Apesar da tendência histórica de retração nos preços do boi gordo em outubro (-1,8%), frente a setembro, atualmente as cotações estão firmes.
O boi gordo é comercializado entre R$8,40 e R$8,80/kg de carcaça, a prazo. Podemos considerar que a maioria das negociações fica na faixa intermediária dos valores citados.
A vaca gorda gira entre R$8,20 e R$8,30/kg de carcaça, nas mesmas condições.
Desde o início do mês, o patamar das cotações alterna de estável a ligeira alta de 2,0%, o que é um bom sinal para o produtor que ainda tem animais no campo para serem abatidos nas próximas semanas, visto que em outubro, geralmente os preços caem.
Isto pode significar que o pico oferta de animais que tipicamente ocorre neste mês pode ter chegado mais cedo em 2014. Caso isto se confirme, a tendência de alta nos preços de novembro em diante, este ano pode começar em outubro.
Se sim, isto pode ser atribuído ao incremento das áreas de soja nos últimos anos no estado. Quanto mais soja, mais pastagens de inverno, e mais gado nelas, na hora da retirada para implantação da cultura de verão, a pressão tende a ser maior, assim como a escassez de oferta após este período.
Este incremento na área de soja parece acentuar algumas oscilações de mercado, como as quedas de agosto e setembro, que na média histórica de 2003 a 2013 são de 0,7% e 2,7%, respectivamente, e este ano foram de 2,5% em agosto e 3,2% em setembro.
A queda foi mais acentuada, mas o período pode ter sido mais curto, o que significa oferta mais concentrada.
A retirada dos animais até outubro é característica de quem implanta lavouras de verão, e este ano, como está se confirmando a previsão de uma primavera bem chuvosa, os agricultores tentaram preparar as áreas mais cedo, mas boa parte não conseguiu ainda.
Caso a firmeza das cotações comece mais cedo, quem tem, ou terá, pastagens cultivadas de verão, anuais ou perenes, tem uma ótima oportunidade de melhoras seus resultados em relação às vendas feitas durante a “safra” de boi (agosto, setembro e outubro).
Esta pode ser uma boa hora para comprar a reposição, aproveitando um preço mais baixo do que nas próximas semanas, com a costumeira alta do gado gordo, que também puxa os preços da reposição para cima.
A oferta de animais prontos para abate em janeiro e fevereiro deve ser menor, frente aos patamares atuais, e consequentemente deve ter melhores preços no estado.
Por Renato Bittencourt
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