A redução nas exigências sanitárias por parte dos norte-americanos sustenta a expectativa de que o embarque de carne bovina in natura brasileira, para os Estados Unidos, deve acontecer em breve. Antes, todo o País deveria estar livre de febre aftosa, agora, apenas as regiões produtoras.
As declarações foram dadas pelo presidente global da JBS, Wesley Batista, na última terça-feira (17), segundo publicação da Agência Estado, de notícias. Na mesma data, o executivo havia tido uma reunião com a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu.
Fôlego ao mercado
Dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) indicam que os embarques de carne bovina recuaram expressivos 28%, para 194 mil toneladas no primeiro bimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2014, e outros 26% em faturamento, para US$ 859 milhões, no mesmo período de avaliação.
"A expectativa já é que o mês de março seja melhor que janeiro e fevereiro. Temos acompanhados os dados atuais e esta projeção está se comprovando, mesmo com mercados com problemas de moeda e política [como o russo]. Porém, sem dúvida, o mercado americano seria a antecipação de um presente de Natal pelo estímulo que isso vai dar à produção", explica o presidente da entidade, Antônio Jorge Camardelli.
Para o executivo da Abiec, a aprovação pode acontecer ainda neste semestre. Ele afirma que todas as etapas de comprovação sanitária já foram superadas, faltando apenas a publicação das regras por parte dos americanos - a última fase do processo.
De acordo com a publicação da agência de notícias, Batista julga este um momento "muito bom para a carne brasileira", considerando que os Estados Unidos, no ano, registraram importações recorde no setor e tiveram redução no rebanho.
Em sua última divulgação de balanço financeiro, a JBS, maior processadora de carnes do mundo, reportou lucro líquido de R$ 618,8 milhões no quarto trimestre de 2014, um salto quatro vezes maior que a receita atingida no mesmo período do ano anterior. A empresa "surfou" na onda do dólar alto e pretende continuar protegendo suas operações com a moeda norte-americana, via contratos futuros.
Questionada pelo DCI sobre os impactos que a abertura dos embarques in natura aos Estados Unidos trariam, a companhia informou, por meio da assessoria, que só será possível traçar perspectivas a partir do momento em que a medida tiver as definições feitas pelo Ministério da Agricultura.
Plantas nacionais
Quanto aos moldes de envio, Camardelli acredita que as plantas brasileiras que já estão habilitadas ao embarque do produto processado não devam ter grandes problemas para exportarem a in natura.
"Somos exportadores de carne industrializada, por isso não vamos precisar de vistorias onde já estiver legitimado. A expectativa é que cerca de 14 estados sejam agraciados com a possibilidade de exportação ao país", estima o presidente.
Em volume financeiro, os embarques aos norte-americanos não possuem valores representativos. A ação configura uma estratégia para entrada em outros mercados, como do México e Canadá, que seguem padrões sanitários iguais.
fonte: DCI
Nenhum comentário:
Postar um comentário