terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Gado gaúcho continua saindo de casa


As vendas de gado em pé do Rio Grande do Sul para outros Estados seguem avançando. No ano passado, cresceram 26% em relação a 2012, chegando a 47,64 mil cabeças, segundo dados do Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura.

Esse quadro ganha interpretações diferentes em cada ponta do setor. Para os criadores, é uma chance de ampliar ganhos. Para a indústria, motivo de preocupação, já que há ociosidade de aproximadamente 30% na capacidade de abate.

Enquanto a oferta local não alcançar o potencial máximo – abate de 2,5 milhões de cabeça ao ano –, as vendas de gado em pé sempre serão vistas como algo preocupante, entende Ronei Lauxen, presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes do Estado (Sicadergs):

– Terneiros estão sendo selecionados para confinamento em São Paulo. Perdemos a oportunidade de qualificar nosso produto.

São Paulo realmente concentra as compras: foi destino de mais de 76% do gado em pé negociado em 2013. Um dos grandes compradores é a JBS, que não tem unidade de abate no Rio Grande do Sul. Terneiros e animais jovens produzidos aqui são levados para confinamento e depois se transformam em carnes premium.

A curto e médio prazo, não há sinais de mudança nesse quadro de crescimento das vendas interestaduais, avalia Fernando Velloso, da assessoria agropecuária FF Velloso & Dimas Rocha. O contingente negociado dessa forma representa cerca de 2,5% do total de animais abatidos aqui, compara o consultor.

– Essa não é a principal causa da ociosidade da indústria – opina Velloso.

Lauxen argumenta que, apesar de reduzido, o volume pode representar o abate anual de dois frigoríficos médios gaúchos. No ano passado, a preocupação com esse tipo de venda fez com que a indústria sugerisse a adoção de taxa por cabeça negociada, mas a ideia não vingou.

fonte: ZERO HORA
INFORME RURAL | GISELE LOEBLEIN

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