O mercado do boi gordo segue com os mesmos preços da semana passada, entre R$8,70 e R$9,00/kg de carcaça, a prazo. A pressão de baixa dos frigoríficos continua, mas o volume de negócios ainda não aumentou.
A vaca gira entre R$8,40 e R$8,60/kg de carcaça, a prazo.
Os frigoríficos maiores ofertam preços menores, mas o preço final se aproxima da margem superior das cotações, devido às bonificações conforme raça, padrão, gordura e rastreabilidade dos animais.
A disponibilidade de gado para abate ainda é o principal causador do cenário de preços firmes.
A tendência para os próximos dias é de estabilidade à ligeira queda, devido ao possível aumento na oferta que pode ocorrer a partir da segunda metade de julho.
Alta de 39,1% em 10 meses
Os preços do boi gordo tiveram uma alta acima do esperado. As cotações atualmente estão 39,1% maiores que no início de outubro do ano passado, quando o produtor recebia R$6,40 no quilo do animal gordo.
Na média histórica, a variação é de 9,3% para o período, sendo que a maior alta registrada anteriormente foi 18,0%, em 2008. A única queda foi em 2009, em função da crise econômica do fim de 2008, que foi sentida no ano seguinte. Veja a tabela 1.
Tabela 1. Variação no preço do boi gordo a prazo no Rio Grande do Sul, de outubro a julho, de 2004 a 2013.
Fonte: Scot Consultoria
Historicamente, julho é o mês de maior preço médio do boi gordo no ano, no Rio Grande do Sul. A partir de agosto há tendência de que a oferta de animais para abate oriundos de pastagens de inverno aumente, o que acaba causando queda das cotações até outubro. Veja a figura 1.
Figura 1. Variação média no preço do boi no Rio Grande do Sul, de 2003 a 2013.
Fonte: Scot Consultoria / Lance Agronegócios
Outubro é o pico da disponibilidade de animais, principalmente devido à retirada destes de pastagens para dar espaço às lavouras como a soja.
Nos últimos anos essa oscilação tem crescido, em função do aumento de área plantada de soja.
Mas vale ressaltar que apenas uma análise baseada no histórico, é uma tendência, o produtor deve estar preparado, o que não quer dizer que certamente vai acontecer.
Com isto, podemos ver que devemos acompanhar o mercado e utilizar as ferramentas disponíveis para que possamos planejar a comercialização dos animais e tentar realizar a melhor negociação possível e obter um bom resultado no sistema de produção.
Por Renato Bittencourt
Lance Agronegócios
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