Venda de carne pode voltar ao nível pré-crise em 2010
Câmbio apreciado deve dificultar recuperação mais significativa.
País deve continuar como primeiro em carne de frango e bovina.
Apesar das exportações de carnes estarem se recuperando em ritmo mais lento do que o esperado, especialistas do setor estão otimistas para 2010.
Para representantes da indústria, associações e analistas, é possível que as exportações retornem a níveis pré-crise neste ano, pelo menos em volume. Quanto à receita, o câmbio apreciado deve dificultar uma recuperação mais significativa.
Mas o dólar baixo, que em alguns momentos de 2009 chegou a ameaçar a excelência brasileira no segmento de aves, não deve ser suficiente para afetar a competitividade do país a ponto de retirá-lo da primeira posição como maior fornecedor mundial de carne de frango e de carne bovina.
A disponibilidade de recursos naturais para expansão da agropecuária e o baixo custo dessa atividade no país sustentam a competitividade da indústria nacional de carnes. Especialistas do setor são unânimes ao afirmar que, com uma taxa de câmbio mais favorável às exportações, o desempenho do setor poderia ser melhor, com aumento da rentabilidade.
Volatilidade
Mas o dólar em queda não deixa o Brasil fadado ao fracasso. O problema, apontam analistas, é a volatilidade do câmbio. A partir do momento em que a taxa se estabilizar, ainda que em um patamar baixo, os produtores terão condições de se ajustar à nova realidade de produção.
"A competitividade do Brasil não está lastreada no nível do câmbio. Em boa parte dos anos de 2007 e 2008, estivemos com um câmbio muito próximo ao que estamos hoje. O problema é quando o movimento ocorre de maneira muito rápida", afirma o diretor financeiro e de relações com investidores da BRF-Brasil Foods, Leopoldo Saboya.
O executivo admite que o atual nível do câmbio pode ter deixado o frango norte-americano mais competitivo, mas isso não significa que os Estados Unidos roubarão espaço significativo do Brasil no comércio mundial. "Eles não estão focados para isso", diz o presidente da Sadia, Julio Cardoso.
Hoje, o Brasil responde por 41% do comércio mundial de carne de frango, ante 37% dos EUA.
FONTE www.g1.globo.com
da agência estado
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Bezerro desvaloriza 12% em 2009 e arroba, 11%
A crise internacional e o regime de chuvas atípico em 2009 aumentaram a complexidade das decisões no mercado pecuário nacional, analisam pesquisadores do Cepea. Com a escassez de crédito, caiu a demanda externa por carne e também as possibilidades de empresas financiarem a produção e novos investimentos. Quanto às chuvas, vieram em excesso em boa parte da região Centro-Sul, aliviando a estiagem típica de meados do ano, mas, por vezes, forçando a entrega de lotes de confinados em momentos não programados. Conforme dados do Cepea, os recordes de preços registrados pelo setor em 2008 ficaram bem distantes das médias do segundo semestre do ano passado. Os preços tanto do bezerro, quanto do boi e da carne caíram ao longo dos meses, ensaiando alguma recuperação na segunda quinzena de dezembro, segundo pesquisas do Cepea. No acumulado de 2009, o animal de 08 a 12 meses teve desvalorização de 12% no estado de São Paulo, a arroba do boi gordo no mesmo estado, a prazo, caiu 11%, e o quilo da carne com osso no mercado atacadista da Grande SP teve queda de 12%.
FONTE Cepea/Esalq
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