terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Governo da Argentina promove suinocultura e reduz produção de gado

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O governo argentino irá promover o consumo de suínos em 2010. O país, que é o maior consumidor de carne vermelha do mundo, também projeta uma queda de 30% na produção de carne bovina.
“A carne suína deve ser parte da dieta dos argentinos, assim como acontece nos outros países”, disse Lorenzo Basso, secretário de Agricultura e Pecuária, em uma entrevista realizada na Bolsa de Cereais de Buenos Aires. “Estamos trabalhando em um projeto para promover o consumo de outros tipos de carne, como a suína, e para melhorar a eficiência na produção de gado”.
Os criadores de gado estão reduzindo sua produção, devido às restrições para exportação impostas pelo governo e devido a regulação dos preços, segundo Arturo Llavallol, secretário da Sociedade Rural Argentina, no dia 18 de dezembro. O país terá 4 milhões de cabeças de gado a menos em 2010, o que significa uma queda de 30% na produção de carne.
“O projeto do governo também visa ajudar os pecuaristas a criar seu gado antes de vendê-lo, até que cada boi pese entre 240 a 250 quilos, ao invés de apenas 160 quilos, como são atualmente vendidos”, disse Basso. O governo planeja divulgar mais detalhes dos projetos antes do final do ano.
Cada argentino come, em média, 75 quilos de carne anualmente.
O governo também pretende ajudar os produtores a aumentarem sua produção no ano que vem. “Nós não conseguiremos impedir a queda na produtividade no ano que vem, mas o projeto deverá ter um impacto em 2011, quando a Argentina poderá voltar a aumentar os rebanhos em 4 milhões de cabeças”, disse Basso.
Importação de carne
A Argentina precisará importar carne bovina para atender a demanda doméstica, segundo Hugo Biolcati, presidente da Sociedade Rural.
Agricultores e pecuaristas bloquearam os embarques de grãos e de gado por quatro meses para protestar conta as taxas na exportação de soja e o controle dos bens das fazendas. O governo recuou com as taxas em julho de 2008, depois que elas foram rejeitadas pelo Congresso.
A Argentina, que era maior exportador de carne vermelha nos anos 70, caiu para o sétimo lugar no ano passado, de acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O Brasil agora é o maior exportador e irá exportar quatro vezes mais carne que a Argentina este ano.
Fernanda Bellei

Fonte: Bloomberg
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