Governo suspendeu uso e produção de produtos para atender demanda norte-americana
A decisão do Ministério da Agricultura de proibir as avermectinas de longa ação – conforme previsto na Instrução Normativa n° 13, publicada em 30 de maio - foi tomada para manter as importações de carne bovina processada dos Estados Unidos, informou o Ministro da Agricultura, Neri Geller, durante reunião com representantes da pecuária com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
“O ministro explicou que há essa reclamação desde 2005 e que aumentou a pressão dos EUA sobre essa questão dos resíduos”, explica Luiz Carlos Heinze, presidente da FPA. O encontro foi realizado na manhã desta quarta-feira, 11. Nos primeiros cinco meses do ano os EUA adquiriram 8,2 mil toneladas e US$ com receita de 84 milhões.
No começo deste ano, um lote de carne processada do JBS foi recusada por conter resíduos acima do nível permitido 10 partes por bilhão (ppb). Em 2010, os embarques do produto brasileiro para aquele país ficaram suspensos por sete meses. Desde o começo deste ano, Brasil e EUA negociam a abertura do mercado norte-americano para a carne brasileira in natura.
A intenção do setor é encontrar um meio de não prejudicar os pecuaristas, uma vez que os produtos são os principais utilizados para o combate de endo e ectoparasitas no campo, e também encontrar maneiras de atender às exigências dos americanos.
Na terça-feira, 10, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), FPA, Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC), Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), Assiociação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) reuniram-se para debater a questão. Na ocasião, CNPC) e CNA apresentaram notas técnicas contrárias à medida. Apenas a Abiec posicionou-se à favor.
Na próxima segunda-feira, representantes das entidades, de federações e do Mapa devem ter novo encontro para avaliar procedimentos. “A ideia é estudar o que pode ser feito para não penalizar toda a pecuária e sim aqueles que não respeitam o período de carência”, diz Heize.
O Mapa já havia instituído a exigência de receituário para a compra dos produtos em 8 de maio, conforme a IN 12, e criado um grupo de estudos em 9 de maio para avaliar meios para o uso seguro dos produtos. A suspensão do uso de avermectinas com prazo de carência acima de 28 dias para o bovinos de corte criados em regime de confinamento e semiconfinamento e também em sistema de produção a pasto e que estejam em fase de terminação já estava previsto na Instrução Normativa 48, de 29 de dezembro de 2011.
Fonte: Portal DBO
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