A Expointer que será lançada nesta quarta-feira com a pompa e a circunstância do otimismo, em Porto Alegre, deverá consolidar a recuperação do agronegócio no Rio Grande do Sul.
O campo é o motor da economia gaúcha. Representa um quarto do Produto Interno Bruto (PIB), e tem o poder de alavancar a indústria e a área de serviços. Levantamento da Fundação de Economia Estatística (FEE) aponta que, na última década, vigorou a máxima de que o PIB gaúcho cresce mais do que o brasileiro quando a agropecuária foi bem. O agronegócio apresentou taxas positivas nos anos de 2001, 2003, 2006, 2007, 2009, 2010 e 2011. Quando houve estiagem e colheita escassa, o PIB do Estado encolheu mais do que o nacional. O economista da FEE Sérgio Fischer prevê que 2013 será de retomada do desenvolvimento, após a frustração do ano passado. – O PIB gaúcho poderá ter um crescimento maior do que o do Brasil – analisa. A coordenadora do Núcleo de Agronegócio da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-Sul), Maria Flávia de Figueiredo Tavares, acrescenta que não apenas a safra de grãos turbina a economia. Lembra que a produção de citros, vinhos e carnes se expandiu, aderindo a novas tecnologias. – O agronegócio vem com força maior, de uma forma mais empresarial – observa. Produtores estão alentados. O presidente da Comissão de Feiras e Exposições da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Francisco Schardong, diz que a Expointer vai ser a vitrina para a América do Sul. Promete que o evento será ainda mais dinâmico e inovador, com destaques para irrigação, agricultura de precisão e intercâmbio com outros países participantes. Na agendaO que: Expointer 2013 Quando: 24 de agosto a 1º de setembro Onde: parque Assis Brasil, em Esteio Crédito chega a quase R$ 2 bilhões Para sustentar o crescimento previsto na safra 2013/2014, os governos federal e estadual preveem valores recordes em crédito para a temporada. Na Expointer, a oferta de recursos também deve ter alta neste ano. As cinco principais instituições presentes na feira estimam uma disponibilidade de pelo menos R$ 1,95 bilhão em crédito, valor que pode crescer conforme a demanda dos compradores. Armazenamento e irrigação devem puxar a alta na liberação de recursos. – Esperamos pelo menos dobrar as contratações na feira deste ano – estima o gerente de planejamento da BRDE, Alexander Leitzke. Os valores se somam aos já anunciados nos planos Safra. O governo federal anunciou R$ 136 bilhões para a agricultura empresarial, enquanto o Estado terá R$ 2,7 bilhões no total. Clima da próxima safra ainda é dúvida É cedo para prever como a tempo vai se comportar durante a próxima safra de verão. A tendência atual é para um período de neutralidade, sem influência dos fenômenos El Niño e La Niña, o que dificulta uma previsão mais precisa dos meteorologistas para o cultivo das culturas de soja, milho e arroz, principais produtos das lavouras gaúchas. Apesar das duas últimas grandes estiagens da década terem ocorrido sob influência dos fenômenos – El Niño, em 2005, e La Niña, em 2012 –, a previsão de neutralidade não é garantia de sucesso no campo. Até outubro, os prognósticos apontam chuva próxima da média histórica e bem distribuída. – Dizer que não terá influência de El Niño e La Niña não quer dizer um período normal. Muitas quebras de safra ocorreram em épocas de neutralidade – afirma o coordenador do 8º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Solismar Prestes. Sem resfriamento ou aquecimento das águas do Oceano Pacífico, o tempo fica suscetível a outros fatores, difíceis de serem previstos com antecedência. – Neste momento não é bom bater o martelo. A tendência é de neutralidade, mas é muito prematuro para afirmar – diz o meteorologista da Fepagro Glauco Freitas. Valorização do dólar favorece carne e grãos A valorização do dólar frente ao real deve impulsionar os ganhos no segundo semestre. O cenário amplia o valor recebido por produtos como carne bovina e grãos. No caso da pecuária, o ano já tinha uma perspectiva positiva nos negócios, devido à maior demanda dos mercados internacionais e à disponibilidade do produto no Brasil. A elevação nas exportações de carne deve chegar a 20%, contra os 10% previstos no início de 2013. No mercado de grãos, a alta do dólar prejudica a compra de insumos para a próxima safra, mas garante lucro extra ao agricultor que tem produto armazenado. Em 2012, a soja alcançou valores recordes devido à seca nos EUA. Em 2013, os preços caíram, mas ainda permanecem acima da média. Irrigação deve puxar vendas As indústrias de máquinas e implementos agrícolas esperam repetir, no mínimo, o volume de vendas da última Expointer, quando tiveram grande participação no resultado final de R$ 2,02 bilhões. A perspectiva é tão alentadora que o número de expositores do segmento deverá aumentar 10% – o total será conhecido nos próximos dias. O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Estado (Simers), Claudio Bier, destaca que os pivôs de irrigação devem ser puxadores de vendas. Já há lista de espera entre os produtores rurais, porque a fabricação dos equipamentos está abaixo dos pedidos, apesar do ritmo intenso dos operários. Bier diz que o programa Mais Água, Mais Renda, do governo estadual, facilitou a liberação de financiamentos para a compra de pivôs. Na Expointer de 2012, quando o projeto engrenava, já ocorreu a procura. Neste ano, deve crescer ainda mais como defesa contra o ciclo de estiagens que assola o Estado. O setor todo está otimista. Bier diz que a excelente safra deste ano, a valorização dos grãos no mercado internacional e as garantias de financiamento levarão os produtores às compras de tratores, colheitadeiras e outras máquinas agrícolas. fonte: vitrinedigit@l |
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Expointer deverá consolidar retomada do agronegócio
Postado por
Eduardo Lund / Lund Negócios
às
13:37
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