sábado, 14 de setembro de 2013

Sindicarne considera um absurdo a falta de recursos para a defesa agropecuária


Sindicarne considera um absurdo a falta de recursos para a defesa agropecuária
Presidente do Sindicarne, Clever Pirola Ávila. Foto: Sindicarne
A escassez de recursos orçamentários federais da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), que está sem dinheiro para custear suas atividades desde agosto, foi considerada “um absurdo” pelo Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne). O presidente Clever Pirola Ávila reclama a falta de prestígio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, à qual está vinculada a SDA. 

O dirigente enfatiza que o Brasil necessita de uma estabilidade à longo prazo. “Não podemos continuar vivenciando a troca de Ministro da Agricultura e sua equipe de maneira tão freqüente.” 

Ávila entende que o setor precisa de uma equipe governamental forte e competente para conquistar a confiança e credibilidade interna e externa. E reclama que “cada mudança significa um reinício e até tirar a máquina da inércia – tudo fica parado”. 

O presidente do Sindicarne assinala que “o setor produtivo da agricultura e do agronegócio precisa, de fato, de um líder no Ministério da Agricultura que faça na prática a mudança de modelo, pois o atual modelo está exaurido e não atende mais as necessidades das demandas internas e internacional – e desta forma fragiliza nossa competitividade.” 

As queixas das entidades do agronegócio relacionam-se a pobreza de recursos do Ministério da Agricultura e da Secretaria de Defesa Agropecuária.  O orçamento da Secretaria para 2013 é de R$ 204 milhões, após os contigenciamentos, mas foram empenhados até o mês passado R$ 101 milhões. No total, o governo contingenciou R$ 499 milhões do Ministério da Agricultura. Desde 1º de agosto não há recursos para manutenção, diárias, deslocamentos, passagens, combustível e alimentação de fiscais.  

O Sindicarne adverte que a interrupção dos trabalhos é uma ameaça iminente. O próprio ex-secretário de Defesa Agropecuária, Enio Marques, encaminhou em agosto memorando ao secretário-executivo do Ministério, José Gerardo Fontelles. No documento, Marques "manifesta imensa preocupação com os reflexos negativos que possam advir para a economia com a suspensão do acompanhamento às missões internacionais". A União Europeia deve enviar uma missão em setembro; a Rússia, em outubro.  

INQUIETAÇÃO 

“Estamos flertando com o perigo num momento em que indústrias e produtores fazem grande esforço para conquistar novos mercados. Nesse processo, a sanidade animal e a defesa agropecuária são essenciais”, alerta.  

Para piorar o quadro de inquietação, fiscais agropecuários anunciam greve partir do dia 16 durante cinco dias, em protesto contra o loteamento político da Secretaria e cargos de confiança em todo o País poderão ser entregues para combater a "ingerência política e empresarial na nomeação do novo secretário de Defesa Agropecuária". O novo titular da SDA é o  advogado Rodrigo Figueiredo. 

De acordo com Clever Pirola Ávila, as entidades nacionais do agronegócio já expuseram as preocupações e prioridades para a nova equipe do Ministro da Agricultura. “Agora, o que esperamos é um mínimo de atenção e reação com resultados concretos”, finaliza.

Fonte: Assessoria Sindicarne

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