Diferentemente da arroba, o COT variou de forma homogênea entre os Estados
DA AGÊNCIA ESTADO
O ano de 2013 pode ser considerado positivo para o pecuarista brasileiro, já que o preço da arroba de boi gordo subiu mais do que os custos de produção. A avaliação é de técnicos da Superintendência Técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), divulgada em boletim mensal. Em 2012, ao contrário, a arroba acumulou desvalorização de 5,36%, enquanto o COT se elevou em 4,36%, prejudicando fortemente a margem do setor produtivo.Conforme os técnicos, a arroba do boi gordo no ano passado apresentou valorização de 17,15% (indicador Esalq/BM&FBovespa), enquanto a variação do Custo Operacional Total (COT) na pecuária ficou em 8,58%. Entre outros fatores, o consumo interno manteve-se firme em 2013 e o câmbio garantiu receita recorde com as exportações de carne bovina.
Além disso, a oferta restrita de animais para abate no mercado doméstico contribuiu para forte valorização do boi gordo. Segundo a CNA/Esalq, o consumo firme de carne bovina em 2013 pode ter sido favorecido, ainda, pelo aumento nos preços das carnes concorrentes (suína e de frango).
Entre os Estados que compõem a 'média Brasil' (GO, MG, MT, MS, PA, PR, RO, RS, SP e TO), o destaque de 2013 foi para o Rio Grande do Sul, onde a elevação da arroba ficou 9,98 pontos porcentuais acima do COT. Ao analisar os preços do boi gordo, verifica-se que predominaram incrementos no intervalo de 15,58% a 19,82% entre os Estados pesquisados, mostra a pesquisa.
Diferentemente da arroba, o COT variou de forma homogênea entre os Estados. A alta mais expressiva em 2013 ocorreu no Paraná, de 10,68%. Já Tocantins foi o Estado que apresentou o menor aumento, de respectivamente 6,43%, no mesmo período.
A alta de preços do bezerro foi determinante para elevar os custos em 2013, de acordo com os técnicos. De janeiro a dezembro, na 'média Brasil', o animal acumulou aumento de 21,57%. A compra de bezerros representou, na média do ano, 38,81% do COT. A elevação mais expressiva dos custos para aquisição de animais foi verificada em Mato Grosso do Sul, de 23,49%, ao passo que o menor ficou com Minas Gerais, de 6,79%.
No mercado externo, a valorização do dólar em relação ao real, somada à recuperação gradativa da crise de 2009, favoreceu os embarques brasileiros de carne bovina, que bateram o recorde de receita em 2013, de US$ 6,7 bilhões. Para 2014, as perspectivas continuam positivas, como o câmbio a R$ 2,40. Existe expectativa de retomada de mercados importantes, como China e Arábia Saudita. Também há negociações adiantadas para abrir mercados como Tailândia e Camboja.
Em 2014, o consumo interno de carne de boi deverá ter impulso da Copa do Mundo. Em contrapartida, os técnicos da CNA/Esalq ponderam que é preciso considerar aspectos macroeconômicos desfavoráveis, entre eles, o déficit público, aumento da taxa de juros, baixo volume de investimento e a projeção de inflação elevada, em 6%. 'Se os custos de produção se comportarem como em 2013, aumentando acima da inflação, será importante que o pecuarista esteja atento para administrar os recursos de forma eficiente, se planejando para não 'perder' as vantagens da maior receita', concluem os técnicos.
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