sábado, 28 de junho de 2014

Em 20 anos, 30% das propriedades rurais devem mudar de mãos, diz SRB

Análise foi feita no lançamento da etapa de MS do Circuito Expocorte.
Para fazer sucessores, produtor deve fazer reengenharia no negócio


Consultor em gestão de projetos para a pecuária de corte da SRB, Francisco Custodio Vila (Foto: Anderson Viegas/Do Agrodebate)Consultor em gestão de projetos para a pecuária de corte da SRB, Francisco Custodio Vila
(Foto: Anderson Viegas/Do Agrodebate)
Em um período de 15 a 20 anos, por conta da falta de sucessores e por opção econômica, cerca de 30% das propriedades rurais brasileiras devem mudar de mãos. A disponibilização dessas áreas no mercado vai provocar uma verdadeira revolução no agronegócio do país, que tem de começar a se preparar para lidar com esse panorama e ainda com a pressão por melhorar sua qualidade, ampliar sua preocupação ambiental e com a redução da oferta de mão de obra.
Segundo Vila, para que o produtor rural brasileiro mostre a seus filhos e netos que sua propriedade rural pode ser um bom negócio, fazendo com que se tornem seus sucessores em vez de abandonar o campo, é preciso que ele faça uma reengenharia em seu empreendimento rural.A avaliação da perspectiva futura do agronegócio brasileiro foi feita na manhã desta quinta-feira (26), na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul(Famasul), em Campo Grande, no lançamento da etapa estadual do Circuito Expocorte. O autor foi o consultor em gestão de projetos para a pecuária de corte da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Francisco Custodio Vila. Ele responde também pela coordenação de conteúdo do evento.
“No passado a disponibilidade de terra era a principal questão para a agricultura e a pecuária. Hoje a terra se tornou um importante ativo, mas também existem fatores econômicos, sociais e ambientais. Devemos produzir mais, com a mesma ou até com a redução de áreas e, para isso, a incorporação de tecnologias ao processo produtivo é fundamental”, avaliou.
Coordenador do Circuito Expocorte, Moacyr Seródio (Foto: Anderson Viegas/Do Agrodebate)Coordenador do Circuito Expocorte, Moacyr Seródio
(Foto: Anderson Viegas/Do Agrodebate)
Neste contexto de transformações, para preparar o pecuarista para este novo cenário, é que Vila comenta que está sendo realizado o Circuito Expocorte, evento que com cinco etapas realizadas nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Roraima, Tocantins e Minas Gerais, quer levar tecnologia e discussão para polos de produção pecuária.
Em Mato Grosso do Sul, o evento será realizado no Centro de Convenções Albano Franco, entre os dias 30 e 31 de julho. Segundo o coordenador do circuito, Moacyr Seródio, além de uma programação básica realizada em todas as etapas que discutirá temas como cenários e tendências do mercado, desafios da cadeia produtiva, gestão, sucessão, mão de obra, aspectos jurídicos, genética, nutrição e pastagens, o evento contará também com debates de questões locais, como, por exemplo, a implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), entre outras.
“O evento é focado no negócio, porque o produtor tendo informações sobre como gerenciar melhor seu negócio, vai ter ferramentas para buscar a inovação e a tecnologia, que são fundamentais para que ele permaneça e evolua na atividade”, comenta Seródio.
O secretário estadual de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur), Paulo Engel, destacou durante o evento a importância da pecuária para o crescimento de Mato Grosso do Sul e lembrou de iniciativas de sucesso no desenvolvimento da atividade, como o projeto novilho precoce, que conseguiu reduzir o tempo médio de abate dos animais.
Presidente da Famasul, Eduardo Riedel, no lançamento do Circuito Expocorte em MS (Foto: Anderson Viegas/Do Agrodebate)Presidente da Famasul, Eduardo Riedel, no lançamento do Circuito Expocorte em MS
(Foto: Anderson Viegas/Do Agrodebate)
Por sua vez, o presidente da Famasul, Eduardo Riedel, lembrou que a pecuária é um legado do agronegócio para Mato Grosso do Sul, pela importância que teve e tem no crescimento do local, mas ressaltou que os produtores não podem abrir mão dos investimentos em inovação e tecnologia, para assegurarem que a atividade esteja sempre na vanguarda entre as cadeias produtivas do estado e do país.
fonte: G1

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