segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Exportação de gado vivo recua 6% em 2014

Principal cliente brasileira, Venezuela teve crescimento tímido e Líbano registrou queda expressiva

A exportação de gado em pé recuou 6,2% em 2014. Foram embarcadas 645 mil cabeças no ano passado ante 688 mil em 2013, conforme dados do Ministério da Agricultura (Mapa). Em receita, a retração foi de 5,8%, para US$ 647,9 milhões. 

A Venezuela continua sendo o principal cliente brasileiro neste segmento e foi responsável por 82% da receita total do Brasil com a venda de animais vivos no ano de 2014. Foram US$ 555,1 milhões para 526 mil cabeças. As vendas para o país aumentaram 2,5% em receita e 6% em quantidade. Em 2013 foram negociadas 496 mil cabeças a US$ 541,5 milhões. 

Em reunião recente em Caracas, a Vevezuela anunciou que enviará missão ao Brasil para  avaliar os controles de seus fornecedores e sinalizou com a possibilidade de am,pliar a lista de empresas aptas a exportar ao país. Conforme Mapa, os dois países decidiram criar um canal de comunicação para continuar o debate sobre os procedimentos de certificação para exportação de gado em pé para o país.

O segundo melhor desempenho foi do Líbano, com 78 mil cabeças a US$ 74,8 milhões. O resultado, contudo, é inferior ao de 2013, quando as exportações de gado vivo para o país somaram 130,9 mil cabeças negociadas a US$ 114,2 milhões, recuo de 34% na receita e de 40% na quantidade.

Angola, Egito, Congo e Senegal também ampliaram suas importações de gado vivo brasileiro. 

O Paraguai foi o destaque entre os resultados negativos registrados no ano passado. A receita com as exportações de gado vivo recuaram 77,6%, para US$ 240,9 mil ante US$ 1 milhão em 2013. O número de animais negociados recuou 63%, para 230 mil cabeças.  

A República Democrática do Congo, São Tomé e Príncipe, Suriname, Turquia e Uruguai deixaram de importar animais vivos do Brasil no ano passado. Porém, juntas, as nações responderam por apenas 2,8% da receita de 2013. 

O consultor de mercado da Scot Consultoria, Alex Lopes, acredita que a alta da cotação da arroba, na casa dos 25% em 2014, impactou as exportações. “A Venezuela talvez seja mais imune a esta alta diante da crise de abastecimento pela qual passa e tem no Brasil um grande parceiro. Mas os outros países, como o Líbano, por exemplo, contam com outros parceiros comerciais que podem ser fornecedores. A arroba foi o grande vilão para esse recuo nos outros mercados.”

Para 2015, a tendência é de que a cotação do boi gordo continue em alta. “Teremos um alento que é a desvalorização do real frente ao dólar, que pode deixar o produto brasileiro mais competitivo no mercado externo.”

Fonte: Portal DBO

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