Fernando Yassu
Nos sete primeiros meses de 2012, a arroba recuou 10,45%, com o Indicador Cepea caindo da média de R$ 100,34 no fim de dezembro de 2011 para R$ 89,85 no fim de julho na praça de São Paulo. Apenas em agosto a alta do mesmo indicador - calculada pela média dos últimos cinco dias úteis do mês e que serve de base para as liquidações dos contratos negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F/Bovespa) - foi de 3,3%, saltando de R$ 89,85 para R$ 92,82. No mercado futuro, as ofertas foram mais generosas, com alta, em 30 dias, de mais de 5% para o contrato para liquidação em outubro e novembro e 4% para dezembro. Os reajustes firmes nos dois mercados em agosto já levam à especulação do limite para a alta. Chegará a R$ 115,00, o pico alcançado por alguns dias em 2012? Não há só uma explicação para o reajuste do valor da arroba, mas a principal tem como eixo a forte alta na cotação da soja e do milho, que impactou os custos de produção dos avicultores e suinocultores, que, para não ter prejuízo, elevaram o preço dos seus produtos, grandes concorrentes da carne bovina. A alta no preço da carne de suínos e principalmente a de frango removeu a barreira para os bovinos e também pode ajudar no aumento da demanda, tanto no mercado interno como no externo.
A subida nas cotações do farelo de soja e do milho afetou também a intenção da engorda confinada. Muitos confinadores decidiram reduzir o número de animais tratados no cocho ou eliminaram a segunda rodada de engorda, criando expectativa no mercado de que a oferta de animais para o fim de ano será apertada. Essa percepção já se refletiu no mercado futuro. Além de menos animais na segunda rodada, teria havido antecipação dos abates em muitas regiões do segundo para o primeiro semestre do ano por causa das chuvas no outono, que garantiram pasto verde e bois gordos no início da entressafra.
FONTE: DBO
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