Inseminação: Angus bate mais um recorde em 2014
Foto: Central Bela Vista
Pela movimentação e troca de informações no mercado, até já era previsto. Novamente a Angus, entre todas as raças das espécies bovina, bubalina e zebuína, a exemplo de 2013, foi a que mais vendeu sêmen em 2014 no Brasil. Esse fenômeno já não pode ser encarado como novidade, pois já vem ocorrendo desde antes de 2013, impulsionado pelos cruzamentos Angus x zebuínos e pelo interesse dos produtores em participar do Programa Carne Angus Certificada, da Associação Brasileira de Angus.
O Angus preto (o Aberdeen Angus) vendeu, segundo dados da ASBIA, 3.441.103 doses em 2014, representando um crescimento de 18,21% sobre 2013. E a variedade Red Angus comercializou 436.894 doses, registrando pequena queda de 4,10% em relação a 2013. Entretanto, a soma dos pretos com os vermelhos resulta em fantásticas 3.877.994 doses de sêmen Angus vendidos em 2014, contra os 3,39 milhões de unidades de 2013. O crescimento em relação a 2013 foi de 14,4%. “Os pecuaristas brasileiros percebem cada ano com maior clareza, pelos resultados que obtêm, que cruzar com Angus significa padronização do rebanho às exigências dos frigoríficos e, por consequência, maior produtividade e produção, resultando em mais dinheiro no bolso”, avalia, mais do que satisfeito, o presidente da Associação Brasileira de Angus, José Roberto Pires Weber.
Com essa performance, além de registrar o novo recorde, cresce ainda mais a presença da eficiente genética Angus no mercado brasileiro, que em 2013 já alcançava 43% de participação nas inseminações feitas em gado de corte, ratificando um mercado já consolidado de sua liderança entre as raças taurinas no País. Em 2014 a participação da Angus foi de 45,8%.
Novo recorde
Assim, em 2014, a raça Angus bateu novo recorde de vendas de sêmen. Desta vez o número de doses vendidas pela Angus somou 3,877 milhões de unidades. Os dados são mesmo surpreendentes, além de históricos. Mas confirmam uma tendência que ano após ano vinha se acentuando no mercado de sêmen brasileiro.
Em números redondos, em 2013 foram comercializadas quase 3,4 milhões de doses de sêmen Angus em todo o País, o que representa crescimento de 17,82% em relação aos números registrados em 2012. Em 2012, a fatia do mercado da Angus era de 38,7% e em 2011 de 34%.
Para o presidente da Associação Brasileira de Angus, José Roberto Pires Weber, trata-se de um resultado excepcional, que comprova o sucesso do casamento entre Angus e Nelore, base do rebanho bovino brasileiro e produtor de carcaças de alta qualidade. “Essa genética resulta em altos níveis de produtividade com ganhos significativos para a qualidade da carne produzida”, assinala Weber.
Mais genética nacional
“Este resultado sinaliza a evolução do nível de confiança dos pecuaristas no trabalho dos produtores brasileiros de genética Angus. Estes criadores, ao longo de décadas, têm investido pesado na seleção de animais capazes de transmitir no campo o melhor das características da raça, agregando qualidade e produtividade aos rebanhos”, aponta o diretor do Programa Carne Angus Certificada, Reynaldo Titoff Salvador. Para ele, é uma tendência mundial o crescimento da raça Angus, dado à qualidade da carne produzida e à sua precocidade. “Por tudo isso, entende-se a busca cada vez maior pelo sêmen Angus e considerando as condições climáticas do Centro-Oeste, a inseminação é uma ferramenta a mais, além do uso de touros. O sêmen é a alternativa prática, disseminada no uso em milhares de fêmeas zebuínas especialmente via IATF”, observa o dirigente.
Mudando e melhorando
Mas via de regra esse crescimento da venda de sêmen de Angus no Brasil não acontece como um fato isolado. Uma série de mudanças positivas na pecuária brasileira explicam com objetividade este fato. Há cerca de uma década a busca pela carcaça de qualidade se instalou no campo, a partir das exigências cada vez maiores de padronização de carcaças imposta pelos frigoríficos. As modernas tecnologias estão cada vez mais disponíveis e numa relação custo/benefício positiva ao produtor. O cruzamento industrial ganhou passos largos e hoje a fórmula do sucesso é cruzar com Angus. Junto veio a Inseminação Artificial a Tempo Fixo (IATF), a busca por mais produtividade dos rebanhos, o crescimento dos confinamentos e sistemas intensivos de engorda, o ingresso de muitos pecuaristas em programas de carne de qualidade, o crescimento desses programas e por aí afora. Finalmente se consolida que o cruzamento Angus com Nelore não é só o melhor resultado, mas é também lucro garantido.
Novos critérios
A Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) decidiu alterar a forma de apresentação do seu relatório anual – Index Asbia -, que representa aproximadamente 92% do mercado brasileiro de IA. Segundo o presidente da entidade, Carlos Vivacqua Carneiro da Luz, a partir de 2014, o Index Asbia foi ajustado para representar de maneira mais exata o mercado brasileiro, segmentando e analisando em paralelo a exportação e a prestação de serviços.
Outra novidade do relatório anual foi a não inclusão dos dados de venda de sêmen por raça e por Estado da Federação. Segundo a Asbia, esses números serão utilizados de maneira estratégica pelas empresas associadas da entidade nos seus planos de negócios. Mas, como tudo que é proibido, os dados acabaram vazando, como já vimos nesta matéria ...
De acordo com o Index Asbia, o mercado geral de sêmen no Brasil teve crescimento de 4,49% em 2014 ante o ano de 2013. O movimento total foi de 13.609.311 em 2014 diante de pouco mais de 13 milhões em 2013. As vendas para o consumidor final foram de 12.035.332 de doses de sêmen.
O mercado brasileiro tem a proporção de 59% para gado de corte e 41% para gado de leite. Também tiveram crescimento o segmento de venda de botijões, com aumento de mais de 6,4%, o que indica a entrada de novos usuários na utilização da técnica.
Fonte: Jornal Angus@newS – edição Março/Abril de 2015, por Eduardo Fehn Teixeira
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