quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Fixado prazo para ser derrubado embargo à compra de carne brasileira


O secretário da Defesa Agropecuária do Brasil, Ênio Marques, fixou prazo até março para que todos os países retirem os embargos contra a carne bovina brasileira em razão do caso não clássico de mal da vaca louca registrado em 2010 e revelado há poucas semanas. Após essa data, afirmou Marques na sexta, dia 21, na sede da Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE), em Paris, na França, os países serão denunciados à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Por ora, Japão, China, Coreia do Sul, Egito, África do Sul e Arábia Saudita impuseram restrições à carne brasileira em razão de um caso de contaminação pela proteína príon, agente da encefalopatia esfongiforme bovina (EEB), mais conhecida como mal da vaca louca. O animal em questão, de 13 anos de idade, não morreu em função da doença, mas amostras coletadas em 2010 na cidade de Sertanópolis, no interior do Paraná, e analisadas em 2012, indicaram a presença da proteína, despertando a mobilização do Ministério da Agricultura em junho passado.

Informada oficialmente pelo governo brasileiro, a OIE analisou o caso e, apesar do longo tempo transcorrido até a notificação da comunidade internacional, não vê razões para alterar o status do Brasil na classificação de risco de epidemia da doença. Junto de 18 outros, o país integra a categoria "risco negligenciável", a mais segura, segundo a organização.

Certo de que não há razões para embargos, o governo deve partir para o ataque. Nas últimas semanas, uma comitiva liderada por Ênio Marques está fazendo uma cruzada internacional para explicar que o caso de contaminação foi isolado, espontâneo – a proteína teria sido produzida pelo próprio animal, e não ingerida – e sem consequências.

A estratégia de diálogo, que passa também pelo Ministério das Relações Exteriores, deve ser usada até março. Se os embargos forem mantidos, o Brasil partirá para o confronto contra esses países.
– Se até março não cancelarem os embargos, nós vamos apresentar uma reclamação formal à Organização Mundial do Comércio (OMC). Março é nosso deadline – disse Marques.

De acordo com o secretário, o impacto econômico dos embargos ainda é pequeno, já que o Egito, um grande importador de carne bovina brasileira, só restringiu a compra da produção do Paraná. O prejuízo, porém, se agravará se a Rússia vier a anunciar um boicote, já que o país é responsável por 20% do 1,1 milhão de toneladas de carne bovina exportadas pelo Brasil.

Outra preocupação é Hong Kong, que importa 13% do total, mas que até o momento não aderiu ao embargo chinês. Japão, China e África do Sul respondem por entre 0,3% e 0,6% das exportações brasileiras de carne bovina.

Só Notícias

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