Partindo do fato de que, nos últimos 30 dias, a cotação do frango vivo aumentou quase 8%, enquanto a do boi em pé registrou variação pouco superior a meio por cento, houve quem concluísse que o frango perdeu competitividade frente ao boi. Mas isso só é verdade se, por exemplo, a mais recente relação de preços entre um e outro produto for comparada com a observada no pior momento do frango neste exercício (entre abril e junho), época em que a cotação do frango vivo chegou a corresponder a menos de 22% da cotação do boi em pé (valor da arroba convertido em quilo). No momento essa relação alcança o mais elevado índice do ano, mas não passa dos 30%. Ou seja: continua extremamente favorável ao frango. Além disso, permanece numa proporção ligeiramente inferior à registrada um ano atrás, nesta mesma época. Parece, no entanto, ser equivocado falar em competitividade ao nível do produtor porque, principalmente, ninguém opta por comprar boi em pé ou frango vivo apenas porque um produto esteja com valor mais competitivo que o outro. E isso não se aplica nem mesmo ao atacado de carnes. Quer dizer: competitividade é algo que se restringe ao consumidor final. E,sob esse aspecto, o frango continua imbatível. Apesar das recentes altas. Para comprovar: anteriormente a setembro corrente, a ocasião em que o consumidor pagou mais caro pelo frango resfriado foi em março de 2013, época em que os altos custos das matérias-primas forçaram o setor a uma compulsória redução da produção. Então, comercializado no varejo por R$5,64/kg (dado do PROCON-SP para o dia 7 de março de 2013), o frango (1 kg) correspondeu a cerca de 1,9 kg de carne bovina de segunda, produto normalmente adotado para comparações do gênero. No último dia 24 – ou seja, 30 meses ou dois anos e meio depois – aquele recorde foi batido. Pela estrondosa diferença de 1 (um!) centavo. Pois, conforme o Procon-SP, o frango resfriado alcançou na data preço médio de R$5,65/kg, valor 8% superior ao de quatro semanas antes (27 de agosto), quando foi comercializado por R$5,23/kg. Isto, enquanto o preço da carne bovina de segunda retrocedia mais de 2%. Claro que esse caminhar oposto – o preço da carne de frango aumentando, o da bovina recuando – fez retroceder a competitividade do frango. Mesmo assim, o produto continuou apresentando, em relação à quantidade de carne bovina adquirível, um ganho de 52% ou 1.000 gramas a mais que em março de 2013. Outro detalhe que não pode ser ignorado: no momento, o consumidor está pagando 53% a mais pela mesma carne bovina de 30 meses atrás – índice muito superior ao da variação do salário mínimo, reajustado nesse período em 16,2%. Já o ajuste do frango resfriado, pelo contrário, não onera o consumidor, pois bem inferior a meio por cento. | |
AviSite / Redação |
terça-feira, 29 de setembro de 2015
Competitividade do frango frente ao boi
Postado por
Eduardo Lund / Lund Negócios
às
17:18
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