quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Artigo: Touro Angus registrado


Apesar da tecnologia de reprodução bovina avançar com velocidade surpreendente sobre nossos rodeios de cria, via I.A. (Inseminação artificial) e IATF. (inseminação artificial em tempo fixo), disponibilizando seu fantástico salto genético, a monta natural, com uso de touros, ainda é responsável por 90% dos terneiros de corte que produzimos.
Neste cenário, torna-se prudente a escolha de reprodutores capazes de proporcionar rentabilidade ao nosso negócio, uma vez que as últimas três gerações de touros, usados no rebanho, são responsáveis por 87,5% dos genes presente nos terneiros, se for considerado que seu pai contribui com 50%, seu avô materno com 25% e seu bisavô materno com 12,5%, desta carga genética.
Um touro com dois anos pode, com manejo apropriado, ser usado por 4 anos no estabelecimento, servindo 30 vacas por temporada de monta e, no fim de sua vida reprodutiva, com o descarte, proporcionar uma recuperação de parte do capital investido em sua compra.
Mas, para ter certeza de ter tomado a decisão correta, use na reprodução touros da raça Angus, com o devido registro genealógico e com atestados andrológicos e negativos de tuberculose e brucelose atualizados.
Os touros, registrados da raça Angus nas suas variações de pelagens, preto e vermelho, são marcados a fogo na paleta esquerda, com a marca de seleção da Associação Brasileira Angus em duas categorias: puros de pedigree, (ou de origem) com a marca “P”, e puros controlados (ou por cruza) com a marca “CA”.
O processo de registro, que avaliza a qualidade do touro registrado Angus, inicia-se em um rigoroso controle zootécnico, com coleta de dados de pais e mães, coberturas e nascimentos que são repassados ao registro genealógico.
Num segundo momento, um Inspetor técnico, devidamente credenciado pela Associação Brasileira Angus, fará uma visita à propriedade, onde ocorrerá uma avaliação do animal, levando em conta características raciais, pesos, medidas e desenvolvimento proporcional à idade, sendo eliminados os indivíduos que apresente defeitos transmissíveis ou impedimentos de cumprir a função de reprodução.
Touros Angus registrados poderão ser avaliados pelo Promebo (Programa de melhoramento de bovinos de carne) e ordenados por Decas, que são faixas de seleção com percentuais dos produtos de uma mesma geração, como exemplo: Um Deca 1 está situado entre os 10% superiores em determinadas características. Os animais, que são enquadrados nos DECAS 1, 2,3 e 4 para o índice final, estão entre os 40% superiores e recebem dupla marca, respectivamente, “PP” para os Puros de Pedigree e “Caca” para os puros controlados.
A escolha de um touro Angus, registrado pela Associação Brasileira e Angus, é o pontapé inicial da melhoria genética do seu rebanho e acesso às vantagens econômicas que virão.
Compareça aos leilões chancelados da ABA ou promovidos pelos seus núcleos, se preferir, agende uma visita a uma cabanha da sua região e tome conhecimento de perto do trabalho de seleção, desenvolvido por criadores que investem em melhoramento genético, para proporcionar a seus clientes a certeza de um bom negócio. E finalizando, fica a dica, criar Angus e usar touros registrados é, sem dúvida, o rumo certo.
 *Graduação em Agronegócio CRA/RS Nº1873; Diretor de Marketing da Associação Brasileira de Angus
Ronaldo Zechlinski de Oliveira

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