É justa a empolgação do governo e da indústria com o sinal verde vindo da Arábia Saudita para a retomada das importações de carne brasileira. O país do Oriente Médio, importante porta de entrada de negócios da região, mantinha embargo desde 2012, por conta do caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina – popularmente conhecida como doença da vaca louca – registrado no Paraná, dois antes antes. A restrição persistia, apesar de a Organização Mundial de Saúde Animal assegurar ao Brasil o status de risco insignificante para a doença.
Claro, ainda é preciso obedecer a um ritual burocrático para que os embarques possam ser realizados. Uma equipe técnica saudita deverá, segundo o Ministério da Agricultura, vir ao país em breve para visita. O titular da pasta, Neri Geller, faz neste momento roteiro por Arábia Saudita e China, e ouviu do ministro da Agricultura da Arábia Saudita a garantia da retomada.
– A recuperação desse mercado fortalece ainda mais a posição do país como uma referência no atendimento à crescente demanda mundial por alimentos – afirmou Geller.
O potencial de volume de negócios vai além, já que a Arábia Saudita é considerada uma referência na região, e poderá trazer consigo outros parceiros que mantêm suas portas fechadas. Em 2012, antes do embargo, o Golfo Pérsico negociou com o Brasil cerca de US$ 200 milhões em carne bovina.
Presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, estima que o processo para a retomada possa não ser concluído neste ano. Ainda assim comemora a reconquista:
– Existe uma grande vitória, que é a definição de um procedimento.
Outros dois clientes importantes estão na nossa lista de espera. Um deles é a China, cuja retomada das compras está mais adiantada – o fim do embargo foi anunciado em julho –, e pode ser concretizada ainda neste ano.
E há ainda o tão almejado mercado dos Estados Unidos.
– O Brasil já percorreu o caminho mais árduo. Falta só a públicação das regras – explica Camardelli.
Tudo isso engordaria ainda mais a conta das exportações de carne bovina, que podem chegar ao final do ano com receita de US$ 8 bilhões.
fonte: Gisele Loeblein / Zero Hora
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