Tóquio - A ministra da Agricultura, Katia Abreu, afirmou nesta segunda-feira em Tóquio que o Brasil trabalha para que o Japão libere a importação da carne bovina e para conseguir um acordo de livre-comércio com o país.
Em um encontro com jornalistas, ela, que participa de uma visita oficial ao Japão desde sexta-feira, explicou que o Brasil obteve várias conquistas na área de defesa animal e países importantes, como China, Estados Unidos e Argentina, abriram seus mercados à carne bovina brasileira.
"Agora falta o Japão", disse ela, ao destacar que Santa Catarina e Rio Grande do Sul foram reconhecidos pela OIE como zonas livres de peste suína clássica.

Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff já tinha anunciado a abertura do mercado americano à carne de boi do Brasil, que começará com uma parcela de 64 mil toneladas a partir de setembro.
Segundo Katia Abreu, o Japão está na fase final para suspender o embargo sobre a carne brasileira, imposto em dezembro de 2012. Além disso, Brasil procura que o governo japonês autorize pela primeira vez a importação de carne bovina in natura.
"Esperamos não só resgatar o mercado japonês da carne bovina processada, mas também da carne in natura", afirmou a ministra.
Durante sua visita, que termina amanhã, a ministra se reuniu com o ministro da Agricultura, Floresta e Pesca do Japão, Yoshimasa Hayashi, o presidente da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), Toshiyuki Kuroyanagi, e o diretor-executivo do Banco Japonês de Cooperação Internacional (JBIC), Koichi Yajima.
Outros aspectos que o Brasil procura conquistar em suas relações bilaterais com o Japão é a assinatura de um acordo de livre-comércio e o incentivo aos investimentos no setor agrário na região da fronteira agrícola conhecida como de Matopiba, território abrange mais de 300 municípios de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Katia Abreu explicou que o país pretende ainda iniciar um projeto para desenvolver os serviços meteorológicos brasileiros com a cooperação do Japão, pioneiro nesta área.
"O Brasil tem que ter um dos melhores serviços de meteorologia do mundo. É fundamental para a agricultura do país, já que as previsões precisas ajudam a melhorar a produtividade do campo", justificou a ministra. 
fonte: Exame