sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Novos modelos para a carne gaúcha


A suspensão das atividades do frigorífico da Marfrig em Alegrete trouxe novamente à tona a discussão sobre o que ainda está faltando para a pecuária de corte gaúcha deslanchar.
E antecipou a divulgação de um projeto, em construção, para o desenvolvimento da atividade no Estado.
A estimativa é de que o programa de desenvolvimento da pecuária de corte seja formatado até o próximo mês, para ser lançado em março.
Neste momento, o que se tem são alguns parâmetros, definidos em reunião com integrantes da indústria, de entidades e de sindicatos rurais, realizada ontem na Secretaria da Agricultura.
Um dos pilares prevê pedido para incluir, no Plano Safra do governo federal, crédito.
Outro, deverá abordar a questão da sanidade, inclusive a polêmica rastreabilidade, que o atual secretário, Ernani Polo, prefere chamar de identificação de origem.
No governo anterior, projeto liderado pelo então titular da pasta Luiz Fernando Mainardi previa a obrigatoriedade da identificação. O modelo compulsório enfrentou resistência de entidades como a Federação da Agricultura do Estado e acabou sendo retirado. Aliás, a rastreabilidade formava um dos pilares do Programa Carne Gaúcha, lançado em 2011. A meta era de que, em quatro anos, os mais de 14 milhões de bovinos do Estado tivessem adotado o sistema, conforme divulgação à época.
– A gente ainda não tem o modelo do de identificação de origem – diz Polo com relação à proposta a ser construída agora.
Um grupo de trabalho foi criado para elaborar o formato do novo programa de desenvolvimento.
Qualidade – e boa fama – a carne produzida no Rio Grande do Sul tem.
A pecuária de corte também vive um momento singular, com o registro de preços históricos. Uma combinação de demanda em alta, embalada pelo crescimento das exportações de carne bovina brasileira, e oferta ajustada tem valorizado a cotação do boi gordo.
O que o pecuarista gaúcho quer é poder aproveitar com tranquilidade essa boa onda do setor, com a chance de ampliar a rentabilidade. Nada mais justo, já que a atividade, de ciclo longo, exige investimento e dedicação. Qualquer que seja a iniciativa, precisa vingar para ter o efeito desejado.
fonte: Gisele Loeblein/ZH

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