segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Abate sobe e oferta de carne cresce em 2015


Abate sobe e oferta de carne cresce em 2015
Rebanho e produção de carne bovina mundiais se recuperam no próximo ano, mas a demanda deverá continuar forte, segurando os preços internacionais.
Analistas do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) preveem que os abates no Brasil, um dos líderes nesse setor, subam para 43 milhões de animais em 2015. Os dados deste ano ficam em 42,2 milhões.
O aumento de abates permitirá ao país obter uma produção de carne bovina superior a 10 milhões de toneladas. E, consequentemente, ter um volume maior para exportações, que subiriam para 2,3 milhões de toneladas, acima dos 2 milhões previstos para este ano.
Quanto ao rebanho, a avaliação do Usda de que o país poderia atingir 208 milhões de cabeças neste ano e 212 milhões no próximo é superior à de analistas brasileiros, que indicam um número próximo de 200 milhões.
O rebanho argentino se recupera lentamente, após a forte queda há quatro anos. Mas os custos de produção, inflação e limitações do governo às exportações inibem esse crescimento.
Mesmo assim, o Usda prevê para o país vizinho produção de 2,8 milhões de toneladas e exportação de outras 210 mil no próximo ano.
O Uruguai, outro importante fornecedor de carne bovina na América do Sul, elevará o abate para 2,45 milhões de cabeças de gado no próximo ano, acima dos 2,24 milhões previstos para este.
As exportações uruguaias subiriam para 435 mil toneladas, 13% mais.
Brasil e Argentina vão ser beneficiados pela presença maior da Rússia em seus mercados, após os atritos russos com os países desenvolvidos, devido à Ucrânia.
Já os uruguaios terão mais carne para mercados seletivos, com o dos Estados Unidos, e com remuneração maior.
A União Europeia, que não terá a Rússia como compradora na região, terá abates e produção de carne bovina estáveis em 26,5 milhões de cabeças e em 7,5 milhões de toneladas de carne.
Já a Índia, exportadora de carne de búfalo e concorrente do Brasil em vários mercados, eleva as exportações para 2,2 milhões de toneladas no próximo ano, 10% mais do que neste.
Os Estados Unidos continuam com o menor rebanho nas últimas décadas e o total de gado confinado recuando.
Consumo Entre os principias produtores de carnes na América do Sul, brasileiros, argentinos e uruguaios também estão entre os que mais consomem o produto, segundo o Usda e a Informa Economics/FNP.
Os argentinos consomem pelo menos 110 quilos per capita da proteína, com destaque para a bovina, cujo consumo anual é de 60 quilos.
Brasil e Uruguai estão empatados no consumo per capita de carnes. Ambos consomem 101 quilos, com a diferença de que a carne de cordeiro tem importância maior na dieta dos uruguaios do que no Brasil.
Disputa
Assim como elevou a compra de carnes do Brasil, a Rússia vai querer disputar o mercado de trigo brasileiro, já que o país é um dos principais importadores mundiais do cereal.
fonte: Folha de S.Paulo

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