A situação em algumas propriedades é tão boa que, além de engordar satisfatoriamente os animais que serão vendidos aos frigoríficos a partir de março, já sobra espaço no campo para a entrada do chamado gado de reposição
Por: Roberto Witter
As chuvas regulares ampliaram o pasto nativo nas propriedades e beneficiam a pecuária de corte no sul do Estado. Com isso, a Emater estima aumento na oferta de gado gordo entre os meses de março e abril. O preço também registrou ligeira alta nos últimos 30 dias. O aumento gira em torno de 10%, segundo consultores e leiloeiros.
Sócio-proprietário e leiloeiro da Casarão Remates, em Pelotas, André Crespo explica que 2013, até aqui, tem menor oferta de gado no mercado. Isto porque, em 2012, a seca forçou produtores a se desfazerem dos animais mais precocemente.
“Ano passado a seca iniciou cedo. Quando chegou janeiro, o pessoal via que o gado não ia mais engordar. Quem tinha animais um pouco gordos, já vendia, mesmo que o peso ainda não fosse o ideal”, explica Crespo.
O gado magro era entregue a terminadores que tinham estrutura preparada para engordar os bovinos, já que se desfazer dos animais por um preço menor ainda era mais vantajoso do que vê-los à mingua no campo. Este ano a situação é diferente. Com mais comida no campo, os criadores estão retendo bois e vacas de invernar.
“O pessoal segura o gado para vender a um preço maior a partir de março, consequentemente falta carne no mercado e o preço sobe. A tendência é que o quilo do boi mantenha a tendência de alta até depois do Carnaval”, opina o médico veterinário e consultor Eduardo Lund.
A oferta deve ser ampliada a partir de março, quando a maioria dos animais da região estiver atingindo o peso ideal para o abate (em torno de 500 quilos).
“O preço deve se manter o mesmo, talvez até suba um pouco, mas em geral deve ser um bom ano para os produtores, já que o gado vai estar mais pesado, consequentemente vale mais no mercado”, opina Crespo.
Gado de reposição entra mais cedo
A situação em algumas propriedades é tão boa que, além de engordar satisfatoriamente os animais que serão vendidos aos frigoríficos a partir de março, já sobra espaço no campo para a entrada do chamado gado de reposição. São vacas de invernar e novilhos que tradicionalmente entram no campo para o engorde a partir de abril.
A perspectiva é boa também para o mercado de terneiros. Tanto, que Pelotas voltará a contar com a Feira Oficial de Terneiros, Terneiras e Vaquilhonas. O evento é fruto de uma parceria entre a Associação Rural de Pelotas (ARP), o escritório Rédea Remates e a Lund Negócios.
Como faz parte do calendário oficial da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), a feira, programada para o dia 23 de abril, terá financiamentos bancários com juros subsidiados.
“A entrada mais forte da soja na região é um indicativo de amplio de áreas de pastagem. Os produtores passam a cultivar no inverno o azevém, que serve de alimento para o gado nos meses de frio e como palha (após ser dessecado com o uso de agrotóxicos) para o plantio direto no verão. Ou seja, chuvas regulares e alimento no campo são indícios suficientes de que 2013 será aquecido para esse mercado de reposição”, explica Lund.
Valores
Os preços na região de Pelotas em 21/1/2013*
Da carcaça
Boi gordo: entre R$ 6,50 e R$ 6,80
Vaca gorda: entre R$ 6,20 e R$ 6,40
Do quilo vivo
Boi gordo: entre R$ 3,20 e R$ 3,40
Vaca gorda: entre R$ 2,90 e R$ 3,00
Terneiros: entre R$ 3,60 e R$ 3,80
Terneiras: entre R$ 3,10 e R$ 3,40
Novilhos: entre R$ 3,20 e R$ 3,50
Novilhas: entre R$ 3,00 e R$ 3,30
Boi magro: entre R$ 3,10 e R$ 3,20
Vaca de invernar: entre R$ 2,70 e R$ 2,80
* Os preços são médios e para o pagamento em um prazo de 30 dias. Nos valores não estão incluídas bonificações pagas por frigoríficos de acordo com a idade e os índices de gordura do animal.
Fonte: Lund Negócios
FONTE: DIÁRIO POPULAR
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