sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Venda de carne bovina foi o pilar de sustentação da cotação da arroba do boi gordo

por Alex Santos Lopes da Silva


As vendas de carne bovina cresceram em 2013 e sustentaram o mercado do boi gordo mesmo com o aumento dos abates.

A situação macroeconômica do país não é das melhores, com inflação em alta, aumento da taxa de juros e expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,5% (Relatório Focus - Banco Central), abaixo da média da América Latina, estimada em 2,7% pelo Fundo Monetário Internacional. Ainda assim, a demanda interna por carne bovina surpreendeu.

Considerando 52 semanas de acompanhamento de preços dos cortes sem osso no mercado atacadista, em 35 delas, 67,0% do período, os preços estiveram maiores que os de 2012.

No varejo, os preços maiores foram menos frequentes e ocorreram em 32 semanas. Figuras 1 e 2.




Embora a margem da indústria frigorífica que desossa tenha ficado, na média do ano, em 23,2%, quatro pontos percentuais menor que a de 2012, é preciso considerar que o número de 2013 foi construído sobre um custo de matéria prima, boi gordo, 7,3% maior, na média dos doze meses.

Considerando somente o segundo semestre, a cotação da arroba do boi gordo ficou 12,2% mais alta este ano, atingindo o maior valor nominal da história, R$115,00/@, e foi justamente o período em que a margem da indústria voltou a crescer (figura 3).



Ou seja, a carne sustentou o resultado do frigorífico.

Perspectivas

A expectativa para 2014 é mais uma vez de consumo bom. Anos eleitorais geralmente são marcados por medidas de estímulo ao consumo.

O aumento do salário mínimo em 6,6%, superior à inflação de 2013 calculada pelo IPCA (Índice Geral de Preços ao Consumidor Amplo) em 5,8% (de novembro a novembro), que entrará em vigor em janeiro de 2014, certamente gerará algum reflexo positivo no consumo de carne bovina. 

Além disso, eventos como a Copa do Mundo geram efeitos semelhantes aos de feriados e datas comemorativas, com aumento no consumo.

Entretanto, é preciso ficar atento ao cenário macroeconômico.

A previsão é que 2014 termine com crescimento do PIB em 2,0%, segundo o Relatório Focus, taxa menor que a estimada para 2013. A geração de riquezas do país está baseada fortemente no consumo interno. 

fonte: Scot Consultoria

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