sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Resíduos de ivermectina ainda trazem prejuízo


Cadeia produtiva ainda não conseguiu estabelecer plano consistente de controle e exportações continuam abaixo dos níveis de 2009

A polêmica envolvendo resíduos do antiparasitário ivermectina, medicamento mais usado pelos pecuaristas brasileiros, ainda está longe de se resolver. Apesar dos vários encontros entre representantes dos segmentos da cadeia pecuária, não se chegou a uma solução definitiva.

A proposta do governo de exigir receita veterinária para compra de antiparasitários enfrenta forte oposição do FNPPC - Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte, que classifica a exigência como inaceitável. "Não precisamos de regras que dificultem ainda mais o trabalho do pecuarista. Existem outras formas de se resolver esse problema; por exemplo, com educação sanitária", afirma Antenor Nogueira, presidente do Fórum.

Desde que o Ministério da Agricultura suspendeu as exportações de carne industrializada para os Estados Unidos por sete meses (junho a dezembro de 2010), devido à detecção de resíduos de ivermectina acima dos 10 ppb ou partes por bilhão aceitos pelos norte-americanos, essa questão vem mobilizando o setor, pois continuam a ocorrer violações. O PNCR - Programa Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes registrou incorformidades em 4,16% em 2009 e 1,54% em 2010, mas as empresas, que estão fazendo controle no produto final para evitar eventuais recolhimentos de produtos do mercado (recalls), têm encontrado percentuais mais altos, entre 5% e 6%.

Não se sabe exatamente porque isso ocontece, mas supõe-se que essa variação se deva à presença de gordura no produto, que teria maior concentração de ivermectina. Ou seja, o problema é mais complexo do que se imagina.

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