Os EUA deram nesta segunda-feira (29) o primeiro passo para liberar a importação de carne bovina fresca ou congelada do Brasil após restrição que durava 15 anos, em medida que poderá, segundo o Ministério da Agricultura, movimentar a exportação de 40 mil toneladas anuais do produto.
Na prática, o Serviço de Inspeção de Sanidade Animal e Vegetal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) alterou regulamentações para permitir a importação da carne bovina não processada de 14 Estados sob algumas condições específicas que mitiguem o risco de transmissão de febre aftosa.
Para que as exportações efetivamente comecem, o USDA irá avaliar a equivalência dos programas de sanidade do Brasil com os dos EUA, além de um realizar uma auditoria presencial nos sistemas de segurança alimentar do país. A medida também foi tomada com relação à carne in natura da Argentina.
Segundo a secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do ministério, Tatiana Lipovetskaia Palermo, a expectativa é que frigoríficos brasileiros ganhem aval para exportar carne in natura para os EUA a partir de agosto. Atualmente, o Brasil exporta apenas carne processada para o mercado norte-americano.
"Nós não temos limitações em questão de número de frigoríficos. Todos que atenderem aos requisitos serão habilitados a partir dessa missão de inspeção", afirmou.
A liberação foi dada aos Estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe e Tocantins, além do Distrito Federal. De acordo com o Ministério da Agricultura, esses Estados respondem por 95% da agroindústria exportadora brasileira.
Com a medida, o potencial de exportação para os EUA é de 40 mil toneladas anuais de carne in natura, disse Tatiana, sendo que a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) estima que esse volume poderá chegar a 100 mil toneladas anuais em cinco anos.
"Não vai ser um dos nossos maiores mercados, mas como os Estados Unidos são um país rígido em termos de sua legislação sanitária e fitossanitária, isso nos abre portas de outros mercados, os mercados que têm os EUA como referência", disse.
Maior comprador de carne brasileira, Hong Kong , por exemplo, já importou 144 mil toneladas do país no acumulado de janeiro a maio.
MOMENTO
Também neste mês a Argentina derrubou o embargo à carne bovina brasileira. A China, por sua vez, habilitou em maio oito frigoríficos do país para exportação de carne bovina, suspensos desde um embargo imposto pelo país asiático em dezembro de 2012.
Em nota, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou que quer abrir novos mercados para a carne brasileira ao longo do próximo semestre, após considerar que a decisão desta segunda-feira do governo Barack Obama dá "uma senha" para o acesso a demais localidades.
Entre os países ainda fechados para a importação da carne bovina do Brasil estão Japão e Coreia do Sul.
Fonte: Folha de SP
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