto para cima quanto para baixo, devido às sazonalidades. No geral, vamos ter um quarto trimestre bem mais positivo do que o mesmo período do ano passado – declara.
Aquisições
O presidente do Minerva garante que os planos de expansão desconsideram aquisições, pelo menos, por enquanto. Atualmente, a empresa tem 10 plantas de abate e uma de processamento. Segundo Queiroz, a estratégia envolve apenas o crescimento orgânico com o objetivo de reduzir o endividamento calculado em R$ 2 bilhões.
Questionado sobre uma eventual compra de ativos da BRF-Brasil Foods (empresa resultante da fusão entre Sadia e Perdigão, obrigada pelo governo a vender parte do patrimônio), Queiroz diz que não faz parte da estratégia entrar no ramo de abates de aves e suínos. Revela, porém, que a área de distribuição desperta interesse. O problema é o modelo de venda de ativos em bloco, definido pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
– Os ativos de distribuição são interessantes, mas não há sinal de venda independente. A estratégia é venda em bloco e, nessa situação, não há interesse. Se houver mudança, vamos avaliar – aponta.
Fonte: Canal Rural e Agência Estado
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