sexta-feira, 11 de maio de 2012

Jogo rápido


Pessoal, hoje é jogo rápido! Não tem muito o que dizer do mercado, só que a oferta continua abundante e dá espaço para novos recuos. A expectativa de começo de mês mais firme não se confirmou, mas na verdade, maio não segue muito essa regra.
O que quero dizer é que nos meses de maio, a oferta costuma pesar mais na balança do que o consumo devido exatamente ao período de safra, mais especificamente seu fundo, que costuma ocorrer nesta época do ano. Vou provar através de números, vejam:
O que ficou claro aqui é que maio não costuma ser um mês muito camarada em termos de sustentação ao mercado atacadista de carne, ao contrário de abril. Nos últimos anos, com exceção de 2011, houve boa valorização para a carne no período. Mas como pode, se em maio temos feriado do Dia do Trabalho e Dia das Mães?
Pode porque, como comentei anteriormente, a oferta consegue falar mais alto que a demanda neste período específico. Normalmente, nesta época, o frio já chegou, mas ainda é safra. Como as pastagens começam a perder qualidade, a saída do pecuarista é vender o que tem em estoque ou mandar para o confinamento, quando ele considera essa alternativa. Mas como 90% de nossa produção é extensiva, um bom número de animais entra na linha de abate e mexe com a sustentação do mercado no período.
Em 2012, especificamente, a situação é ainda mais complicada. Considerando-se o Brasil pecuário, tivemos 25% menos chuvas neste primeiro trimestre se comparado ao mesmo período do ano passado. Nem deu para as pastagens começarem a se recuperar direito e já entrou o clima frio de maio pra estragar tudo! Certo, mas vamos tentar ver o lado bom da coisa. A questão é que estamos quase chegando à segunda quinzena de maio. Passou como um raio! Junho está quase aí!
O que quero dizer é que não há fase ruim que dure pra sempre. Acredito que após esse momento de desova inicial e também de encaminhamento de uma parcela dos animais para o confinamento (que, neste ano, parecem um pouco apressados), poderemos nos deparar com um vácuo entre a oferta de animais de pasto e a oferta de animais de cocho. Já aconteceu antes, inclusive, neste período. Depois disso… bom, depois não sei. A oferta de animais está aí, maior após 4-5 anos de retenção de fêmeas, as pastagens estão degradadas, a expectativa é de aumento do volume de animais confinados para este ano. Algo em torno de 13% a 20%.
Nesta semana recebi a pergunta de um leitor: “O que é que esse pessoal está vendo pra se arriscar a aumentar o volume de animais confinados?”
Não sei exatamente, acho que existem diferentes motivos para a tomada desse tipo de decisão. Mas tenho um palpite: mesmo em queda, o mercado ainda nos permite fechar a conta. Quase na rapa, em alguns casos, mas fecha. É claro que está longe de pagar o que seria interessante para o pecuarista, principalmente considerando futuros. Mas pra quem trabalha com tecnologia, bom fluxo de caixa e o custo na ponta do lápis, até que dá pra encarar. Sem falar que considerando a média de sentimento para o mercado futuro, não estamos tão mal historicamente:
Em breve conversaremos mais sobre isso. Abraços a todos e até a semana que vem.
FONTE: LYGIA PIMENTEL

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