O secretário do Comércio da Argentina, Augusto Costa, ameaçou o setor de carnes com uma intervenção estatal para reduzir o preço desse alimento, após os aumentos detectados desde a brusca desvalorização da moeda argentina.
“O governo não hesitará em intervir no mercado para restabelecer a racionalidade em matéria de preços”, disse Costa durante uma reunião mantida com empresários do setor.
Costa afirma que o governo dispõe de ferramentas “para evitar e reverter as ações de especuladores que pretendem encarecer as mesas de todos os argentinos”. Segundo ele, “não há motivos” que justifiquem a alta do preço da carne, um dos alimentos básicos da dieta argentina, de forma que estimulou os empresários a baixar o preço aos valores existentes até a semana anterior, quando o peso se desvalorizou em mais de 11% em somente dois dias.
Segundo responsáveis do setor, a carne subiu nos últimos dias cerca de 15%. “Os aumentos começaram em 27 de janeiro e até agora não pararam. Já na sexta-feira da semana anterior (31 de janeiro) o mercado tinha estado mais caro e isso repercute nos açougues”, disse o vice-presidente da Associação dos Proprietários de Açougues, Alberto Williams. “O que os produtores, frigoríficos e açougues têm que pensar é que o consumidor é quem vai colocar um preço na carne, porque quando não pode, não compra”.
Comentário BeefPoint: o governo da Argentina segue com o mesmo modelo de intervenção econômica que quase destruiu a cadeia pecuária do país. Mesmo com todos os sinais de que a intervenção não funciona, e tem efeitos contrários, o governo segue com a mesma política. Um lembrete para nós brasileiros do impacto que políticas equivocadas podem trazer para um setor pujante. A Argentina tem enorme reputação no mercado mundial da carne bovina, exportando há mais de 100 anos, já tendo sido sinônimo de qualidade.
Fonte: Agência EFE, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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