A carne bovina tem um fator de elasticidade renda elevado e, à medida que a população foi tendo seu poder de compra corroído pela combinação entre recessão, aumento de desemprego e processo inflacionário de quase 17,0% entre 2015 e 2016, a venda de carne caía e ia deixando seus reflexos por toda a cadeia.
Veja na figura 1 que, nas pesquisas semanais realizadas pela Scot Consultoria, em 58,8% delas os preços da carne bovina sem osso vendida pelos frigoríficos vieram com algum recuo. Na última semana do ano, os cortes chegaram a ser vendidos por um preço nominal 1,2% menor do que no mesmo período de dezembro de 2015. Com a inflação no teto da meta, ao redor de 6,5%, isso representa uma queda real de quase 8,0% na receita das indústrias.
A expectativa agora fica por conta de recuperação da economia, projeção que, de acordo com o Boletim Focus do Banco Central, já foi melhor, chegando a ser esperado um crescimento de 1,5% nos meses finais de 2016, mas atualmente espera-se algo próximo a 0,5%.
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