Fechada em dezembro do ano passado, a unidade de bovinos demitiu 638 funcionários na época
foto Fernando Ramos /Ag.RBS
Oito meses depois de anunciar o encerramento das atividades do frigrorífico de Alegrete, a Marfrig confirmou, na noite de segunda-feira (14), que vai reabrir a unidade na fronteira oeste gaúcha. Em dezembro, foram demitidos todos os 648 funcionários da planta — que tinha capacidade de abate era de 700 cabeças de gado por dia.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação de Alegrete, a empresa anunciou que pretende contratar mais de 600 pessoas. Até o momento, conforme o secretário-geral da entidade, Roni Marteganha, já foram cadastrados — cerca de250 já passaram por exames pré-admissionais.
— A Marfrig vai priorizar aqueles que já têm experiência, por isso, vão chamar primeiro os que foram demitidos — afirmou o dirigente sindical.
Ainda conforme o sindicato, apenas cerca de 30% dos ex-funcionários da unidade de Alegrete conseguiram recolocação no mercado.
— O desemprego aqui é muito grande. A gente ficou muito feliz com a notícia (da reabertura), até porque batalhamos muito por isso — avalia Marteganha.
Embora tenha confirmado oficialmente a rebaertura somente nesta semana, o retorno já era dado praticamente como certo diante da movimentação da empresa no Rio Grande do Sul há semanas, com reuniões com o sindicato e pedido por cadastros de currículos.
A companhia disse à entidade que espera retomar as operações já em setembro. No entanto, depende de trâmites burocráticos. A Marfrig possui, ainda, outras duas operações no Estado, que ficam localizadas em São Gabriel e em Bagé.
Ritmo de expansão
Na nota divulgada na terça-feira, a Marfrig anunciou, ainda, que reabrirá outras duas outras unidades localizadas no município de Ji-Paraná (RO) e em Paranaíba (MS). Junto com a unidade gaúcha, "estima-se que a operação brasileira da divisão Beef (de carnes) eleve a capacidade de abate em cerca de 20% no 4º trimestre, atingindo cerca de 300 mil cabeças/mês", informou a companhia.
Somando a outras duas plantas reabertas em julho — em Nova Xavantina (MT) e Pirenópolis (GO) — e com a expansão da linha de produção de quatro unidades, localizadas em Goiás, Pará, Mato Grosso e Rondônia, deverão ser criados aproximadamente 4,5 mil empregos pela Marfrig.
A expansão da empresa ocorre no momento de inversão do ciclo da pecuária, com maior oferta de bois prontos para o abate, e também em meio à crise vivida pela JBS – que reduziu os abates no país após a delação dos irmãos Batista. No comunicado, a Marfrig confirmou que o movimento "foi resultado, entre outros fatores, da maior oferta de bovinos para abate no Brasil, provocada, sobretudo, pelas características cíclicas desse mercado e pelo cenário macroeconômico".
fonte: ZH por Vanessa Kannenberg
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