domingo, 18 de outubro de 2015

Carne Angus do Brasil entra na União Europeia com promessa de consolidação dos embarque

Presença no continente europeu foi fortalecida com as ações do Brazilian Angus Day, durante a feira Anuga
O mês de outubro deve marcar uma nova fase da pecuária brasileira. A raça Angus pode consolidar um fluxo semanal de embarques com destino a União Europeia, por meio do Brazilian Angus Beef, direcionada ao segmento gourmet: uma nova porta de negócios lucrativos que se abre ao País. 
O principal atrativo do mercado europeu é a alta valorização dos cortes gourmet. Além de ganho do preço absoluto do produto, as negociações também estão favorecidas pela questão cambial (Foto: divulgação)
O principal atrativo do mercado europeu é a alta valorização dos cortes gourmet. Além de ganho do preço absoluto do produto, as negociações também estão favorecidas pela questão cambial (Foto: divulgação)
Após o trabalho desenvolvido pela Associação Brasileira de Angus (ABA, Bagé/RS) com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, Brasília/DF), as primeiras exportações, direcionadas para Holanda e Alemanha, tiveram início há dois meses e foram capitaneadas pelo frigorífico Marfrig Global Foods (São Paulo/SP). Contudo, o diretor Comercial do frigorífico, Alisson Navarro, acredita que deva-se se estabelecer um fluxo semanal fixo de 12 a 13 toneladas, o que representa as primeiras cargas de contêineres cheios. “Já estamos exportando, mas ainda precisamos completar as cargas com outros cortes”, frisa.
Segundo Navarro, para ingressar no mercado o Marfrig está remetendo as primeiras cargas de carne Angus certificada a preços extremamente competitivos. Contudo, pontua ele, a expectativa é atingir a mesma precificação dos cortes uruguaios que trabalham com ágio de 15% a 20%. “O mercado está aberto para  carne Angus brasileira. Isso mostra que há promessa de um negócio lucrativo para quem tiver boi Angus à venda hoje no Brasil”, salienta o presidente da Angus, José Roberto Pires Weber.
Segundo Navarro, o desafio é conseguir manter as remessas constantes, uma vez que faltam animais Angus rastreados prontos para o abate. O diretor do Programa Carne Angus, Reynaldo Tittof Salvador, assinala que a disponibilidade de animais tem crescido muito nos últimos anos. “Nossa expectativa é alcançar a marca de 400 mil novilhos Angus abatidos dentro do Programa Carne Angus neste ano. Entretanto, a adesão dos produtores à rastreabilidade ainda é um limitante”, admite. O gerente do Programa Carne Angus Certificada, Fábio Medeiros, complementa, nesse sentido, que a associação está trabalhando na construção de oportunidades ainda mais atrativas através da abertura das exportações dentro da Cota 481 – High Quality Beef, que tem tarifas diferenciadas na UE, mas que, igualmente à Cota Hilton, precisa de rastreabilidade do rebanho.
O gerente do Programa Carne Angus Certificada, Fábio Medeiros,
(Esq. à dir.) O gerente do Programa Carne Angus Certificada, Fábio Medeiros, o diretor do Programa Carne Angus, Reynaldo Tittof Salvador, e o diretor Executivo da Abiec, Fernando Sampaio, durante promoção da carne Angus na Anuga (Foto: divulgação)
Brazilian Angus Day. Mais de cem clientes internacionais de 32 países europeus e asiáticos interessados em adquirir a Carne Angus Certificada brasileira participaram na segunda-feira (12/10) do Brazilian Angus Day, durante a programação da Feira de Anuga, em Colônia, na Alemanha, no estande da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec, São Paulo/SP). A reunião de negócios, que foi guarnecida por cortes Angus servidos com a assinatura da rede Barbacoa, também celebrou as novas perspectivas de exportação.
“A Angus consolida sua posição como principal raça produtora de carne gourmet do Brasil e, com isso, colabora no fortalecimento de um novo posicionamento do País no mercado internacional no segmento de cortes especiais”, pontuou Medeiros.
Na ocasião, Salvador reforçou a excelente aceitação dos cortes oferecidos aos visitantes no Angus Day. “A carne Angus do  Brasil fez sucesso na feira e encantou com sua suculência e sabor diferenciado. Com certeza estamos começando com o pé direito uma trajetória no mercado europeu a partir dos primeiros contratos  de exportação firmados, o que sinaliza um futuro promissor de agregação de valor à produção nacional  em busca de rentabilidade para os pecuaristas do Brasil.”
O diretor do Barbacoa, Jeferson Finger, destaca que esse avanço da carne brasileira traz ganho a todos os setores relacionados com a pecuária. “Ficamos felizes porque a gente vê como está melhorando a qualidade da carne brasileira e isso põe fim a uma dependência que sempre tivemos em relação à carne de países como Argentina e Uruguai. Hoje, não ficamos mais reféns dos nosso vizinhos porque temos uma produção em escala”, disse.
Fonte: AI, adaptado pela equipe feed&food.

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