No campo, a sucessão familiar é um assunto ainda mais delicado. Os problemas enfrentados pela agricultura e, muitas vezes, a falta de incentivo por parte da própria família afastam os jovens das propriedaes rurais. "A família cresce e a propriedade não. Hoje, uma família com três ou quatro jovens não consegue comportar todo mundo. Se o agricultor puder comprar mais terra, aí sim será mais fácil aglutinar os filhos", avalia o engenheiro agrônomo Sérgio Luiz Carneiro, coordenador do projeto Redes de Referências para Agricultura Familiar do governo do Estado.
Segundo Carneiro, os principais problemas estão nas pequenas e médias propriedades, onde os jovens relatam que não recebem incentivo por parte da família. "Eles dizem que crescem ouvindo dos pais: "não quero que você sofra o que eu sofri", relata. O agrônomo afirma que muitos pais, quando jovens, não tiveram a oportunidade de estudar e escolher uma profissão, então se sentem obrigados a encaminhar os filhos para a faculdade. Isso pode afastar as novas gerações do campo, mas também pode profissionalizar a atividade. "A atividade rural é complexa e o estudo ajuda na boa capacidade gerencial".
Outro problema, segundo Carneiro, é que muitos pais não dão autonomia para os filhos na atividade rural. O caminho para tornar o negócio atrativo, conforme o agrônomo, é aproximar os filhos do trabalho no campo desde a infância, nunca deixando de remunerá-los. "A vocação tem que ser respeitada, é claro. Mas é bom mostrar que é possível criar um projeto de vida no campo. Hoje, com a tecnologia, tudo ficou bem mais fácil", pondera.
FONTE: Folha de Londrina
Nenhum comentário:
Postar um comentário