A estratégia dos frigoríficos brasileiros para amenizar o impacto do embargo que a Rússia vai impor a seis plantas de carne bovina da JBS, duas da Minerva Foods e uma da Marfrig Alimentos a partir de 2 de outubro foi bem recebida pelos investidores.
Em relatório divulgado hoje, a área de investimentos do Banco do Brasil afirmou que os frigoríficos brasileiros têm “flexibilidade” para se adequar ao embargo. Na mesma linha, as três empresas informaram que têm condições de continuar a exportar ao mercado russo por meio de unidades no Brasil ou no exterior que seguem liberadas por Moscou.
Na BM&FBovespa, as ações da JBS subiram 1,73% no pregão de hoje, enquanto que os papéis da Minerva registraram alta de 4,43%. Em contrapartida, as ações da Marfrig caíram 0,65%.
“Acreditamos que as companhias possuam flexibilidade à adequação das mudanças operacionais e comerciais”, afirmou o Banco do Brasil, em relatório assinado pelo analista Nataniel Cezimbra. Diante desse contexto, a instituição manteve o preço-alvo das ações e o rating empresas. Além disso, a instituição avalia que o embargo é “comercial e pontual”.
Já os analistas do Banco Espírito Santo (BES) avaliaram que o embargo russo não deve provocar redução nas exportações de carne bovina de Minerva e Marfrig. Em seu relatório, o BES não abordou a situação da JBS, que não é coberta pelos analistas da instituição.
Apesar de minimizar o impacto da proibição russa, o Banco do Brasil ponderou, no relatório, que o embargo russo traz um “risco considerável” para os frigoríficos brasileiros. A Rússia é o segundo principal destino das exportações de carne bovina do Brasil, atrás de Hong Kong. Entre janeiro e agosto, os russos importaram 209,9 mil toneladas (US$ 822 milhões). As exportações totais brasileiras somaram 944 mil toneladas.
Entre os riscos apontados pelo banco estão o de receita, devido à elevada participação da Rússia nas exportações de carne bovina do Brasil, o de custos, provocado pela mudança das unidades que exportaram para a Rússia, e o comercial, já que russos pretendem reduzir sua dependência de importações de carne.
Fonte: Valor Econômico (Luiz Henrique Mendes)
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