Em 2018, pelo menos na geração de divisas, a carne de frango perdeu a liderança que, aparentemente, mantinha desde o século passado: a carne bovina ocupou o posto, graças a uma receita cambial quase 8% maior que a do ano anterior. A diferença em relação à carne de frango foi de apenas 2%.
Os dados compilados pelo MAPA junto à SECEX/MDIC apontam que, entre as quatro principais carnes exportadas pelo Brasil, apenas a carne bovina fechou o exercício no “azul”. Isto, ainda que os preços do produto tenham recuado quase 3% no ano. A perda foi compensada com um aumento de 11% no volume, desempenho que, por sua vez, gerou aumento de receita de 7,85%.
Foi só, porém. A carne de frango teve volume e preço reduzidos em 5%, o que fez sua receita recuar 10%. Curiosamente, foi aqui que ocorreu a única exceção em relação à queda generalizada de preços: os industrializados (aí inclusa a carne salgada) registraram valorização de 10,5% no preço médio. Mas como o volume embarcado retrocedeu à metade (efeito, sobretudo, do embargo europeu a um grupo de abatedouros brasileiros), a receita cambial desse item recuou 45%. Neste caso, o desastre para a carne de frango só não foi maior porque o volume de industrializados representa apenas 3,5% das exportações do setor (ou 2% do volume total de carnes).
Os maiores recuos de preço -quedas da ordem de 20% -ocorreram com as carnes suína e de peru. O que, combinado com a retração dos volumes embarcados (de, respectivamente, 7% e quase 33%), ocasionou recuo de mais de 25% na receita cambial da carne suína, índice que, na carne de peru, subiu para mais de 46%.
Em volume, a carne mais exportada continua sendo a de frango, com 61% do total. Seguem-na a carne bovina, com cerca de 25%, a suína, com quase 10% e a de peru, com pouco mais de 1% (o total divulgado pelo MAPA inclui outras carnes não relacionadas na tabela).
Já na geração de receita, o primeiro lugar é, agora, da carne bovina, com 44,5% do total. A carne de frango respondeu por 43,6% - diferença inferior a 1 ponto percentual em relação à carne bovina. Carne suína e de peru responderam por, respectivamente, 8,1% e 1% da receita das carnes em 2018.
fonte: Avisite
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