Frigorífico de Santa Maria se orgulha em ser pioneiro na certificação de carne
Juliana Gelatti
Membro da terceira geração de Silvas à frente do frigorífico que leva o sobrenome da família, Gabriel Silva, atual diretor comercial da empresa, enumera os ingredientes para o sucesso: melhora de processos, valorização da marca, contato direto com o consumidor, obsessão pela qualidade, inovação e gestão familiar. Entre outros pioneirismos, o Frigorífico Silva foi o primeiro do país a dar uma marca à carne, a Best Beef, vendida a outros continentes. Bem antes da Friboi.
A história da empresa começou com o avô de Gabriel, Ivon Silva, em Rio Grande. Seguindo os passos do pai açougueiro, Ivon começou trabalhando com pequenos matadouros e distribuidores de carne no sul do Estado, fundando o Frigorífico Silva em 1972. Em 1983, comprou a unidade industrial do Frigorífico Frisama, em Santa Maria, que faliu antes de operar a nova fábrica. Desde a década de 80, a empresa busca inovar:
— Nessa época, começamos com os novilhos superprecoces. Na década seguinte, a vender os cortes selecionados em embalagens a vácuo e implantamos a marca Best Beef. Nos anos 2000, a sacada foi a certificação da carne hereford, em 2005 — conta Gabriel.
Hoje a Best Beef está em 70 países, a maioria da África, da Ásia e do Oriente Médio. Há três meses, um dos orgulhos é fornecer 75 toneladas por semana a um grande produtor de carne: o Uruguai. Com todos os programas sanitários e de qualidade implantados, inclusive o abate halal — que obedece ritos islâmicos — exigido por países muçulmanos, a habilitação para vender à União Europeia veio em 2007. Mas hoje está mais vantajoso deixar no país os produtos que antes iam para Itália e Holanda.
— A linha premium está sendo melhor paga no Brasil. Além disso, nunca nos emocionamos com a exportação. Por isso mantemos em 30% as vendas para o Exterior, para não criar dependência dos negócios influenciados pelo câmbio e pelo mercado internacional — explica.
O que falta para o mercado da carne no Estado crescer, na opinião de Gabriel, é trabalho conjunto:
— Por exemplo, a carne uruguaia não tem marca por empresa, mas todos vendem a "carne do Uruguai".
A partir de agosto de 2014, o Frigorífico Silva será o primeiro do Brasil a fazer o trabalho do açougue ainda dentro da unidade industrial. Robôs irão cortar em porções, pesar, classificar e embalar as peças, que poderão ficar até 20 dias na refrigeração dos supermercados. A fábrica de bifes terá capacidade para produzir 50 toneladas por dia.
— A tendência das grandes redes de supermercados, e isso já se vê na Europa, é desativar os açougues por causa da pouca oferta de mão de obra. Estamos nos antecipando.
Uma butique para churrascos especiais
Entre as inovações do Frigorífico Silva, está a venda direta para o consumidor, e não apenas para os supermercados, seus principais clientes. Para isso, investe na personalização dos pontos de venda e fornece marcas próprias baseadas em qualidade, como as linhas Novilho Jovem Zaffari e Seleção de Novilho Braford Carrefour.
Outro passo nessa direção foi dado este ano, com a Best Beef Boutique, loja que oferece os produtos da linha premium da marca. E de quebra, vende complementos para o churrasco.
Vão para as prateleiras marcas de espumantes, cervejas especiais, temperos e especiarias que a empresa considera niveladas à Best Beef. Desde o começo, a perspectiva era transformar a loja de conveniência em franquia, o que está se concretizando. Além do primeiro ponto, no centro de Santa Maria, a Best Beef Boutique inaugurou um sistema de franquias em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo. Em dezembro, a segunda loja franqueada deve abrir na praia do Cassino, em Rio Grande. Pelotas e outras cidades já estão na fila.
Perfil
Fundação: 1972
Localização: Santa Maria
Unidades: Santa Maria e Rio Grande (posto de armazenamento e distribuição)
Número de funcionários: 800
Principais produtos: cortes de carne bovina embalados e classificados por raça, idade e outras características
Faturamento em 2012: R$ 300 milhões
Faturamento previsto para 2013: R$ 370 milhões
Exportações: maiores volumes vão para países de Ásia, África e Oriente Médio, além do Uruguai, com habilitação para exportar a 70 países
Principais destinos: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo
fonte: Zero Hora
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