Este foi o principal tema debatido na reunião da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da Confederação Nacional da Agricultura
A retirada de vacinação contra a febre aftosa no Brasil foi o principal tema debatido na reunião da Comissão Nacional Bovinocultura de Corte da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) realizada ontem (31/8), na Casa Farsul no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Representando a Farsul no encontro, o vice-presidente da Federação, Gedeão Pereira, afirmou não ter uma visão desfavorável no processo, mas respeitando uma temporalidade necessária. “Não temos condição de retirar a vacina. Devemos caminhar a médio e longo prazo, mas precisamos ter mais segurança. O RS é parceiro num futuro”, disse.
O encontro, conduzido pelo presidente da comissão da CNA, Antônio Pitangui de Salvo, reuniu importantes lideranças do tema, como o diretor do Centro Panamericano de Febre Aftosa da Organização Mundial da Saúde (Panaftosa), Ottorino Cosivi, do presidente do Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC), Sebastião da Costa Guedes, presidente da ABIEC, Jorge Camardelli, do assessor técnico da Farsul, Luiz Alberto Pitta Pinheiro e de presidentes e representantes de federações e associações de raça de todo o país.
O assunto foi introduzido pelo consultor técnico e presidente da Comissão da Bovinocultura de Leite da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Ronei Volpi. Ele informou que o Estado pretende fazer a última vacinação do gado em maio de 2016. “Em novembro de 2015, faremos a revisão total dos cadastros para nos prepararmos e, em novembro de 2017, encaminharemos o pedido de área livre para Organização Internacional de Epidemiologia (OIE) para tentar conquistar a condição em 2018”, informou.
Sebastião Guedes, do Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC), confirmou que a erradicação na América do Sul até 2020 é clara. Destacou como ações importantes discutir a criação de um banco de reserva de vacinas, o risco de manipulação de vírus exóticos no continente e discussão em reunião extraordinária do Grupo Interamericano de Erradicação da Febre Aftosa (Giefa), em Washington. Guedes defendeu a retirada da vacinação a começar pelos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, Leste, Norte e Nordeste, e por último, das áreas de risco, quando as condições forem propícias.
O diretor do Panaftosa, Ottorino Cosivi, expôs um panorama da febre aftosa dos países da América do Sul e afirmou que a região tem bom sistema de vigilância. “De todos os países, o que mais preocupa é a Venezuela, onde o serviço sanitário declarou não ter como saber o que se passa em todo o território nacional”, disse. Cosivi alertou para a importância de se manter uma capacidade instalada de vacinação para casos de recorrência.
A programação do evento contou com a apresentação de Sérgio Bertelli Pflanzer, da Unicamp, que falou sobre simplificar a classificação das carcaças bovinas apenas pelo número de dentes para facilitar a definição de pontuação.
Em seguida, pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Roberto Girolo, apresentou o projeto Carne Carbono Neutro, que propõe um selo para quem seguir práticas definidas como plantar árvores com espaçamento de até 22 metros em áreas de pecuária e prevê um trabalho de valorarão econômica para pesquisar possibilidades de o consumidor pagar mais por esse produto certificado.
Pitangui, da CNA, e Pereira, da Farsul, concordaram que o projeto é importante, mas que deve-se considerar outras frentes como um trabalho para identificar a pegada de carbono das pastagens e das reservas florestais já existentes. “Região do Bioma Pampa, por exemplo, tem característica de não ter árvores. Precisamos de um outro caminho por aqui”, comentou Pereira.
Ao final, o presidente do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável,Fernando Sampaio, apresentou e entregou aos presentes o recém lançado o Guia de Práticas para a Pecuária Sustentável.
Fonte: Farsul
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