quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O custo da engorda no pasto



A tecnificação vem aumentando, os índices zootécnicos e o rebanho têm sido melhorados, as vendas estão sendo programadas, enfim, são inúmeras as melhorias no sistema de produção da pecuária de corte.

Este é o caminho para uma atividade que vem tendo suas margens cada vez mais testadas. Na agricultura esse processo de intensificação começou há anos. 

Mas falta ainda para o pecuarista saber com certeza quanto custa a produção de uma arroba, assim como um produtor de milho ou soja conhece o custo para produzir uma saca do grão. Pelo menos se imagina que saiba.

O custo de produção da arroba- premissas

Para estimar quanto o pecuarista gastou para produzir uma arroba em 2012, agrupamos os insumos por categoria, a começar pelos custos variáveis, tais como: medicamentos veterinários, gastos com nutrição e insumos para manutenção do pasto. 

O custo de formação da pastagem e os demais custos fixos (depreciação de cerca, cochos, benfeitorias, etc.) também foram considerados.

Na recria/engorda, o bovino entrou no sistema com um ano, pesando aproximadamente sete arrobas e meia (225kg) e depois de dois anos no pasto foi vendido com 17 arrobas (510kg). A cotação corrente no mercado do bezerro de 12 meses em São Paulo adotada foi de R$740,00/cabeça, e o custo de implantação de pasto, segundo o levantamento da Scot Consultoria, foi de R$1,07 mil/ha, referentes a 2010, ano de entrada no sistema.

Para o cálculo do custo e do resultado, foi considerada a inflação de 2011 e de 2012 até novembro. 

Os preços do bezerro e da formação de pasto, operações feitas em 2010, foram deflacionados. Para as demais despesas que aconteceram ao longo do período, aplicou-se a inflação de 2011. 

A cada ano, 2011 e 2012, foram consideradas operações de manutenção das pastagens. Para os preços dos suplementos minerais e proteinados, considerou-se a média do período, já que este insumo é de uso diário.

Para distribuir os custos apurados por bovino, adotamos a lotação de 1 cabeça/ha e a depreciação do pasto em 20 anos. Neste sistema, os custos com pastagem correspondem a 80,2% do total.


Para os gastos com mão de obra (salários e encargos), o terceiro item que mais pesa para o pecuarista no sistema de produção, com 9,9% do total, foi considerado um salário e meio para cada funcionário, reajustados ao longo de dois anos, utilizando a proporção de um vaqueiro para cada mil cabeças e mais um empregado para serviços gerais. Os encargos trabalhistas incidentes são de 70% sobre os vencimentos.

Os componentes com menor participação nos custos do sistema foram os produtos veterinários. O protocolo sanitário básico incluiu duas vacinações de aftosa e duas vermifugações por ano.

Por fim, tem-se o custo de R$82,93 por arroba produzida em pasto em São Paulo em sistema de recria e engorda.


Sendo este animal vendido em 2012, em dezembro, com um peso de 17@ e um preço de R$96,00/@, à vista, o lucro por cabeça foi de R$12,08.


Final

Os custos de produção variam conforme a compra do insumo, região e nível de tecnificação.

Independente do custo de cada propriedade, o importante é medi-lo. 

Isso traduz a atividade em números e assim é possível planejar cada ação com clareza, buscando o melhor resultado econômico possível.

por Alex Santos Lopes da Silva


FONTE: SCOT CONSULTORIA

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