O Kuwait decidiu abrir seu mercado para exportações brasileiras de animais vivos, segundo informações publicadas pela Kuwait News Agency (Kuna) nesta segunda-feira (15). Segundo a agência, a decisão foi confirmada pela diretora-geral adjunta de Saúde Animal da Autoridade Pública para Agricultura e Recursos da Pesca do Kuwait, Zahra Al-Wazan, que no domingo (14) participou de reunião na Cidade do Kuwait com delegação do governo brasileiro liderada pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, na qual as autoridades kuaitianas manifestaram interesse na importação de gado, ovos férteis e pintos de um dia do Brasil.
Alexandre Rocha/ANBA
O anúncio ocorreu depois de reunião de Maggi com o ministro de Estado das Municipalidades e presidente da Autoridade Pública para Agricultura, Mohammad Al-Jabri, e com o ministro da Indústria e Comércio do país, Khaled Nasser Abdullah Al Roudan, no final da tarde de segunda-feira.
A Kuna ressalta que as autoridades brasileiras e kuaitianas acertaram condições sanitárias e técnicas para que os animais cheguem ao mercado da nação árabe com segurança. Segundo o responsável pela importação de animais vivos na Autoridade Pública para Agricultura, Abdulrahman Kandari, a demanda por bovinos no Kuwait varia de 6 mil a 10 mil cabeças por ano. O país importa muito mais ovinos, cerca de 1 milhão de cabeças anualmente, somente da Austrália.
Os kuaitianos pretendem ainda enviar uma missão técnica ao Brasil para visitar fazendas e laboratórios com o objetivo de reabrir o mercado para a carne bovina brasileira. As importações estão suspensas em função de um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina, o mal da vaca louca, ocorrido no Paraná no final de 2012. A Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) classifica o Brasil como país de risco “negligenciável” para a doença. “Foi um caso atípico num rebanho de 212 milhões de cabeças, então o País manteve seu status”, ressaltou o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Odilson Luiz Ribeiro e Silva.
“Criou-se as condições para a liberação das exportações de carne resfriada e congelada ao Kuwait”, comentou o ministro, após entrevista coletiva para jornalistas kuaitianos na casa do embaixador brasileiro no país, Norton Rapesta, nesta segunda-feira. “Já gado em pé o Brasil nunca exportou [ao Kuwait]”, observou. A Kuna destacou a importância das garantias apresentadas pelo ministro da Agricultura e as providências tomadas pelo Brasil na área para o andamento das negociações.
Outros países da região, como Arábia Saudita e Catar, retomaram as compras de carne bovina do Brasil há mais de um ano. No caso dos bovinos vivos, o Brasil exporta para os árabes Arábia Saudita, Argélia, Egito, Líbano, Jordânia e Iraque.
Aos jornalistas kuaitianos, Maggi disse: “Trago a mensagem do governo brasileiro de que queremos mais comércio e mais negócios entre os dois países”. No ano passado, a corrente comercial entre as duas nações somou US$ 485 milhões, com déficit de quase US$ 90 milhões para o lado brasileiro, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). “Há muito espaço para crescer”, destacou o ministro da Agricultura. O frango é de longe o principal produto exportado pelo Brasil ao país árabe.
A missão do Ministério da Agricultura ao Golfo segue nesta terça-feira (16) na Arábia Saudita. O ministro viaja acompanhado de empresários do ramo do agronegócio e de executivos da Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
(*) Com informações do Mapa
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